Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

IMG_5999António Cerqueira (Catito) é o novo presidente do Clube de Caça e Pesca de Soajo, no seguimento das eleições realizadas no passado dia 19 de dezembro. Sucede no cargo a António Gomes, que apresentara a sua demissão no dia 25 de novembro, alegando “reduzida participação dos associados” nas atividades da referida coletividade.
Participaram neste ato eleitoral cerca de vinte sócios.
O clube, sediado na Casa do Povo de Soajo, conta, atualmente, com cerca de cinquenta associados. Sob sua dependência está também o Clube da Gavieira, que reúne à volta de setenta sócios.

IMG_6001

O espaço onde funcionou o Millennium BCP (Largo do Eiró) vai ser reconvertido no futuro Posto de Turismo de Soajo, segundo comunicou, recentemente, o presidente da Câmara, em reunião do Executivo Municipal.

O objetivo é dotar Soajo, "coração" do Parque Nacional, de um centro de informação turística, concebido como um espaço de acolhimento ao turista/visitante.

Com este equipamento, pretende-se divugar e promover os "tesouros" da Terra, nomeadamente o património natural (lagoas, por exemplo) e construído (espigueiros, etc.); os produtos endógenos; e os usos/costumes etnográficos deste território.

IMG_7861

23 Dez, 2015

Natal ilumina Soajo

A vila e os vários lugares de Soajo, com as luzes e os diversificados apetrechos de Natal, estão ainda mais bonitos neste final de ano. As ruas e as varandas aparecem iluminadas a preceito e vários estabelecimentos foram ornamentados com muito bom gosto.

IMG_7823

Esta época, como sempre acontece, traz beleza e magia a todos os recantos onde as luzes brilham e onde os presépios, com os seus “enfeites”, representam o estábulo onde nasceu o Menino Jesus.

IMG_7812

Natal é tempo de partilha e de reencontros, a melhor prenda de todas. Por isso, alguns emigrantes, por esta altura do ano, regressam ao torrão natal para uns merecidos dias de descanso junto da família.

IMG_7833

Para todos, ficam os votos de um bom Natal e de um venturoso 2016.

Durante quatro dias, de 17 a 20 de dezembro, o Mercado de Natal de Soajo impulsionou a economia local. Nesta edição de estreia, o salão do Centro Social e Paroquial esteve engalanado com dezena e meia de expositores, fazendo jus a esta rica terra de artes, ofícios e produtos de base tradicional.

Do lado dos produtores/artesãos, o balanço no fim era feito à base de contas de somar. “Valeu a pena ter cá vindo, pois a primeira mostra de produtos esgotou e houve certos artigos que tiveram bastante procura, como o mel, as velas e os cremes naturais”, disse Rose Galopim, de 39 anos, há 27 a exercitar a arte que aprendeu com o pai e com o sogro, António Neto (Tonais). À direita, Filipa Correia, a mentora do evento, também tinha motivos para sorrir. “As peças de cerâmica foram bastante procuradas nesta feira”, congratulou-se a jovem lisboa, rendida aos encantos da serra, a exemplo da portuense Joana Costa, que vendeu sobretudo sabonetes artesanais/biológicos, segundo o lema “reaproveitar tudo e poupar o máximo”.

Neste espaço, onde foram oferecidas bebidas quentes, sentiu-se o legado de Soajo em cada peça de artesanato e em todos os materiais de raiz têxtil, como rendas, bordados e trapilhos, sem esquecer a grande variedade de produtos endógenos, muito bem representados por Lisa Araújo e Maria Costa, sobressaindo em várias bancas a doçaria, as compotas e os licores, típicos da terra. Na maioria dos casos, trata-se de uma (nova) geração de soajeiros (e não só) apostada na produção biológica, 100% artesanal, e com embalagens para reutilização. A juntar a este grupo mais jovem, e para fazer perdurar a tradição, a “ti” Fátima fiou lã de ovelha com roca e fuso confecionando lá bonitas meias. De resto, ligado ao espaço onde a natureza é autêntica rainha, também não faltaram no recinto as plantas aromáticas, medicinais e condimentais.

