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Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

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Os alunos de Arcos de Valdevez “abraçaram” o rio Vez no ano passado e, esta sexta-feira, 28 de abril, “deram um abraço” à floresta no Mezio. A atividade que, por razões climáticas, não se realizou no passado dia 21 de março, juntou, em ambiente de grande alegria, cerca de 2 mil crianças e jovens.

Em dia soalheiro (mas fresco), a Porta do Mezio e a floresta envolvente – num “abraço” unido pelo lago artificial – serviram de cenário ideal para um bonito momento de comunhão entre a população escolar e uma das “joias” mais valiosas da região, o Parque Nacional.

A iniciativa, virada para a preservação e promoção da natureza, englobou atividades ligadas à temática do ambiente, nomeadamente ações de consciencialização e ateliês.

A ver pelo sucesso da organização, daqui a um ano, talvez se cumpra um “abraço” à serra... mas atenção ao calendário escolar, porque esta ação, apesar de prevista no Plano de Atividades das várias unidades do Agrupamento de Escolas de Valdevez e da EPRALIMA, ao ser reagendada para o terceiro período, já de si muito curto (e no meio de feriados), desfavorece sobremaneira o desenvolvimento de conteúdos programáticos.

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 Fotos: Porta do Mezio e EPRALIMA

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Em mais uma organização de Soajo em Movimento ConVida, a Tasquinha da Capela recebe, este sábado (29 de abril, pelas 10.30), uma “aula” teórico-prática sobre fornos solares.

“Venham aprender a construir dois fornos ecológicos que são alternativas simples, eficazes, baratas e sustentáveis de cozinhar, utilizando apenas a energia do sol (forno solar) ou lenha miúda [rocket stove, que é uma espécie de reinvenção do fogão a lenha tradicional]”, lê-se na nota promocional da organização.

Soajo em Movimento ConVida exorta os interessados a levarem comida para um piquenique ambulante.

Forno solar foi inventado por padre-cientista arcuense

O tema desta oficina propicia uma abordagem aos ensinamentos inspiradores e globais do padre-cientista Himalaya (natural de Cendufe), que surpreendeu o mundo por onde passou com propostas visionárias como a da energia solar. Foi ele que inventou, por exemplo, o forno solar.

Muito à frente do seu tempo, o padre Himalaya, para saciar a sua “sede” de conhecimento, percorreu vários países. Frequentou cursos de Sebastian Kneipp, na Alemanha, e, no início do seu sacerdócio, foi estudar para França (Paris). Em 1900, realizou em Sorède (sul de França), uma experiência solar onde obteve as mais elevadas temperaturas à época, chegando a instalar uma máquina solar nos Pirenéus.

Não contente com este protótipo, concebeu mais duas máquinas solares. É com o terceiro Pirelióforo que ruma, em 1904, para os Estados Unidos da América, onde participa, na Exposição Universal de St. Louis, tendo arrebatado aí o Grande Prémio (medalha de ouro). A utopia do padre Himalaya anunciava, ainda, uma futura idade solar.

Manuel António Gomes, mais conhecido por padre Himalaya, nasceu em 1868 e morreu em 1933. Além do forno solar, inventou explosivos, criou um sistema de irrigação e traçou um plano de arborização para todo o país.

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Nas cerimónias comemorativas do 25 de Abril, organizadas pelo Município de Arcos de Valdevez, foi prestada homenagem aos militares arcuenses (mortos e vivos) que lutaram pela pátria de 1961 a 1974. O soldado soajeiro (do Campo Grande) Jaime Barbosa Soares, que tombou em Moçambique a 22 de agosto de 1974, foi um dos 25 arcuenses lembrados nesta sessão cheia de simbolismo. A Junta de Soajo não se fez representar neste tributo público.

Com pouco público a assistir, o Dia da Liberdade, misturado com “vivas a Portugal”, foi o mote para não deixar cair no esquecimento a guerra colonial, um dos mais marcantes acontecimentos da história contemporânea portuguesa. No primeiro andamento, após o toque de silêncio dado pelo clarim, o edil João Manuel Esteves e o presidente do Núcleo de Monção da Liga dos Combatentes (NMLC), Francisco Almeida (com origens arcuenses), depositaram uma coroa de flores junto ao monumento que homenageia os antigos combatentes.

