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Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

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Ano de “ouro” para os produtores de vinho. O clima favorável nos meses de salvação e de maturação fez “caprichar” a uva e daí resultou um vinho aromático, equilibrado e com bom teor de álcool.

Apesar de a campanha, este ano, ter sido antecipada sensivelmente duas semanas, a azáfama e a festa, tão caraterísticas das vindimas, ainda se fizeram sentir em Soajo, no passado dia 27 de setembro. Por entre ramadas e bardos, um grupo de vinte vindimeiros ajudou a família Rodas Couto a apanhar, desde bem cedo, as uvas tintas (casta ‘Vinhão’), num ambiente de salutar convívio, que se prolongou pelo almoço.

Do contingente que foi chegando a conta-gotas à encosta de Agrelos, veem-se vindimeiros que “andam no S. Miguel” há semanas com o mesmo espírito. Aqui, uns ajudam os outros. E há os voluntários de todas as horas. É o caso de Palmira Pires e de Maria “Afonsa” (“Ti Afonsa”), a matriarca do grupo, com os seus oitenta anos. Ou o bem-disposto Botelho que, de modo despachado, maneja as tesouras com perícia. Outros, à vez ou não, carregam os cestos ao ombro ou à cabeça para largar as uvas nos bidões acomodados nos tratores. E, quando as latadas são altas, há logo um vindimeiro a voluntariar-se para ir buscar uma escada. Desse modo, a vindima há de terminar muito antes do meio-dia. E assim foi de facto para contentamento do simpático casal Daniel Rodas Couto e Marta Batalha, ambos de 32 anos.

O produtor Daniel Rodas Couto exalta o resultado da colheita de 2017 e arrisca fazer contas de somar, que se hão de repercutir, também, na “venda de vinho a granel”. “Porque 2016 não foi das melhores vindimas, este ano vamos mais do que duplicar a produção do ano transato, passando de duas para cinco pipas, entre vinho branco e tinto”, resume o soajeiro que é licenciado em Comércio Internacional.

Atento aos avanços técnicos, Daniel Couto, que costuma frequentar ações formativas, explica a farta colheita com conhecimento de causa. “Tivemos ótimas condições climatéricas e isso ajudou à salvação da floração para a fase de fruto, e, também, à purificação da uva. Neste contexto de exceção, em zonas de boa exposição solar, as castas ‘Vinhão’, ‘Loureiro’ e ‘Trajadura’, mediante tratamentos certos, atingiram, este ano, um grande desenvolvimento”, acrescenta.

Com entusiasmo, a família Rodas Couto tem vindo a expandir a área de produção com vinha branca (casta ‘Loureiro’), mas o projeto será alargado às castas tintas. “Tenciono fazer uma candidatura ao programa VITIS, com o objetivo de aumentar o volume de produção e conto com a experiência adquirida para melhorar o produto”, diz o jovem vinicultor, num forte sinal de esperança em relação ao futuro do cada vez mais procurado vinho verde.

Daniel Rodas Couto, que, há alguns anos, trocou os Estados Unidos por Portugal, para fazer vida na agricultura, representa, portanto, uma pequena lufada de ar fresco no rejuvenescimento do setor vinícola e um incentivo para que, atrás dele, outros sigam as mesmas pisadas

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33 (1).jpgAs eleições autárquicas são já no próximo domingo, 1 de outubro. À Assembleia de Freguesia de Soajo concorrem três forças políticas: PSD, CDU e MSI.

Com o objetivo de dar a conhecer as propostas das referidas candidaturas, o blogue Soajo em Notícia dirigiu convites a Manuel Barreira da Costa, Sandra Barreira e Cristina Martinho para entrevistas individualizadas, repto, prontamente, aceite pelas candidatas da CDU e do MSI. O cabeça-de-lista do PSD, pelo contrário, não se mostrou interessado em conceder entrevista.

A ordem de apresentação das entrevistas segue o sorteio efetuado no tribunal competente no passado mês de agosto, e dele, recorde-se, resultou a seguinte ordenação: PPD/PSD, PCP-PEV (CDU) e MSI.

 ***

Manuel Barreira da Costa (PSD) – Não se mostrou interessado em dar entrevista

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A entrevista com Manuel Barreira da Costa, insistimos, por decisão do próprio candidato, não se realizou e, por isso, o blogue não pode apresentar as propostas do PSD nem dar explicações do cabeça-de-lista social-democrata acerca das questões que o leitor gostaria de ver respondidas.

Dentro do mesmo espírito do contraditório que prevaleceu nas entrevistas concedidas pelas candidatas da CDU e do MSI, ao candidato do PSD, independentemente do caminho que a entrevista tomasse, seriam colocadas perguntas como:

. Manuel Barreira da Costa não era dos candidatos preferidos da Concelhia do PSD. Como é que o senhor Barreira da Costa avalia o facto de ter sido quinta ou sexta escolha?

. Dos quatro primeiros, há três candidatos – Manuel Barreira da Costa, António Cerqueira e António Alves – que estão associados ao passado (e um deles ligado ao PS). Porque é que o PSD não conseguiu rejuvenescer a lista?

. O senhor Manuel Barreira da Costa esteve no poder de 1997 a 2013. O que faltou fazer neste longo ciclo para que, depois do interregno de quatro anos, tivesse voltado a encabeçar a lista do PSD?

. Como é que avalia o trabalho do MSI no mandato que está prestes a terminar?

. O PSD, apesar de ser o maior partido da oposição, não apresentou, praticamente, nenhuma proposta em quatro anos, em sede de Assembleia de Freguesia. Porque é que o PSD, Manuel Barreira da Costa incluído, se demitiu de fazer oposição? Porque é que o PSD não contribuiu para a Terra com o capital de experiência que tinha?

. O senhor Barreira da Costa foi mais participativo e interventivo na Assembleia Municipal, onde teve locuções corajosas, do que na Assembleia de Freguesia. Porquê este paradoxo? Os votos dos eleitores para a Assembleia de Soajo valem menos do que os sufragados para o órgão deliberativo municipal?

. O senhor Manuel Gomes Capela, que liderou os destinos da Junta estes quatro anos, integra a lista do PSD e é seu apoiante, isto depois de o presidente cessante ter abandonado em 2010 o executivo em divergência com Barreira da Costa. O mesmo Manuel Gomes escreveu de si o seguinte quando se candidatou pelo MSI em 2013: “As razões por que me candidato à autarquia de Soajo são as mesmas que me levaram a pedir a demissão imediata da mesma há três anos [2010]: a falta de justiça, de civismo e de coerência do atual executivo [PSD, encabeçado por Manuel Barreira da Costa], por um lado; e a acumulação de erros, por outro”.

Quer comentar esta reflexão escrita? Como é que recebe e aceita o apoio do senhor Manuel Gomes Capela quando este só vê (viu) defeitos políticos no senhor Manuel Barreira da Costa?

. O lar é uma das propostas programáticas do PSD. Porque é que esta valência não foi construída ao tempo em que o PSD foi poder? Que garantias pode dar aos soajeiros para a efetivação deste projeto no próximo quadriénio?

. Nos mandatos em que exerceu funções de presidente, foram feitos vários investimentos e construídas diversas infraestruturas. De que obras mais se orgulha?

. Remonta ao tempo em que o PSD era executivo o início do declínio de Soajo, com a perda gradual de serviços (saúde, ensino…), o êxodo populacional e a falta de “rasgo” com a reduzida atividade cultural. O que é que correu mal para que o encerramento do polo da EPRALIMA e a trapalhada do Hotel do Mezio possam ser vistos como autênticas “pedras no sapato”?

. Apresente algumas razões para os indecisos votarem no PSD.

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Sandra Barreira (CDU): “O objetivo é ganhar as eleições”

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Que balanço faz ao mandato do MSI?

O balanço é, completamente, negativo.

Não retira um aspeto positivo destes quatro anos?

