PSD viabilizou Orçamento do MSI
Reunida, na presença de bastante público, a Assembleia de Freguesia de Soajo aprovou, por maioria, o Plano de Atividades (PA) e o Orçamento para 2016. Mas a proposta do Executivo só passou porque o PSD “estendeu a mão” ao dividido Movimento Soajeiro Independente (MSI).
Segundo o presidente da Junta, “Soajo carece de investimentos para recuperar a rede viária”, mas, em face dos “escassos recursos existentes”, o PA apenas pode cobrir “obras consideradas prioritárias”, atalhou Manuel Gomes Capela. Por isso, devido ao impasse das candidaturas submetidas a fundos comunitários, transitaram, para 2016, alguns dos projetos mais onerosos que ficaram por executar, como o do Caminho de Reigada, sempre dependente de financiamento.
Do lado da oposição, o PSD, apesar de suscitar reservas sobre algumas obras, votou a favor da proposta da maioria, enquanto a CDU, que se absteve na votação, felicitou ironicamente o presidente da Junta por este “ter conseguido fazer um PA praticamente igual ao do ano passado, alterando duas ou três coisas.” Segundo Sandra Barreira, o Executivo, desta vez, sacrificou a habitação social e, “sem que se saiba o porquê”, destina “2 mil euros para revestir a sacristia da capela de Paradela.”
A jovem deputada acusou, ainda, a Junta de, por regra, “não concretizar as obras previstas” executando, ao invés, outras que não faziam parte do “plano de intenções”. De resto, renovou queixas à disparidade dos montantes estimados para determinadas obras.
Mas as críticas mais mordazes vieram do próprio Executivo. A secretária Cristina Martinho demarcou-se da proposta do MSI. “Até me alegro por não ter participado neste PA, porque ele é ridículo”, atirou a cofundadora do referido movimento, apontando, depois, “baterias” às despesas de representação e aos gastos em jantares e combustíveis. “Espero que o senhor presidente tenha algum cuidado, porque o cartão da junta não deve andar a cotio”, recriminou.