De seguida, por intermédio de Manuel Magalhães Vieira, vogal da direção do NMLC, procedeu-se, com “saudade” e “em família”, à leitura da oração pelos mortos, prece cerimonial em “respeito e gratidão pelos nossos mortos, militares e civis, que deram a sua vida ao serviço da pátria”. Complementarmente, Carlos Anselmo, coronel de infantaria e secretário da direção do NMLC, fez a chamada dos nomes dos 25 mortos, com o grito “presente” a ser entoado, outras tantas vezes, pelos ex-combatentes perfilados numa das alas.

No balanço e contas, a guerra colonial matou cerca de 9 mil militares em Angola, Guiné e Moçambique, deixando, também, dezenas de milhares de soldados feridos e com deficiências de vários graus, alguns dos quais soajeiros.

Na qualidade de combatente ferido no Ultramar discursou Carlos Anselmo para realçar que, “de todas as condecorações” por ele recebidas, a que lhe dá “mais orgulho” é a de ser considerado “um ferido em combate e ao serviço da pátria”, distinção que “constitui uma entrega tão generosa e tão imensa que é indelével para toda a nossa vida”, justificou.

A fechar este ato, cantou-se a plenos pulmões o hino português.

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As eleições autárquicas que se vão realizar no próximo dia 1 outubro já estão a “fervilhar” no partido que quer recuperar a autarquia de Soajo.

O PSD tem conhecido algumas contrariedades no processo de escolha do cabeça de lista à Junta de Freguesia de Soajo e, após recusa dos preferidos, os candidatáveis “estão agora cingidos a três nomes”, segundo fonte destacada do PSD Concelhio,

“Há três candidatos possíveis para encabeçar a lista do PSD à Junta de Freguesia de Soajo, sendo Manuel Barreira da Costa e Luísa Gomes dois desses nomes e o terceiro alguém residente e que seria novidade nas lides políticas”, diz a referida fonte, sem querer desvendar a identidade deste outsider.

Ao blogue Soajo em Notícia, Manuel Barreira da Costa, que exerceu o cargo de presidente da Junta durante quatro mandatos (de 1997 a 2013), deixa tudo em aberto.

“Não digo que sim nem que não… Já fiz a minha parte seja como presidente da Junta seja como deputado municipal, mas não descarto uma recandidatura ou como cabeça de lista ou fazendo parte de uma lista encabeçada por alguém com valor”, admite Barreira da Costa, lembrando que o cargo de presidente da Junta de Soajo exige “competência”, “experiência” e “trabalho de equipa”.

E Luísa Gomes (antiga administrativa da Junta de Freguesia) tem os requisitos de que fala? “Sim, e gostava de voltar a trabalhar com ela, é uma pessoa preparada e está dentro dos problemas de Soajo”, responde Barreira da Costa, que se mostra sensibilizado com os “muitos apelos” que tem recebido para “avançar às eleições” do próximo outono.

24 Abr, 2017

Porco-bravo à mesa

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O Clube de Caça e Pesca de Soajo organiza um jantar-convívio, para sócios e não-sócios, no próximo domingo (30 de abril, por volta das 20.00). O encontro na Casa do Povo de Soajo promete aliar os bons sabores (javali estufado, além das entradas e sobremesas típicas de Soajo) ao genuíno espírito de confraternização, que é apanágio dos caçadores.

O repasto que será servido aos comensais é o produto das jornadas de caça que o Clube de Soajo promoveu durante a época cinegética.

As reservas podem ser feitas até 27 de abril para os números 938 586 896 (António Cerqueira “Catito”) e 936 337 134 (Alexandre Rodas).

Os sócios pagam 10 euros e os não-sócios 12.

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O jornal inglês The Guardian, a pensar nas férias do próximo verão, apresentou, recentemente, um itinerário para descobrir Portugal numa “escapada” de fim de semana.

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Do campismo às paisagens em estado puro e selvagem, dos trilhos às braçadas nas lagoas, da ótima gastronomia aos bons vinhos, é vasto o programa sugerido pela conceituada publicação (com quase duzentos anos de existência), que bafejou os leitores com um eloquente relato sobre o território de Portugal, onde Soajo é um dos “tesouros” retratados para uma evasão longe do stresse.

A autora do artigo, Edwina Pitcher, salienta que, “longe dos empreendimentos turísticos na costa, Portugal é um lugar mágico onde o tempo não existe”, apontando o norte e o interior, pelas “montanhas selvagens” e “lagos cintilantes”, como propostas a não perder.