Só se for a lição de não ceder à pressão do voto útil, que foi o que aconteceu, em 2013, com o MSI, contra o PSD, na altura do Manuel Barreira da Costa, embora este não fosse a votos. Julgo que esta aposta, por parte de muitos eleitores, acabou por fazer com que as pessoas receassem desperdiçar o voto noutras candidaturas, nomeadamente na da CDU, apesar de não termos há quatro anos a força que hoje temos.

Ou seja, em 2013, deu-se a maioria a uma equipa recém-formada, com base em jogos de conveniência e sem nenhum objetivo comum.

Depois do ambiente de “guerrilha” permanente, Cristina Martinho encabeça a lista do MSI e Manuel Gomes Capela integra a lista do PSD. Como é que a CDU encara estas candidaturas?

Julgo que é a realidade desejada por ambos. A Cristina queria, de facto, encabeçar a lista do MSI há quatro anos, não o fez porque receava a questão de ser mulher e deste facto ser visto como um constrangimento – ser mulher, em certos contextos, ainda tira peso em termos políticos. […]

Enquanto isso, se o senhor Capela tinha alguma credibilidade, depois de abandonar o executivo PSD, depressa mostrou falta de capacidade para estar à frente da Junta. Está, hoje, no PSD, que, na realidade, nunca abandonou, como ele demonstrou em várias declarações que foi fazendo, nas quais se referiu à Junta dele como sendo do PSD.

Em que medida a CDU encara estas eleições como uma oportunidade no seguimento de um mandato onde, segundo as pessoas mais atentas, o MSI se revelou pelas questiúnculas internas e o PSD se pautou pela ausência de propostas?

Sim, é uma oportunidade, por muito difícil que seja politicamente o terreno para a CDU, dado o notório domínio do PSD… Mas, como se diz no manifesto do candidato do PSD à Câmara, João Manuel Esteves, as eleições autárquicas devem refletir o voto nas pessoas e nos projetos. No entanto, incoerentemente, a “máquina” do PSD não trabalha para que seja assim. Por um conjunto de razões – por ausência, descoordenação e falta de aposta nas pessoas mais jovens por parte do PSD, a que se junta a descredibilização do MSI –, a CDU tem boas condições e um bom projeto, isto depois de um bom trabalho feito na Assembleia.

Alguns soajeiros dizem que a lista da CDU “é a mais capaz e a que tem ideias”, mas acrescentam que não votam na coligação. Em que medida o voto na CDU é ainda um estigma?

É. Tem tudo que ver com o domínio do PSD e com a dificuldade em votar nas pessoas ou no projeto. Há, ainda, muito o voto por militância. Não é normal que pessoas da minha geração me digam que ‘não tenho hipótese por estar na CDU’. O seguinte raciocínio é grave: ‘se estivesses no PSD, não tinha sequer de fazer campanha’.

Como é que se explica que o partido que foi poder de 1997 a 2013, e que perdeu as eleições há quatro anos, apresente uma lista em que três dos quatro primeiros são candidatos do passado?

Gostava de perceber isso. Acho que a sociedade está doente e isso nota-se tanto em Soajo como noutras freguesias do concelho onde o PSD é concorrente único. E quando há um domínio de uma força política, seja de que cor for, isso acaba por refletir este tipo de doenças. Estar agarrado ao poder e a insistência nos mesmos rostos também se repercute no executivo camarário, e veja-se a dança de Francisco Araújo com João Manuel Esteves.

A propósito, Francisco Araújo classificou de “lirismo” as candidaturas da CDU, dizendo que “não levam a lado nenhum”. Quer comentar?

Quero dizer apenas que o momento de maior visibilidade de Soajo, e que ainda deu muitos frutos durante o período do PSD, foi durante o mandato da CDU. Foi o auge na governação de Soajo e na altura em que a CDU puxava por Soajo, e fazia muito pela terra.

O que é que destaca, em linhas muito sucintas, do programa da CDU? Qual a primeira medida de fundo a tomar se a CDU ganhar as eleições?

Queremos direcionar muita atenção às pessoas mais velhas, pensando, por exemplo, em soluções para facilitar a mobilidade e a deslocação deste grupo etário. Paralelamente, pretendemos fixar a população, evitar a continuação do êxodo e tentar recuperar algumas pessoas que já abandonaram a Terra. Como? Criar condições para a implementação de iniciativas e de projetos de sucesso. Esta é uma altura muito boa, graças ao grande fluxo turístico. E, depois, há uma segunda vertente, que é o património, englobando a manutenção (limpeza), ponto central do nosso programa, dada a falta de limpeza durante estes quatro anos. Os lugares estão muito sujos. Além disso, há muitos arranjos por fazer.

Mais do que os caminhos, a questão primordial, para a CDU, é a recuperação do património histórico-cultural de Soajo, caso das eiras, dos espigueiros e dos moinhos. Também devemos olhar para os sítios que abandonámos há muito tempo, como é o caso da Várzea, que é um sítio com condições únicas, para fazer qualquer coisa ligada ao turismo, trazendo outro tipo de turismo. Há uma albufeira e um plano de ordenamento das albufeiras, que está aprovado, é uma questão de o colocar em prática. E existem fundos para aproveitar. Se não fizermos nada agora, vamos perder a derradeira oportunidade de financiamento.

Voltando ao tema dos idosos, a construção do lar é exequível?

O lar é exequível. Já tivemos uma reunião na Segurança Social (SS) para falarmos com conhecimento de causa e com mais segurança. É, de facto, realizável, mas tem de ser apresentado um projeto. Teremos de trabalhar em parceria com outras entidades de Soajo. O trabalho conjunto com os Baldios é viável, até porque esta instituição tem alguma disponibilidade financeira, sem esquecer, eventualmente, uma parceria com a Câmara, sendo certo que a SS só financia uma parte do projeto.

As receitas da Junta, entre protocolo municipal e Fundo de Financiamento das Freguesias, são muito minguadas. O que é que a Junta pode fazer com cerca de 80 mil euros anuais?

Com este dinheiro, não pode fazer muito.

Vai reivindicar o reforço de verbas municipais?

Sim, temos de reclamar ou, pelo menos, pressionar a Câmara no sentido de comparticipar nalgumas candidaturas. Se a verba não vier diretamente, então, que venha de modo indireto. É uma solução.

Nesta altura de campanha, o que é que tem ouvido das pessoas?

Hoje, uma senhora dizia que ‘o mais necessário era paz’. Neste sentido, temos de estabelecer um clima de paz entre os diferentes organismos, incluindo Baldios, Comissão de Regadios e Associações, para trabalharmos em conjunto. Só assim conseguiremos chegar mais longe.

De um modo geral, os soajeiros dizem que ‘é preciso mudar’ e que ‘é preciso gente nova’. São das coisas que mais se ouvem. Depois, há queixas de que há algum ‘abandono de património’ e de que ‘as pessoas só aparecem agora e não voltam mais’. Nos lugares mais despovoados, como em Adrão e Várzea, mais do que uma palavra que os poucos habitantes possam dizer, nota-se uma grande alegria por verem pessoas, independentemente do que os visitantes vão lá fazer.

E o que vai auscultando do eleitorado mais esclarecido e mais bem informado que reside na vila de Soajo?

É mais esclarecido, sim, mas também é o mais contido, porque somos, talvez, muito próximos e ninguém quer ferir suscetibilidades. Parece que não se pode dar a cara, que temos de fazer as coisas às escondidas. Não é saudável democraticamente.

Existe um clima de hostilidade?

Eu não sinto um clima hostil, mas as pessoas sentem necessidade de haver um fechamento.

Qual o objetivo eleitoral da CDU? Superar a centena de votos?

O objetivo é ganhar as eleições, obviamente [risos]. E, desta vez, sou um bocadinho mais clara. Acredito que temos um bom projeto e uma ótima equipa. E temos uma boa mescla, com juventude e experiência – o professor Enes é uma das grandes referências.

Se não ganharmos, só teremos um bom resultado se evitarmos a maioria absoluta [de outro força política].

E, neste caso, a CDU admite ou descarta a possibilidade de compor o executivo em aliança com o PSD ou com o MSI?