Noutro âmbito, a desenhadora Manuela Müller, com uma galeria de “retratos” (pássaros e um eloquente grupo de soajeiras a caminho da igreja, todas vestidas de preto, da cabeça aos pés), também vendeu alguns trabalhos.

Nos quatro dias da organização, que não onerou em nada os cofres das autarquias soajeira e arcuense, espalhou-se calor humano e alegrou-se a plateia com música ao vivo e cantares da terra. De referir, pela negativa, a ausência das emblemáticas miniaturas em madeira e em pedra (espigueiros, por exemplo). Mas, para uma primeira edição, o evento registou um dinamismo superior a muitas organizações apoiadas pelo Município de Arcos de Valdevez.

Para futuras edições, seria conveniente, no que for viável (dadas as limitações logísticas), apostar em mais demonstrações ao vivo, pois é com este tipo de realizações que será possível aumentar o número de visitantes a Soajo, onde sobra muito potencial por explorar.

IMG_7751

IMG_7693

IMG_7729

Portas estroncadas, janelas esventradas, vidros estilhaçados, tetos estripados, telhas escacadas, paredes conspurcadas, lixo atolado, “WC” improvisado… É este o cenário que se avista nas antigas casas dos guardas florestais que estão “plantadas” no “coração” do Parque Nacional da Peneda-Gerês, como é o caso da Casa Florestal do Arieiro (em Soajo).

casas

O património que outrora alojava os guardas florestais está literalmente ao abandono e em ruínas no PNPG, Reserva Mundial da Biosfera. Pela serra, em baldios adjacentes à estrada, encontram-se vários imóveis, há muito tempo transformados em autênticos pardieiros. Em tempos idos, a enorme mancha cobrindo o único parque nacional era fiscalizada pelos “inquilinos” destas casas florestais. Mas, atualmente, fora os visitantes de circunstância e os criadores de animais, o único sinal de vida nestes montados, abençoados por paisagens de cortar a respiração, está resumido ao gado errante, que ainda é fonte de sustento para muitas famílias.
Recorde-se que a desativação das casas florestais, há cerca de 25 anos, levou este valioso património à sua progressiva degradação, estando atualmente na posse do Estado. Por isso é que os municípios e as juntas de freguesia, apesar das diligências efetuadas em vários centros de decisão, até à data, nada conseguiram fazer para mudar o destino dos imóveis.
De resto, a “devolução” deste património às entidades locais, sem a necessária dotação de meios financeiros, não resolverá, de forma substancial, o problema, pois a recuperação das casas, para posterior reconversão das mesmas, será em todo o caso uma operação bastante onerosa. E sem garantias de retorno, porque este território de montanha está cada mais despovoado…

IMG_7230

A juntar à laranja de Ermelo, à broa e ao feijão tarrestre, a vaca da raça cachena é um dos quatro produtos de Arcos de Valdevez incluídos no catálogo Slow Food.
Pelos montes, atravessando a cumeeira da serra de Soajo, o gado de raça cachena, autóctone, calcorreia a paisagem (ora verdejante ora muito agreste) à procura de pasto. Cresce e vive em altitude, num habitat puro e selvagem. É um gado baixo, curto, entroncado e de cornos elevados e em espiral, sendo considerado cientificamente o mais pequeno do mundo.

IMG_0308De uma maneira geral, entre abril e outubro, sensivelmente, as vacas da raça cachena, em pastoreio livre, sobem os montados, aparecendo depois, não raras vezes, acompanhados das crias paridas lá em cima. E é no inverno que os criadores resguardam os animais em cercas, protegendo-os dos ataques dos lobos.
Criado em várias aldeias do Parque Nacional da Peneda-Gerês, o gado bovino de raça cachena tem no concelho de Arcos de Valdevez o seu grande centro produtor, sobretudo nas freguesias de Cabreiro, Gavieira, Sistelo e Soajo, onde António Cerqueira (Catito) e João Pereira, por exemplo, guardam, por esta altura do ano, dezenas de cabeças nos estábulos “plantados” em encostas de rara beleza.

