Baile dos “entruidos” levou a folia à Casa do Povo
O Rancho Folclórico das Camponesas da Vila de Soajo promoveu, este domingo, 11 de fevereiro, o II Baile de Carnaval. Preservar a tradição dos “entruidos” foi o objetivo da iniciativa que entreteve a assistência com muitas gargalhadas à mistura.
Sem sátira social nem políticos caricaturados a “furar” a essência dos “entruidos”, o desfile na Casa do Povo recuperou, e bem, os festejos de tempos idos. A primeira parte, inevitavelmente ao ritmo do samba, serviu para os concorrentes se passearem no salão cimeiro da Casa do Povo, onde as brincadeiras, sem malícia, foram as grandes “rainhas” da festa. Durante perto de uma hora, os mais de trinta fantasiados (entre crianças e adultos), uma parte destes de renda a tapar a cara, espalharam farta alegria pelo recinto, onde foram sobressaindo perucas, cajados, fatos de dama, tamancos e os trajes tradicionais de vestes pretas (da cabeça aos pés) para retratar os fatos de noiva de fins do século XIX e início do século passado.
Como não podia deixar de ser, entre miúdos e graúdos, houve concorrentes que se disfarçaram de princesas, divas, padeiras, bruxas, piratas, guerrilheiros, vampiros, palhaços, macacos, monstros, “velhinhos”, Super-Homem (ou homem-morcego) e outras travessuras mais. Para além disso, os acessórios, à conta de chocalhos, varredouros, lanternas e “enchimentos” vestidos por baixo da roupa, também, ajudaram aos típicos “quadros” soajeiros.
Findo este preâmbulo, os mascarados/fantasiados, muitos dos quais agrupados, sob locução de Manuel Casanova, subiram um a um ao palco e, aí, por decisão do júri – constituído pelos jurados Manuel Barreira da Costa (presidente da Junta de Freguesia), Manuel Carvalho (presidente da Casa do Povo) e José Veloso (presidente do Rancho Folclórico anfitrião) –, foram presenteados os seguintes concorrentes: o primeiro prémio sorriu a Lisa Araújo, Manuel Silva, Rose Marie Galopim, Teresa Araújo e Teresa Rodas Cerqueira (jantar para duas pessoas no Restaurante Videira, cortesia da Junta de Freguesia de Soajo); o segundo prémio foi ganho por Bruno Proença, Florinda Gomes Proença e Teresa Ribeiro Lage (minicabaz de produtos de Soajo); e o terceiro prémio coube a Maria de Fátima Cerqueira Lourenço (livro O Juiz de Soajo).
Sem desprimor pelos restantes concorrentes, é justo realçar, no entanto, o quinteto vencedor de “camponeses”, todos muito bem fantasiados, que, sem recriar nenhum trabalho agrícola em particular, protagonizou um bonito “número” com o recheado farnel (bolinhos de bacalhau, presunto, broa, pão-de-ló...) e o bom vinho servido na tradicional cabaça. Do imenso merendeiro preparado para quem quis comer e beber só sobrou broa.
“A ideia era fazer algo engraçado que representasse o antigo de Soajo”, segundo disse Teresa Araújo ao blogue Soajo em Notícia.
À parte o concurso, as crianças fantasiadas – os meninos com preferência pelo Super-Homem e as meninas fiéis às princesas – também foram brindadas com guloseimas e bolachas.
No momento seguinte, para fim de festa, cantou-se e dançou-se ao som da concertina, dedilhada por Francisco Barros e Manuel Morgado Couto.