A CDU não descarta qualquer possibilidade. Temos de ser coerentes: se eu defendo que as pessoas devem começar a aprender a sentar-se à mesa para discutir e conciliar ideias ou vontades, então, tenho de ser a primeira a estar disponível para isso.

O senhor Manuel Barreira da Costa não tem sido uma referência e não tem conseguido formar alianças, além de não saber dar voz a outras pessoas. E, infelizmente, também se tem verificado isso com a Cristina Martinho, que tem gerado um clima de conflito em todas as alianças que vai formando. Não sei se isso só tem que ver com ela ou se tem que ver com as alianças que ela procura. Apesar de tudo, Cristina Martinho merece-me um pouco mais o benefício da dúvida.

Em que medida a degradação das relações institucionais entre a CDU e o MSI se deve às querelas pessoais entre Cristina Martinho e António Amorim?

Acredito que sim. […] O António Amorim é o mandatário da CDU e apoia a CDU. Todos sabemos que ele tem uma forma de estar muito acutilante, que não é bem a forma de estar da CDU. Tudo isto foi discutido muito abertamente no seio da CDU.

O facto de António Amorim estar a levantar questões de foro jurídico-legal nas redes sociais, com as eleições à porta, não pode desfavorecer a candidatura da CDU que tem tentado fazer uma campanha pela positiva, ao mesmo tempo que dá um trunfo ao PSD, que sempre pode alegar que dos concorrentes só há “lavar de roupa suja”?

Não sei se está a dar um trunfo ao PSD… Mas a questão do 1 milhão de euros que foi recebido durante um período de tempo pelos Baldios, ao tempo do senhor Manuel Barreira da Costa, continua por esclarecer…

Mas existem lugares próprios para fazer essas denúncias…

Sim… Mas voltando ao início… Confesso que a questão de António Amorim e Virgílio Barreira terem feito aliança com a Cristina Martinho, nos Compartes, não era pacífica para mim. Durante algum tempo, achei que não me deixava numa posição confortável, porque tínhamos a Cristina Martinho, na Assembleia, enquanto secretária e tudo o que lhe apetecesse, e, depois, muitas vezes, [a mesma Cristina Martinho], enquanto presidente do Conselho Diretivo dos Baldios. Em certo momento, senti esta necessidade de perceber muito bem qual era a minha posição ou qual devia ser a minha posição perante aquela situação de aliança que se criou.

Achei que a minha posição tinha de ser a mesma que sempre foi, ficando claro que aquela não era uma aliança da CDU, era uma aliança de duas pessoas que apoiavam a lista da CDU, mas não podiam comprometer a CDU.

De resto, foram convidadas outras pessoas que não aceitaram integrar a lista da Cristina para os Baldios, nomeadamente o professor Enes, o Vasco Enes e eu… Não aceitámos integrar essa aliança com a Cristina.

Hoje, acho que fizemos bem, lamentando que António Amorim e Virgílio Barreira se tenham metido nesta situação, que acabou por sobrar para todos, mas também permitiu desmascarar mais cedo algumas situações.

Devo dizer, ainda, que algumas situações que vêm sendo reveladas por António Amorim têm sido adiadas há muito tempo pelos Baldios para serem tornadas públicas. Julgo que havia documentação para fundamentar muitas das declarações que têm sido feitas, e não foram fundamentadas, documentalmente, porque, pelo visto, o acesso aos documentos já não é o mesmo.

Concluindo, este bate-boca não é, de facto, a melhor forma de fazer as coisas, não acho que seja nunca. E, na minha ótica, com cada instituição no seu lugar, Soajo só tem a ganhar com um clima de cooperação entre as várias instituições. A Junta de Freguesia e os Compartes, em conjunto, podem fazer mais por Soajo. A Junta também depende dos Compartes.

A CDU tem vindo a amolecer a oposição em sede de Assembleia de Freguesia. Como é que explica o voto a favor do Plano de Atividades’2017? Pareceu, pelo menos, um voto contraditório em relação às posições anteriores?

E foi… O voto contraditório resulta do facto de estarmos, pela segunda vez, perante aquele Plano de Atividades, e, como todos os anteriores, não trazia inovação nenhuma, repetia ideias e nele só foram introduzidas algumas alterações insignificantes. Confesso que esse foi dos momentos de maior fraqueza e desmotivação da minha parte. Se houve pressões do presidente da Junta? Pressões, não, fui, sim, abordada, mas tenho consciência de que a não aprovação do Plano de Atividades, tal como acontece com o Relatório de Contas, não faz nenhuma diferença em termos práticos.

Sem fugir à pergunta, a CDU amoleceu, admito que sim, porque também começou a desmotivar-se. Ao fim do terceiro ano, já não íamos para a Assembleia com a mesma força que íamos antes, quando começámos a ver que nada acontecia. E a participação dos soajeiros também regrediu. Foi geral.

A partir de uma certa altura, eu sentia que, se eu não falasse, não intervinha ninguém. Durante um período, cheguei a pensar “então, não vou falar”. Mas não podia desrespeitar as 91 pessoas que votaram na CDU em 2013.

Destes quatro anos, sobram longuíssimos diálogos entre a deputada Sandra Barreira e o presidente Manuel Gomes Capela. Para quem esteve do lado da assistência, os mesmos pareceram sempre demasiado estéreis. Quer comentar?

E foram. O presidente da Junta nunca teve intenção de concretizar absolutamente nada que não fossem recados que lhe pediam ou que ele achava necessário.

E porque é que o presidente da Junta nunca ouviu as insistentes mensagens e propostas da CDU?

Acho que o senhor presidente da Junta não me ouviu como também não ouviu ninguém. Devo dizer que a má relação política nunca passou para o campo pessoal.

O que é a CDU pensa fazer para “reerguer” a Feira das Artes e Ofícios Tradicionais (FAOT), que vive uma fase de apagamento quase total?

Acho que é fundamental trabalhar com as associações. Em relação à data, nos seus primórdios, quando eram ainda as Jornadas Soajeiras, o evento chegou a realizar-se em junho. Essa descentralização em relação ao mês de agosto não me parece má.

No entanto, quando se começou a fazer a FAOT no início de agosto, com mais emigrantes presentes, ou com alguns, e até fazendo com que depois os emigrantes viessem nessa altura, então, neste quadro, entendo que se deve respeitar este calendário, havendo o compromisso de realizar a FAOT entre fim de julho e início de agosto, sem prejuízo de organizar outros eventos, noutros períodos do ano, que devem acontecer.

Devo dizer, também, que o feedback dos não-residentes, em relação à FAOT, é incontornável e tem de ser respeitado.

O que tem de ser feito para rentabilizar o Posto de Turismo de Soajo?

Temos de o pôr a funcionar. Ele não funciona. As técnicas não estão capacitadas, há situações caricatas… E o material promocional tem de trabalhar a marca “Soajo”, com enfoque na imagem. É essencial trabalhar os panfletos e a informação partilhada, porque há muita gente que vem para Soajo e não sabe que vem para Soajo.

Esta questão da imagem é muito importante e liga-se, também, à necessidade de uniformizar a sinalética, que tem de ser mais cuidada. E o mesmo “fio comum” deve existir na toponímia.

Se a Sandra Barreira for a próxima presidente da Junta, o que tenciona fazer para melhorar a comunicação entre a Junta e a população, seja residente ou emigrante?

Como consta do nosso programa, pretendemos criar uma plataforma online que permita fazer sugestões e reclamações, assim como facultar documentação simples, podendo este serviço ser presencial ou ser realizado pelo correio. Também queremos divulgar o que se vai fazendo em Soajo, fazendo com que a atividade da Junta vá muito além de caminhos, quelhas ou tolas.

No plano cultural, o que é que a CDU quer fazer?

Pretendemos trabalhar com as associações para organizarmos eventos, além de criar ciclos/circuitos pelos lugares, distribuindo pelos vários lugares a realização de atividades como a desfolhada, o fiadeiro ou o encontro de cantares. É importante criar esta dinâmica em parceria com as associações e os ranchos. Ou seja, queremos recuperar o que se perdeu e fazer um pouco mais. E, depois, temos todo o interesse em divulgar ações para os artistas que existem em Soajo, realizando exposições e concursos, por exemplo.