IMG_6656 (2)A carne da raça cachena, com certificado DOP (Denominação de Origem Protegida), pode ser de novilho ou de vitela, sendo distribuída praticamente apenas nesta região. Segundo os gastrónomos, é uma carne “tenra” e “saborosa”, com “reduzida massa gordurosa” e “bastante suculenta”.

IMG_6657A carne desta raça é o produto-base do prato Prove Arcos de Valdevez, que integra a carta de vários restaurantes do concelho.

 

Memorial à raça cachena

Foi inaugurado, no passado dia 20 de novembro, um memorial à raça cachena e aos seus criadores, que passaram a ter um “marco” esculpido na cumeeira de Lordelo (Cabreiro) para fazer perdurar a tradição pecuária. Na cerimónia esteve presente o ex-secretário de Estado da Alimentação e da Indústria Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, que, na circunstância, disse tratar-se do ato protocolar “mais importante” no tempo (três anos) em que exerceu funções governativas.

IMG_6654A Associação dos Criadores da Raça Cachena, para embelezar o 20.º aniversário do início dos trabalhos de inventariação desta raça autóctone, procedeu, na presença de vários produtores, a uma inauguração cheia de simbolismo. “Quisemos, com este pequeno monumento, marcar o local onde foi feito o ajuntamento de gado para o primeiro registo zootécnico com vista ao reconhecimento da raça cachena”, disse na altura o presidente da associação, Alberto Ferreira.
Segundo a (escassa) literatura existente, a raça cachena é também conhecida por carramelha, vilarinha e cabreira.

À falta de explicações anteriores, a CDU voltou, na Assembleia de Freguesia do dia 12 de dezembro, a pedir esclarecimentos sobre a propalada transferência de 7282 euros que o Instituto da Conservação da Natureza (PNPG) terá realizado, em 2012, para a conta da Junta de Soajo, em nome do Conselho Diretivo dos Baldios de Soajo (na altura, os baldios estavam sob gestão da autarquia). Na mira de vários elementos presentes na sala, o antigo presidente da Junta (e atual vogal), Manuel Barreira da Costa, defendeu-se apresentando a “cópia” de uma missiva, da qual, segundo Cristina Martinho, não existe original nos arquivos da Junta. Nesta suposta correspondência trocada, em 2012, com o ex-presidente da Junta, o Instituto da Conservação da Natureza admite ter havido um “lapso”, solicitando a “reposição da situação”, através da “transferência da verba mencionada para o Conselho Diretivo dos Baldios de Cabril [Montalegre].”

IMG_7331
Mas, no período destinado ao público, António Enes achou “esquisito que um organismo do Estado tivesse mandado a junta de freguesia pagar a outra [entidade]”, sugerindo que o Executivo, para uma total clarificação da situação, requeresse esclarecimentos ao Instituto da Conservação da Natureza.
No mesmo período, um grupo de soajeiros, munido de informações prestadas, em agosto de 2015, pelo Conselho Fiscal dos Baldios de Cabril, adiantou que esta entidade se comprometeu aí a devolver à Junta de Freguesia de Soajo o dinheiro que a autarquia, por “lapso”, havia transferido para aquele organismo.

IMG_6400Sob recomendação do PSD, foi sugerido o espaço contíguo ao Restaurante Videira para futura colocação do elemento escultório alusivo ao Foral de 1514 da vila de Soajo. Segundo Fernando Cerqueira, autor da escultura que venceu o concurso promovido pela Câmara, a peça, “bastante luminosa”, terá “três metros de altura”, devendo “assentar numa base de pedra”, sobre a qual “sobressairá uma espécie de minipiscina circular”, com “recuperador de água”. Jorge Lage sugeriu que fosse dada “outra simbologia” à escultura, “pondo o gavião (ou a águia) em vez do falcão”, e adicionando o cão sabujo, “elemento fundamental em Soajo.”

Pág. 1/2