No itinerário a norte, a articulista, apesar de contaminada por referências geográficas erradas, recomenda, como pontos de passagem e de usufruto, a serra e a freguesia de Soajo, onde “as vistas são de cortar a respiração”.

Na sua prosa, devidamente ilustrada, Pitcher lembra o “coração” do Parque Nacional, com a sua floresta selvagem (agora parcialmente calcinada devidos aos incêndios), onde vivem veados, lobos-ibéricos, equinos e outras espécies típicas da região. Destaca a lagoa do Poço Negro, que emerge de uma cascata no rio Adrão. E, nas proximidades de Soajo, o passeio pode “estacionar” no mosteiro de Ermelo (ou no que resta dele) e nas ruínas do castelo de Lindoso.

Rendida aos encantos do Alto Minho, Edwina Pitcher publicou, em tempos, o volume Wild Guide Portugal, do qual foram retirados este e outros roteiros em solo português.

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Fotos: Edwina Pitcher

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Apesar dos alertas, algumas pessoas em Soajo teimam em fazer fogueiras e queimas de matos, mesmo quando as condições climáticas apontam para um risco temporal de incêndio muito elevado e máximo. Por imprudência ou descuido, têm-se adensado os comportamentos de risco um pouco por todo o lado e o fenómeno está à vista de todos.

Em Soajo, a mais recente ocorrência registou-se esta quarta-feira, 19 de abril, com a deflagração de um incêndio (em Reigada, por volta das 16.00). Segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), consumiu uma área de mato, tendo obrigado à mobilização de 11 operacionais, apoiados por três viaturas, incluindo-se, nesta contabilização, a brigada de sapadores florestais afeta aos Baldios de Soajo e o respetivo veículo terrestre – a equipa de Soajo foi a primeira a atacar a frente de incêndio e a ação da mesma foi determinante para extinguir as chamas.

Mas as ignições principiaram logo na primeira quinzena do mês de março. A partir das estradas nacionais, foi possível avistar, na semana de 13 a 17 do referido mês, ao longo da serra de Soajo, extensos “anéis” de fogo. “Já estamos com problemas graves por causa do fogo, casos de Cunhas e Ramil, é preciso cuidado... Pelo menos, guardemos as nossas casas!”, avisou os compartes Cristina Martinho, numa Assembleia dos Baldios.

Na origem dos incêndios estão quase sempre as fogueiras que os agricultores fazem para limpeza de terrenos de cultivo (ou áreas baldias) e renovação de pastos. Só que, sob condições climáticas adversas, como as que se têm verificado, os fogos alastram a uma velocidade tal que evoluem, irremediavelmente, para incêndios.

As terríveis chamas que fustigaram o “santuário” do Parque Nacional no passado verão já estão esquecidas e, pelo visto, não tiveram o condão de conter comportamentos de risco. Não por acaso, face ao clima de impunidade que reina, terra ou monte por desmatar há de ser, mais tarde ou mais cedo, e em muitos casos, terra ou monte queimado, e tudo mais o que houver em redor, com consequências desastrosas para o ecossistema.

 

O que diz a lei

Há a perceção, errada, de que, excetuando o período crítico (que decorre de 1 de julho a 30 de setembro), as combustões, sob a denominação de queimas e queimadas, podem ser realizadas em qualquer altura do ano. Mas não é isso que os diplomas legais dizem e neles estão previstas elevadas coimas para os infratores.

De resto, ao contrário da perspetiva geral, a queima e a queimada não são exatamente a mesma coisa. A queima é o uso do fogo para eliminação de sobrantes cortados e amontoados de exploração agrícola ou florestal. A queima só pode ser feita nos espaços rurais fora do período crítico e na condição de não se verificarem índices de risco temporal de incêndio de níveis muito elevado e máximo.

A queimada é o uso do fogo para renovação de pastagens e eliminação de restolho, assim como a eliminação de sobrantes cortados, não amontoados, de exploração agrícola ou florestal. A queimada está, também, cingida à época fora do período crítico e só pode ser realizada no caso de o índice de risco temporal de incêndio ser inferior ao nível elevado. Além disso, só é permitida mediante licenciamento na respetiva Câmara Municipal, na presença de técnico credenciado em fogo controlado ou, na ausência deste, de equipa de bombeiros ou de equipa de sapadores florestais.