E o que está a ser pensado pela CDU com vista à criação de um programa que ajude o turista a ficar uns dias em Soajo? E que sinergias podem ser trocadas com as freguesias vizinhas?

É essencial trabalhar com Lindoso, S. Jorge e Ermelo – temos as margens do rio Lima para explorar. Eventualmente, todos terão ideias diferentes, mas estamos interessados em trabalhar em conjunto para o desenvolvimento de um roteiro potenciador dos desportos aquáticos… Além disso, não queremos deixar de fora Cabana Maior.

Como é que a CDU olha para o Parque Biológico do Mezio?

Acho que o Parque Biológico é uma mais-valia. Entendo, sim, que esta infraestrutura deve ter o nome de Soajo associado, que é uma coisa que escapa nos equipamentos que vão sendo criados. Esta é a altura certa para integrar o nome de Soajo. De resto, não tenho nada a opor. Além disso, esta valência vai trazer pessoas ao território.

Porque é que a representatividade dos lugares de Soajo na lista da CDU é tão reduzida?

É reduzida, sim. Só temos um elemento de Vilar de Suente [Virgílio Barreira]…

É um ponto fraco, portanto...

Claro que sim e admitimos que assim é.

Porque é que a CDU não trabalhou a prazo para superar essa pecha?

A dificuldade da CDU reside no facto de as pessoas dizerem ‘nós apoiamos, vamos votar, mas não podemos dar a cara’. Houve convites, a recetividade foi boa, mas as pessoas não querem o nome na lista. De resto, há dois casos em que as pessoas não quiseram fazer parte da lista e integraram outras forças concorrentes, porque já lá tinham família, ou não sei quem, e, por uma questão de respeito a alguém, anuíram a pedidos, embora nos digam que, no fundo, ‘estão mais connosco’…

Se a Sandra Barreira for eleita presidente, vai cumprir o mandato e fazer vida em Soajo? Já pensou nisso?

Claro que já pensei nisso. Tenho de me resolver para estar disponível aqui [em Soajo]. E à medida que as eleições se vão aproximando, e também com o feedback positivo que tenho recebido, sou obrigada a pensar nisso.

Sou advogada, trabalho por conta própria, posso exercer a profissão em qualquer parte, é óbvio que terei momentos em que serei obrigada a estar noutro sítio, mas isso podia acontecer se morasse nos Arcos, e não é por estar no Porto que há um impeditivo.

Caso os emigrantes pudessem votar, em que medida as possibilidades de vitória seriam reforçadas?

Haveria um reforço da expressão eleitoral da CDU. Porquê? Porque os emigrantes conseguem dissociar a questão partidária dos interesses da Terra, e conseguem ver mais longe.

Diga duas ou três razões para os indecisos votarem na CDU.

Que votem nas pessoas, no projeto e na competência.

 ***

 

Cristina Martinho (MSI): “A lista do MSI é a melhor das três”

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Disse, em entrevista recente, que o atraso de Soajo se devia à “falta de interesse” dos autarcas eleitos. A Cristina Martinho não se coloca no rol desses autarcas, visto que faz parte do executivo em funções desde outubro de 2013?

Fazia parte do executivo… E a rutura com o presidente e o resto do executivo foi, precisamente, porque os colegas nunca aceitaram o desenvolvimento de Soajo. E isso é público. Nas primeiras assembleias, houve um orçamento e houve um projeto que foi pago pela Junta de Freguesia de Soajo, e, depois, ficou numa gaveta, simplesmente…

Qual o projeto a que se refere? O do Foral de Soajo?

Sim… O projeto era arranjar eventos e estruturas na vila de Soajo e em todos os lugares para o desenvolvimento das comemorações dos 500 anos do Foral de Soajo. Havia um projeto para esse efeito e um orçamento, mas o resto do executivo e a oposição acharam que não era de interesse.

O projeto de que fala é o que esteve “apalavrado” com uma empresa de S. Jorge?

Esteve… Não avançou por resolução dos senhores Manuel Gomes Capela e Lourenço Couto, que também alinhou com o presidente. O projeto custou 8 mil euros à Junta de Freguesia de Soajo.

Foi aí que começou o clima de “guerrilha” no seio do executivo?

Claro… Lembro que todas as reuniões do executivo foram feitas quando eu não estava e tenho fotografias de uma ata feita no computador que, depois, foi corrigida e manuscrita com outra data. Nestes quatro anos, foi tudo feito em segredo. Nunca soube de nada, até porque a gaveta estava fechada à chave.

Porque é que não se demitiu entretanto? Em que medida é que os interesses pessoais se sobrepuseram aos da freguesia?

Não me demiti porque não sou pessoa para me demitir e acho que Soajo precisa de alguém com ideias para ser desenvolvido, daí a minha luta. E, se eu saísse, eu ia ajudar a freguesia? Olhe, a saída de António “Capela” [António Rodrigues Gomes] ajudou? Não! Tinha ajudado se ele tivesse contrariado as votações em favor do programa do MSI.

Sendo o executivo um órgão colegial, a secretária Cristina Martinho não tem também responsabilidades pelo falhanço do mandato?

Não assumo este falhanço – falhar era estar quieta, ficar calada e aprovar todas as asneiras. O MSI, durante este mandato, fez o trabalho que lhe competia, que foi o de contrariar esta política do “não se faz nada” e do “não é de interesse”.

Porque é que Cristina Martinho, na qualidade de presidente do Conselho Diretivo dos Baldios de Soajo, não promoveu uma política de cooperação com a Junta?

Eu promovi, eles é que não aceitaram nada. Tudo o que viesse dos Baldios não era aceite, mesmo uma sugestão. Uma coisa simples: quando precisávamos das carrinhas, ouvíamos um rotundo “não”. Tive de bater o pé para promover a deslocação das pessoas às ações de plantação. Ou seja, nunca houve cooperação da Junta. E veja-se: os Baldios têm um trator que podia servir para os trabalhos da Junta e, simplesmente, não se aceita. Contratou-se uma empresa para limpar os caminhos, por 7300 euros, quando se podia fazer um protocolo com os Baldios. Mas o senhor presidente está fechado a tudo…

Por falar no trator, em que medida há fundamentação na denúncia segundo a qual o trator adquirido pelos Baldios está parado e sem lhe ser dado um uso?

Não vou inventar um uso… Mas esta semana [semana passada] o trator foi utilizado na limpeza da estrada da Várzea, que bem precisava… Acontece que os nossos terrenos não são os melhores. Quando é possível, muito bem, caso da plantação em que o trator esteve a trabalhar durante uma semana, mas quando não é… Daqui resulta que o trator é uma mais-valia quando faz falta, mas não vou inventar um uso…

Quero dizer, ainda, que o trator é do povo, não é dos Baldios…

Fazendo uma retrospetiva ao mandato da Junta, o que é que destaca de positivo?

Não vejo nada [de positivo]. O mandato foi um fracasso. Dividiram-se mais as pessoas e [o mandato] “morreu” no tempo.

Não receia que os eleitores de Soajo “castiguem” a inércia do executivo MSI?

Acho que os soajeiros “castigavam” o MSI se nós estivéssemos calados e tivéssemos aprovado as políticas do presidente, que foi o pior de todos. A verdade é essa.

Se o MSI não deve ser penalizado, quem deve ser “castigado”? O PSD, que se pautou pela ausência de propostas, e a CDU, que teve uma postura nem sempre coerente?

Ora bem… Acho que os soajeiros começam a entender o porquê de as pessoas falarem. Eu falo com provas. Não é só dizer por dizer. O PSD, claramente, abandonou a Assembleia… Um dos eleitos [Manuel Barreira da Costa] esteve um ano de baixa médica e, depois, fez-se notar pelas ausências. Em 2017, por exemplo, houve seis assembleias e o senhor [Barreira da Costa] só esteve em três.