As contraordenações por prática irregular de queima ou queimada são puníveis com coima (de centenas a milhares de euros, no caso de particulares).

De referir que o Governo aprovou, no passado dia 21 de março, no âmbito da anunciada “reforma florestal”, a criação do Programa Nacional de Fogo Controlado para regulamentar a realização de queimadas e o uso profissional do fogo na prevenção e combate aos incêndios.

Mas, neste caso, também há motivos para desconfiar da sua futura aplicabilidade...

 

Aviso da Proteção Civil

O Comando Nacional de Operações de Socorro da ANPC avisa que, hoje e nos próximos dias, “existe um cenário desfavorável em termos de incêndios florestais”, por causa das “temperaturas máximas que poderão atingir valores entre os 28 a 30ºC na generalidade do território” e da “humidade relativa entre 20 a 30%, sem recuperação noturna”.

O referido organismo aponta índices de incêndio elevados a muito elevados nas regiões norte e centro.

Em função disso, não é permitido adotar comportamentos de risco, nomeadamente realizar queimadas ou queimas.

 

Sabia que…

O fogo e o incêndio são conceitos diferentes? O primeiro é uma combustão controlável no espaço e no tempo, ao contrário do incêndio que é uma combustão não controlável quer no espaço quer no tempo.

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A ADERE tem 38 vagas para constituição de brigadas florestais na área do Parque Nacional.

Esta Associação de Desenvolvimento das Regiões do Parque Nacional, sediada em Ponte da Barca (Rua D. Manuel I), procura pessoas para desenvolver trabalhos florestais sob coordenação do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), nos concelhos de Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Melgaço, Terras de Bouro e Montalegre.

A seguir, são caracterizados sucintamente os postos de trabalho que a ADERE pretende preencher, assim como os requisitos e as condições de candidatura.

 

Caraterização dos postos de trabalho a ocupar (funções a desempenhar)

Ações de silvicultura, gestão de combustíveis, acompanhamento na realização de fogos controlados, realização de queimadas, manutenção e beneficiação da rede divisional e de faixas e mosaicos de gestão de combustíveis, manutenção e beneficiação de outras infraestruturas, ações de controlo e eliminação de agentes bióticos, sensibilização do público para as normas de conduta (em matéria de natureza fitossanitária, de prevenção, do uso do fogo e da limpeza das florestas), vigilância das áreas a que se encontra adstrito e primeira intervenção em incêndios florestais.

 

Duração do contrato

Pelo período de um ano, podendo o contrato ser renovável por iguais períodos até ao limite de três anos.

 

Remuneração

Segundo o portal da ADERE, a remuneração mensal base, sujeita a descontos decorrentes da lei, é de 557 euros. A este valor acresce o subsídio de alimentação no montante de 4,52 euros/dia.

 

Requisitos de admissão ao concurso

. Nacionalidade portuguesa, quando não dispensada pela Constituição da República 
Portuguesa, por convenção internacional ou por lei especial;

. 18 anos de idade completos;

. Não inibição do exercício de funções públicas ou não interdição para o exercício daquelas que se propõe desempenhar;

. Robustez física e perfil psíquico indispensáveis ao exercício das funções;

. Cumprimento das leis de vacinação obrigatória.

 

Requisitos preferenciais

. Carta de condução: categorias B, C1 e C; 

. Experiência no manuseamento de equipamentos moto manuais de gestão florestal; 

. Experiência em funções semelhantes às para que este concurso se destina; 

. Residência num dos cinco municípios que integram o Parque Nacional.

 

Período para apresentação das candidaturas

Podem ser apresentadas candidaturas entre o período de 13 de abril até 23 de abril, devendo ter em atenção que, no caso de entrega da candidatura em mão, na sede da ADERE, a mesma deverá acontecer nos dias úteis, das 9 horas às 12.30 e das 14.30 às 18.00, sendo a data limite o dia 21 de abril.

No caso de envio via CTT, deve o candidato assegurar que a candidatura dá entrada no dia útil anterior à data de término, ou seja, deve a mesma ser rececionada pela ADERE até ao dia 21 de abril.

De resto, no caso de envio via email, a candidatura deve dar entrada até ao dia 23 de abril, podendo ser enviada em dias feriados e fins de semana.