Porque é que o MSI tem na lista que candidata às autárquicas alguns nomes que, segundo muitos observadores, não souberam conduzir os trabalhos no órgão deliberativo, caso de Maria Tibeiro Branco. Porquê esta recandidatura?

Porque Maria Tibeiro Branco faz parte dos elementos que fundaram o MSI… Será que Maria Tibeiro Branco teria melhor desempenho se ela fosse mais autoritária? Olhe, deixou falar a Sandra Barreira durante uma hora e meia para que no fim [esta] se abstivesse… Se deixasse falar durante cinco minutos, será que ia mudar o comportamento da Sandra? Não, pelo menos ficámos a conhecer o pensamento da Sandra. Não devemos ser assim tão repreensivos e não é preciso contar os cinco minutos.

Insisto, a Maria Tibeiro Branco faz parte do MSI, nunca virou costas e, portanto, é sempre um bom elemento.

O senhor Lourenço Couto, que tem sempre divergido da Cristina Martinho, ainda, assim, foi convidado para a lista do MSI. Porquê este paradoxo?

O senhor Lourenço, para minha surpresa, em março ou abril, disse que iria sempre apoiar o Movimento. O MSI é um grupo de soajeiros por Soajo. Não descartamos ninguém. Ele está no executivo, foi-lhe feita a proposta. Achou que não devia continuar, paciência.

Mas, num primeiro momento, o senhor Lourenço terá aceitado ou, pelo menos, mantido a porta entreaberta…

Sim, ficou com a porta entreaberta… Mas acho que o presidente da Junta o chamou à razão…

A lista do MSI tem vários candidatos de Vilarinho das Quartas, parecendo haver um peso desproporcionado deste lugar na composição da lista… Não é uma forma de captar votos tirando partido da influência exercida por vários elementos nos Baldios e na Associação de Vilarinho?

O que acontece é que as pessoas de Vilarinho são mais ativas e querem participar… As pessoas deste lugar vêm às assembleias, Vilarinho tem uma comissão de melhoramentos, que só Vilar de Suente possui também…

Mais: a nossa lista é a melhor das três, temos, por exemplo, o Fernando Gomes, que é uma pessoa mais jovem, tem ideias e dedica-se às coisas. Houve mais convites feitos a jovens? Convidei um jovem da vila de Soajo, que foi o Manuel Lage…

Depois do apoio concedido à Associação de Vilarinho, que foi investido na sede, as restantes associações não podem reclamar o mesmo direito? Será que os Baldios possuem um bolso sem fundo?

Podem reclamar, sim! Vilarinho das Quartas recebeu porque a obra era grande e é uma Associação que funciona e está a fazer alguma coisa por Soajo. Mas Vilarinho das Quartas é Soajo. Lembro que o Plano de Atividades dos Baldios contempla uma verba, aprovada, para ajudar as associações, quando estas precisam e fazem alguma coisa. Este ano, ninguém levou nada.

Falando do programa, quais as grandes “bandeiras” do MSI em termos de projetos, obras e investimentos?

Em relação às obras, se me disserem o lar, acho que é a pior mentira que podemos dar aos soajeiros. É verdade que ele faz falta, mas não é possível e todos nós o sabemos. Não vale a pena andarmos a dizer que para o ano vai nascer um lar, porque não vai nascer.

Porque é que diz isso?

Porque, se calhar, a única possibilidade que haveria seria através da Santa Casa da Misericórdia de Arcos de Valdevez e a grande maioria dos soajeiros são contra esta eventual parceria.

Enfim, as obras prioritárias para Soajo são as que propiciam o desenvolvimento. Não nos interessa nada andarmos a prometer mais 2 km de estradas e de alcatrão, porque daqui a dez anos não temos ninguém a passear no asfalto.

Temos de aproveitar o que já existe, realizando projetos com as estruturas que temos. Ou seja, temos de recuperar e dignificar o que há, pois, com o dinheiro de duas estradas, recupera-se todo o património existente.

Se os outros candidatos tiverem olhos na cara, concordarão que existem estruturas para divulgar tudo o que temos. E, se andarem pelos lugares, porque Soajo não é apenas o Largo do Eiró, todos se aperceberão que está lá tudo.

Quais as principais necessidades identificadas nos lugares?

Romper, principalmente, com o isolamento da população idosa, que carece de acompanhamento, de afeto e de cuidados de saúde. A propósito: qual foi a posição do presidente da Junta aquando do programa ‘Aldeia Feliz’, que foi cancelado? Foi atrapalhar e cancelar a iniciativa. Será que Soajo não tem necessidades? É só abrir os olhos, porque há necessidades de todo o tipo.

Fazendo uma ronda pelos lugares… Em Paradela, o que pensa fazer?

Há um núcleo de espigueiros que precisa da nossa atenção… E temos uma entrada em que as pessoas, sobretudo no inverno, não conseguem transitar por causa do gelo. Essa estrada foi prometida, há três mandatos, e nunca foi feita, enquanto se fazem “obrinhas” que não são necessárias, caso do levantamento de calçadas em bom estado, esquecendo-se o que é verdadeiramente imprescindível, como é a mobilidade da população envelhecida.

E, nos restantes lugares, quais os investimentos que estão em vista?

Ponto prévio: vai ser preciso intervir em caminhos para reparar asneiras feitas neste mandato…

Em Vilar de Suente, temos o famoso problema do Caminho do Cemitério, que carece de pavimentação e de uma recuperação. Temos lá uma eira, pena que os caniços de verga, e também alguns de granito, tenham sido vendidos. Dentro das nossas atribuições, devemos contrariar este declínio, conservando este património e sensibilizando as pessoas para não venderem estes “tesouros”.

Já Vilarinho das Quartas é dos lugares com melhores acessos… Temos de olhar para o que existe, divulgando as lagoas.

Em Adrão, estamos empenhados em promover o Senhor da Paz, criando, aí, eventos como umas feirinhas com bênção do gado.

Cunhas, como Vilarinho, não tem muito património histórico, mas há outras realidades históricas… Cunhas é a terra dos passadores e é de lá uma personalidade ilustre de Soajo, como é o senhor João Fernandes… Por isso, temos de divulgar a história dos caçadores e, inclusive, criar um museu, além de uma oficina da concertina, porque é a “terra dos tocadores.

De um modo abrangente, o que nos motiva é criar condições para que os turistas fiquem cá uma semana, explorando os vários pontos de interesse. Ou seja, pretendemos criar um roteiro para que os visitantes fiquem por Soajo vários dias. Não é vir a Soajo e visitar o Largo do Eiró e os espigueiros. Soajo é muito mais do que isso. Por fim, o problema dos cemitérios é comum a todos os lugares.

Se for eleita, qual a prioridade das prioridades?

É ajudar à fixação de pessoas em Soajo, arranjando maneiras para que as pessoas criem o seu próprio posto de trabalho. Temos de ser agentes facilitadores na agricultura e no turismo, onde, até, já existe a empresa do Manuel Lage, que é espetacular.

Precisamente, na área do turismo o que falta fazer para subir na escala de valor?

Desde já, organizar o Posto de Turismo para ajudar Soajo, porque, neste momento, este equipamento não está a funcionar para o bem de Soajo.

Quais as lacunas que identifica nesta valência?

Primeiro, há poucos levantamentos do que é nosso. Quem for ao Posto, fica a par do Poço Negro, do Poço das Mantas, do Pelourinho, dos espigueiros e, depois, temos Arcos de Valdevez. Ou seja, há falta de material e há desinformação.

Ao fim de semana, não sabem encaminhar para lado nenhum de Soajo e, durante a semana, temos a funcionária da Junta, que muito faz, mas não tem qualificação na área do turismo, além de ser uma sobrecarga de trabalho aliar a atividade da Junta à do Centro de Turismo. O que acontece é que, por vezes, o trabalho da Junta fica sacrificado. Precisamos, portanto, de uma pessoa especializada para o Posto.

Além disso, para quem chega a Soajo, é importante haver toponímia – devemos ser a única freguesia que tem sete caminhos do Sacramento – e uma sinalética enquadrada e à vista.