Em resumo, as candidaturas podem ser formalizadas através do envio de impresso específico, via email (geral@adere-pg.pt) ou por correio (ou entrega em mão na sede da Adere), na rua Rua D. Manuel I s/n, 4980-649 Ponte da Barca.

Foto: Internet

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O livro Lugares de Silêncio, do fotógrafo lisboeta Bruno Simões Castanheira, tem um “entruido” de Soajo a ilustrar a capa. O mascarado à moda da Terra é Pedro Oliveira, que fez par com Laura Barreira Costa no desfile organizado pelo Rancho Folclórico das Camponesas da Vila de Soajo (em parceria com a Casa do Povo), no passado dia 26 de fevereiro.

A publicação Lugares de Silêncio – testemunho de um território de ruralidade carregado de tradições seculares – reúne quase cinquenta fotografias retratando a dialética entre a riqueza do Parque Nacional (natural e paisagística) e a irreparável expressão de povoados isolados e desertificados, nos quais predomina o silêncio.

Sobre a tradição carnavalesca de Soajo, é dito que “o entrudo se celebra com roupas velhas e máscaras tradicionais que ocultam o rosto. São resíduos de formas pagãs de misticismo que subsistem e se recriam no presente”, lê-se no ensaio.

Pedro Oliveira, que teve a “agradável surpresa” de ser a capa do livro, assistiu, no passado dia 11 de abril, à apresentação pública do projeto, que serviu também para inaugurar a respetiva exposição, e, no balanço e contas, elogia a iniciativa realizada pelo fotógrafo Bruno Castanheira. “É um trabalho bem conseguido quer pelas evidências da ocupação humana que ainda subsistem no Parque Nacional quer pelas formas de expressão típicas do território, que estão bem ilustradas no livro e na exposição”, sublinha o retratado, que, sem desprimor pela terra onde nasceu, diz, em jeito de brincadeira, “ser hoje mais soajeiro do que britelense”.

O “entruido” soajeiro é um dos muitos sinais recolhidos por Bruno Simões Castanheira no roteiro pelo Parque Nacional. O resto que se pode ver ilustra o imenso património identitário (espigueiros, fojos de lobo, alminhas…) que atravessa o território, onde as paisagens retratadas “interagem” com as poucas atividades agropastoris que ainda vão resistindo.

Segundo o portal da Bolsa Estação Viana, o projeto de Bruno Castanheira Simões (com várias distinções na carreira) visou dois objetivos:

. “documentar os vestígios de uma sociedade e economia rurais, bem como o seu intenso processo de transformação social, nas aldeias e sítios isolados do Parque e junto das suas parcas populações”;

. “documentar a relação sinestética entre o homem e o meio envolvente, evidenciada na profusão de texturas que denotam a presença magnânima do meio natural, bem como a sua integração nas formas e coisas aí construídas pelo homem”.  

O trabalho de Bruno Simões Castanheira, cuja exposição é patrocinada pelo Estação Imagem Viana do Castelo, está patente ao público nos Antigos Paços do Concelho (Viana do Castelo, à Praça da República) até ao próximo dia 26 de abril.

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Nota: Optou-se por não reproduzir fotos do livro por os direitos estarem reservados à Estação Imagem. 

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A Câmara de Arcos de Valdevez declarou haver interesse público municipal na regularização de dez instalações pecuárias que ainda carecem de licenciamento no referido concelho. Um dos estábulos encontra-se em território de Soajo.

O Município, em reunião de 7 de abril, deu parecer positivo à informação dos Serviços Municipais, relativamente aos dez pedidos de reconhecimento de interesse público municipal, com vista à regularização das respetivas instalações pecuárias (estábulos). Para além da de Soajo, as restantes solicitações são provenientes de Gondoriz (cinco pedidos), Gavieira (três) e Sistelo (um). Este conjunto de pedidos resulta do facto de as anteditas explorações não terem sido legalizadas no período de regularização extraordinária, que chegou a ter uma prorrogação de 2015 para 2016.

Cumprido este requisito pelo órgão executivo, a proposta será votada e discutida no próximo dia 28 de abril, em sede de Assembleia Municipal. Mediante parecer positivo desta, pertencerá à Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte a palavra decisiva em relação ao licenciamento.

Este procedimento respeita o regime jurídico excecional de regularização de estabelecimentos e explorações existentes, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 165/2014, de 5 de novembro, e da Lei n.º 21/2016, de 19 de julho.

Foto: Internet

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