Que medidas pretende empreender para revitalizar a Feira das Artes e Ofícios Tradicionais?

Para já, temos de rever a data. A feira tem de ser organizada no início de agosto. E, depois, temos de fazer bem o trabalho de casa, divulgando-a muito melhor fora do Largo do Eiró. Além disso, temos de aprender com as edições recentes: gratuitidade dos stands favoreceu a adesão este ano.

Como é que encara o relacionamento com as freguesias vizinhas?

Temos todo o interesse em colaborar com as freguesias vizinhas, incluindo Cabana Maior. Em relação a Ermelo, com quem temos uma ponte comum, devemos aproveitar o que há, criando um trilho. E todos ficaremos a ganhar se promovermos, também, boas relações de vizinhança com a Gavieira.

Sobre o Parque Biológico do Mezio, o que é que pensa a candidata Cristina Martinho? Vai colocar objeções ao avanço desta infraestrutura?

O Parque Biológico do Mezio não é mau, não sou contra o Parque. Desde logo, porque as pessoas que vierem ao Parque visitarão a freguesia de Soajo, Temos é de tirar proveito disso. A única coisa que me aborrece é não saber se está em território de Soajo ou se está em território de Cabana Maior. O presidente da Junta devia ter feito diligências, mas não fez.

O que é pensa fazer para melhorar a comunicação entre a Junta e os soajeiros (residentes e emigrantes)?

É muito bom criar uma página de Internet para comunicar com a população, mas não nos podemos esquecer que poucos soajeiros residentes têm Internet. A Várzea nem sequer tem rede de telefone!...

A autarquia de Soajo, entre protocolo municipal e o Fundo de Financiamento de Freguesias, tem recebido cerca de 81 mil euros por ano. O que é que se pode fazer com uma verba tão exígua?

É muito pouco dinheiro… Mas com pouco temos de fazer muito pela divulgação, pela recuperação e pela dignificação. Podia dizer que podia fazer isto e aquilo, mas não vou mentir.

Se for eleita presidente da Junta vai reclamar o aumento do valor do protocolo municipal, que este ano foi de 30 mil euros?

Claro que vou reclamar, outra coisa é saber que vai haver recetividade. Como é que Soajo, com 5400 hectares, pode receber o mesmo do que uma freguesia que tem 300 ou 400 (hectares)? Terá de haver, portanto, uma revisão dos critérios, porque uma freguesia como Soajo tem mais necessidades do que a grande maioria das freguesias do concelho.

Qual a sua meta para estas eleições? Acha que vai ganhar com maioria absoluta?

Não acho nada… Espero para ver.

E qual o retorno que tem? Que estímulos tem recebido? E queixas?

O que se ouve é que “estou contigo”, mas outros ouvirão o mesmo. Todos nós estamos a fazer campanha, mas o povo tem uma ideia sobre nós e a palavra decisiva é dos eleitores.

Se o MSI ganhar as eleições sem maioria absoluta, admite formar uma aliança com a CDU ou com o PSD? Ou descarta liminarmente estas possibilidades?

Hoje, apetece-me dizer que descarto, completamente, esta possibilidade.

Mesmo com a CDU?

Sim, mesmo com a CDU. E com o PSD também.

Quem “ceifou” a equação de trabalho conjunto com a CDU?

António da Costa Amorim. Este senhor aproveitou uma lista dos Baldios, aproximou-se para atingir os objetivos dele, nomeadamente para fazer campanha em benefício da CDU. E os Baldios não têm cor política. Eu não me sirvo dos Baldios para atingir a Junta de Freguesia. Nenhum dos candidatos afetos à lista do MSI o faz. Não aproveito o trabalho dos Baldios para chegar lá. O senhor António Amorim aproveitou o “palco” dos Baldios para andar aí a dizer umas coisas que não correspondem à verdade. Todos sabemos porque ele faz isso – os 47 votos que ele teve nas eleições autárquicas de 2009 nunca chegariam para grande coisa.

Mas António Amorim não integra, desta vez, a lista da CDU à Assembleia de Freguesia de Soajo? É apenas o mandatário…

Ainda menos percebo, é mandatário, mas é sempre CDU. Aliás, lembro que uma publicação que apaguei promovia, claramente, a CDU. Ou seja, o senhor António Amorim utilizou a página dos Baldios para dizer “A CDU…”, instrumentalizando esta ferramenta de comunicação. Isso não pode acontecer. Foi devido a esta remoção, por ação minha, que começou o mal-estar.

Devo dizer, também que, em relação à Casa do Murço, o senhor Amorim nunca transmitiu ao resto do Conselho Diretivo que se estava a fazer uma candidatura. E, quando fui chamada, tínhamos dois dias para ultimar a candidatura. E em dois dias não se convoca uma Assembleia nem se fala com toda a gente.

Quer na Junta quer nos Baldios, sobram desinteligências entre a Cristina Martinho e os senhores Manuel Gomes Capela e António Amorim. Não teme que se crie a ideia de que é uma pessoa difícil ou os defeitos residem nas pessoas que têm trabalhado consigo?

Nenhuma pessoa é perfeita… Eu até sou fácil, mas todos sabemos o seguinte: com o senhor Capela, parámos no tempo, o senhor entrou para a Junta para parar… Daí a minha reação negativa. Com o senhor António Amorim, não me chateei. Ele fez uma publicação no dia 25 de maio e, desde então, nunca mais o vi. Ele não aparece, afastou-se. Nem sequer respondi aos ataques dele e nunca lhe telefonei aos gritos. Por isso, quem esticou a corda foi ele. Não lhe liguei de lá para cá, porque quero acreditar que, depois das eleições, vamos todos voltar a ser amigos.

Como é que está a viver este período de eleições na vila de Soajo?

Trabalhando na vila de soajo, pela primeira vez em altura de eleições, sinto um clima terrível desde agosto… Não fazia ideia e surpreende-me. Não gosto. Quem é que está a criar este ambiente? Os simpatizantes de outras forças políticas que deixam de falar com este ou com aquele. Há hostilidade entre as pessoas, não contra mim. Não estou sob pressão.

No próximo dia 1 de outubro, vai o MSI estar atento ao transporte dos eleitores dos lugares para as assembleias de voto?

Claro. O que acontece dentro das carrinhas é uma aberração. As pessoas são orientadas pelos motoristas, que são afetos ao PSD.

Essas pressões são feitas só por gente afeta ao PSD?

Neste caso, sim…

Aos eleitores que ainda hesitam, o que diria?

Que votem no MSI porque temos a melhor lista das três, as pessoas com mais provas dadas e o melhor programa.

 ***

Nota: As entrevistas foram realizadas por Armando Fernandes de Brito no passado dia 23 de setembro. Na salvaguarda dos superiores deveres de isenção e neutralidadde, Rosalina Araújo, por ser candidata da CDU à Assembleia de Freguesia de Soajo, não participou neste trabalho jornalístico.

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O sarcófago que estava “talhado” na Igreja Paroquial de S. Martinho de Soajo já não existe. O túmulo acabou destruído nos trabalhos de recuperação do adro que estão em curso. As restantes pedras tumulares continuarão preservadas.

O presidente da Fábrica da Igreja Paroquial de S. Martinho de Soajo, contactado pelo blogue Soajo em Notícia, explica os contornos deste caso.

“Nunca ouvi dizer que havia algo histórico [na lateral da igreja], nunca vislumbrei nada lá, e, claro está, não ia destruir uma coisa histórica se ela existisse na realidade”, atalha o padre Custódio Branco, que pergunta:

“Que tamanho é que tinha para que fosse visível?”, concluindo, então, que, se lá existia um sarcófago, este estava muito mal preservadinho”.

Questionado sobre se os trabalhos de recuperação do adro não estavam a ser realizados de modo negligente em relação ao património histórico, o sacerdote logo desresponsabilizou a Fábrica da Igreja e a empresa contratada para esta obra, ao mesmo tempo que evocou uma prática seguida pela Comissão Fabriqueira numa empreitada precedente.

 “Não houve descuido, mas, se houve, foi por falta de informação… Lembro que, na anterior intervenção, os sarcófagos foram preservados e estas pedras tumulares continuarão preservadas daqui em diante”, acrescenta o pároco, que puxa da História para recordar que, outrora, “os cemitérios eram dentro das igrejas… tanto assim, que, se abrirmos o soalho da Igreja de Soajo, vamos encontrar resquícios de túmulos”.

O padre Custódio Branco é pároco da comunidade de Soajo há dez anos.

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Investimento no património religioso

Da intervenção que está a ser feita na Igreja Paroquial de S. Martinho de Soajo, a qual deverá estar concluída até meados de outubro, já foram executados, entre outros, os trabalhos de restauro de portas e de substituição de madeiras laterais.

No presente, além da recuperação do adro da igreja, está em curso a construção de novas casas de banho, indo as anteriores ser convertidas em espaço de arrumos.

Dada a existência de fendas no teto da sacristia, também é objetivo da Fábrica da Igreja proceder à substituição da madeira deteriorada.

Segundo fonte conhecedora do processo, a despesa total orçada é de, sensivelmente, “41 mil euros”, existindo, apesar de o património pertencer à Igreja, uma importante comparticipação municipal, conforme deliberação de Câmara.

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A derradeira Assembleia de Freguesia, no presente mandato, durou cerca de 25 minutos. Na hora de balanços, sobraram críticas ao executivo, vindas de dentro e de fora do MSI.

No período de antes da ordem do dia, a secretária da Mesa, Manuela Jorge, questionou o presidente da Junta sobre “as diligências que o executivo fez por causa da dívida da autarquia ao IFAP [Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas]”.

“Temos uma dívida e ninguém fala disto, certo é que as eleições estão à porta, alguém vai carregar com isto às costas e as coisas vão complicar-se ainda mais no futuro”, vaticinou. O presidente Manuel Gomes Capela, segundo um direito que lhe assiste, recusou responder à eleita.

No “crivo” da dialética política também não foram prestados esclarecimentos sobre se a Junta salvaguardou, no contrato assinado com uma empresa soajeira, a existência de garantias para reparar “os caminhos e os passeios feitos neste mandato que se estão a partir todos”, como é o caso das intervenções feitas "há meia dúzia de meses em Adrão e na Várzea”, acusou Manuela Jorge.

A mesma interlocutora acusou o executivo de Soajo de estar a desbaratar verbas sem que se vejam resultados. “Gastou-se tanto dinheiro na limpeza e a empresa contratada não limpou nenhum caminho nos lugares. E, na vila, limpou o caminho de Sacramento, mais nada”, especificou a secretária, concluindo que a firma “ficou com 7 mil euros e não fez o trabalho”.

Na resposta, Manuel Gomes Capela referiu que a empresa “fez a primeira limpeza e vai dar a última agora”.

 

Obras acabadas ou em conclusão e um abrigo por construir

Em relação à atividade do executivo entre junho e meados de setembro, do ano em curso, Manuel Gomes Capela realçou os seguintes trabalhos:

. pavimentação do Caminho da Fraga da Mó (8165 euros) na vila de Soajo;

. arranjo do lavadouro da Casa do Povo  de Soajo (3130 euros);

. arranjo do Caminho do Lombo da Leira (6465 euros) no lugar de Adrão;

. construção de tolas (1950 euros) no lugar da Várzea;

. arranjo do tanque de Bairros (1022 euros).

Em curso, “está a construção de uma valeta em Paradela”, enquanto, também pelo presidente da Junta, foi prometida, a curto prazo, a colocação de um telhado sobre a placa do referido lavadouro público, além da construção de “bases para os contentores do lixo”.

Em relação ao – ainda – adiado abrigo para resguardar veículos e alfaias, Manuel Gomes Capela justificou-se com questões legais. “Os técnicos da Câmara disseram-nos que não ia haver licença para construir lá, até porque aquilo que uma Junta anterior fez num terreno que se comprou junto ao cemitério está ilegal, e nós não podemos continuar em ilegalidades”, defendeu-se o presidente da Junta.

 

“Quatro anos de vazio de ideias”

A deputada Sandra Barreira, da CDU, aproveitou a última sessão para fazer uma retrospetiva do mandato.

“A atividade do executivo não é só obras, quelhas, tolas… A atividade devia ser muito mais, mas não é… De resto, já há pouco a acrescentar. Nestes quatro anos, gastou-se algum dinheiro em coisas que valem muito pouco, os caminhos são necessários, […] mas nada foi feito, […] por exemplo, para fixar pessoas”.

“Tenho alguma pena que estes quatro anos tenham sido um vazio de ideias. […] Trabalharam muito menos do que alguma vez se trabalhou e todos vamos pagar essa fatura de quatro anos em que não se fez nada”.

O maior partido da oposição, PSD, remeteu-se ao silêncio, preferindo não tecer comentários sobre o mandato autárquico que começou em outubro de 2013.

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“Batismo” auspicioso fora de Soajo. A romaria da Senhora da Porta “apadrinhou”, ontem, 17 de setembro, a primeira exibição, “fora de casa”, do Rancho Folclórico das Camponesas da Casa do Povo de Soajo desde a refundação da coletividade, que, recorde-se, já tinha atuado nas Festas da Vila de Soajo em meados de agosto.

Após o momento formal de apresentações, com Manuel Carvalho na locução, o rancho soajeiro, que mistura juventude e experiência, abriu com a típica Cana Verde de Soajo. A seguir ao ritual de colocação da fita no estandarte, o “ressuscitado” rancho (fundado em 1978), como a ele se referiu o presidente da Casa do Povo de Soajo, desfiou uma bonita sequência de “modinhas”, de danças e de cantares tradicionais: do S ao Ramalhinho, da Chula ao Vira de Quatro (dedicado à plateia), do Vira Geral ao Vira do Leiras…

Ao desafio lançado por Manuel Carvalho para que a assistência “engrossasse” o Vira Geral, muitos voluntários “saltaram” logo para o adro da igreja da Misericórdia. E a eles também se juntaram os mesários João Manuel Esteves e António Lima, que, à sua maneira, mostraram algumas habilidades, cantando e dançando ao som da concertina.

No fim, sobrou a conclusão de que, o recém-refundado rancho, com a sua bonita estúrdia, e “puxando” pela paixão, pelo engenho e pelo cruzamento de gerações diferentes, tem tudo para vir a trilhar um caminho de sucesso, transportando o nome de Soajo por Portugal inteiro.

De resto, a participação ativa e entusiástica de muitos elementos infanto-juvenis, além da graciosidade que só as crianças sabem transmitir (com desmedida alegria), deixa salvaguardado o futuro do folclore soajeiro, lugar onde as meninas Catarina e Virgínia serão preciosas guardiãs dos cantares da Terra, como se viu pela exibição destemida que ambas tiveram este domingo, com os importantes estímulos da “veterana” Maria de Fátima…

Sem considerações de favor por parte deste blogue, foram merecidos os aplausos com que o público tributou os cerca de quarenta elementos do Rancho Folclórico das Camponesas da Casa do Povo de Soajo, servindo os elogios de importante estímulo para futuras exibições de gala…

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Soajo e o único Parque Nacional estão, cada vez mais, nas páginas dos media nacionais e internacionais. Desta vez, é o jornal L’essentiel, do Luxemburgo, que dá grande destaque ao território que ostenta “paisagens de cortar a respiração”. O artigo é encimado pelo título “Le parc portugais de Peneda-Gerês pour souffler” (em português, “O parque português de Peneda-Gerês para respirar”) e está devidamente ilustrado com paisagens verdejantes, uma queda de água, petiscos, vinhos, espigueiros e vistas deslumbrantes.

O primeiro parágrafo da peça, publicada esta quarta-feira, 13 de setembro, é uma descrição perfeita do destino apresentado para uma “viagem”. “O Parque Nacional da Peneda-Gerês, no norte de Portugal, é todo ele um quadro idílico. Existem vastos espaços verdes e aí oferece-se uma autêntica arte de viver”, lê-se.

Na reportagem que serve de excelente veículo de promoção do Alto Minho em terras luxemburguesas, o território de Soajo é visto como uma “etapa indispensável” no roteiro que Patrick Théry sugere na rubrica “Voyage” (“Viagem”). Pelas riquezas naturais, pelo património (espigueiros, pelourinho), pelos mergulhos em água cristalina e fresca, pela vida regalada que se leva, pelas caminhadas e pela oferta de alojamento, Soajo e o Parque são apresentados como tesouros a descobrir.

No trabalho de duas páginas, que surge resumido em plataforma online, é dito que, “pensando em Portugal, logo se imagina uma praia no Atlântico. Mas há outra parte que merece uma visita. […] Cruzar o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) é uma oportunidade para respirar ar fresco antes de encontrar a imensidão de turistas em locais mais movimentados”.

“Criado em 1971, o PNPG, único em Portugal, cobre mais de 700 km2 e oferece uma grande variedade de paisagens. Além do seu grande lago artificial, [o PN] está cheio de cursos naturais de água que foram mais ou menos feitos pelo homem para permitir uns banhos”, conta-se.

Ainda sobre as lagoas, e também acerca das riquezas naturais e arquitetónicas, a descrição é superlativa. “A água é fria, mas que experiência única! No curso de caminhadas e de descobertas, o viajante encontrará, inevitavelmente, o caminho para a Peneda. Esta é, sem dúvida, uma das aldeias de montanha mais bonitas. A meio caminho entre Lamas de Mouro e Soajo, o viajante pode cavalgar um despenhadeiro debruçado sobre uma colina e [contemplar] uma cascata natural. Um espetáculo impressionante. Um bom pretexto para uma paragem, desfrutando-se do antigo edifício destinado aos peregrinos, que se transformou num hotel”, explica o articulista. 

O blogue Soajo em Notícia agradece a António Gonçalo Enes pela gentileza de nos ter encaminhado a reportagem recém-publicada.

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O ano letivo 2017/2018 começou esta quarta-feira, 13 de setembro, na Escola Básica da Eira do Penedo/Jardim-de-Infância, com a receção aos alunos matriculados nesta instituição. Após as férias, o regresso à escola é sempre um momento de reencontros e, também, de ansiedade. Como principal novidade, pela negativa, o 1.º ciclo vai ter apenas um professor e uma sala a funcionar para quatro níveis de escolaridade.

A comunidade educativa marcou presença neste dia de apresentações. Os pais e encarregados de educação conduziram os 17 educandos do 1.º ciclo e as sete crianças do ensino pré-primário à sala onde o coordenador Fernando Jorge de Melo Gomes (Joca) explicou os horários a vigorar no novo ano letivo, assim como as disciplinas do plano curricular e as regras de funcionamento.

Em declarações ao blogue Soajo em Notícia, o mesmo responsável realçou o empenho do edil João Manuel Esteves e da assistente operacional (auxiliar) Ana Quintas para que o pré-escolar continue, este ano, de portas abertas para sete meninos, existindo a possibilidade de o número engrossar a curto prazo. As crianças matriculadas na pré-escola, que são de Soajo (vila, Vilar de Suente e Cunhas) e de Rouças (Gavieira), conheceram nesta sessão de boas-vindas a professora Helena.

No que diz respeito ao 1.º ciclo, funcionará uma turma mista com os quatro níveis de escolaridade, um desafio, sem dúvida, para a professora Maria de Fátima. A população escolar inscrita é quase toda ela de Soajo, havendo apenas um aluno de Tibo (Gavieira).

A auxiliar Ana Quintas prestará apoio a todos os alunos do pré-escolar e do 1.º ciclo.

Depois da receção, as atividades letivas arrancam esta quinta-feira, 14 de setembro.

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Soajo recebeu, de 8 a 10 de setembro, o III Encontro Ser EducAção. Esta organização, que refletiu sobre “Ser, Educar e Agir”, pertenceu à Associação Moving Cause, que contou com o apoio de várias instituições soajeiras (e não só).

O evento valorizou, este ano, o contacto com o meio natural e, segundo esta lógica, o programa desfiou várias ações de educação ambiental com “momentos de exploração, reflexão e diversão para adultos e crianças”.

A animação, muito diversificada, distraiu os participantes deste Encontro que se realizou bem longe dos centros de decisão.

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No ribeiro a jusante da “Ponte Velha” de Ermelo, na fronteira com Soajo, foi feito, em tempos recentes, um grande abate de árvores, estando boa parte da ramificação depositada na linha de água ou nas margens do referido curso que desagua no rio Lima. Mas algum do material arbóreo cortado, pela subida do caudal do Lima, foi levado para o leito do rio, deslizando em grandes ilhas até submergir ou “estacionar” nas margens deste curso que atravessa os quatro concelhos da Ribeira Lima.

Entre as espécies abatidas encontram-se, sobretudo, inúmeras acácias-da-austrália (acacia melanoxylon como nome científico), também conhecidas por acácias-pretas, numa zona rica em flora e muito bem preservada. Perto deste crime ambiental, existe a ecovia de Ermelo.

Não se sabe quem procedeu ao corte das “austrálias” que, sem terem sido removidas, acabaram largadas ali mesmo. E, como bem documentam as fotos, o ribeiro está, ainda, entulhado com diverso material arbóreo.

O caso já foi denunciado ao Serviço de Proteção da Natureza (SEPNA), tendo a situação sido encaminhada para o Comando Territorial da GNR de Vila Real.

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A notícia foi avançada pela RTP há algumas semanas: o Governo quer recuperar o património devoluto e o antigo corpo nacional de guardas florestais, que foi extinto em 2006. Soajo, que é o grande “pulmão” do único Parque Nacional, possui vários imóveis destes no seu território.

Ainda de pé, mas em adiantado estado de degradação, encontra-se o imenso património existente que era afeto ao referido corpo. Segundo dados oficiais, Portugal conta com 653 casas florestais. Destas, 393 estão devolutas e ao abandono há décadas, algumas das quais em Soajo. Em Portugal, só 154 destes imóveis estão habitados, um dos quais encontra-se ocupado por uma brigada FEB (Força Especial de Bombeiros), em Adrão (Soajo). As restantes casas florestais acabaram, maioritariamente, transformadas para diversos fins ou estão destinadas à reconversão, não se sabendo bem se algumas deliberações de compartes, em tempos recentes, são para valer ou não.

Também os recursos humanos estão, substancialmente, reduzidos. Há trinta anos, havia 1024 guardas e mestres florestais. Eram os "inquilinos" destas casas florestais que fiscalizavam, por exemplo, a enorme mancha do Parque Nacional. Pertenciam à Direção-Geral das Florestas. Mas, com a extinção daquele corpo nacional, transitaram para a GNR 453 guardas, que assumiram responsabilidades distintas das anteriores. Hoje, existem 308 guardas e mestres no Continente. Em relação ao passado, há menos vigilância, ficando o patrulhamento cingido aos horários de serviço.

Entretanto, respondendo a um desafio lançado por muitos agentes da floresta, o Governo pretende recuperar o referido corpo, devolvendo-lhe competências e funções antigas. As primeiras diligências já foram encetadas e crê-se que este corpo é a entidade certa para trabalhar na floresta e estar perto dela.

Com base em estudos técnicos, a tutela tem pressa em contrariar o destino e colocar um travão à destruição do património florestal, segundo defende o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes. Também os procedimentos terão de ser radicalmente alterados. “Não é possível continuar a plantar de qualquer maneira e sem haver primeiro um plano bem gizado”, dizem os especialistas.

Com o debate público centrado em políticas de ordenamento florestal e de prevenção de incêndios, todos concordam que este é o tempo para “potenciar a floresta”, cuidando melhor dela e tendo a preocupação de a “rentabilizar”, conforme preconiza o primeiro-ministro, António Costa, afinal de contas, um discurso repetido há décadas.

O grande objetivo desta nova estratégia é revitalizar os espaços verdes deixados ao deus-dará, mas, primeiro, vai ser preciso reabilitar as casas florestais que estão em ruínas.

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