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Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

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De acordo com o Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios, o chamado período crítico começa este domingo, 1 de julho, e vai até 30 de setembro. Sem prejuízo de haver alterações ao calendário (em 2017 o mesmo foi prorrogado), durante este hiato temporal deverão ser asseguradas medidas especiais de prevenção contra incêndios florestais, como recomenda o ICNF.

Sendo assim, não é permitido em espaços florestais e agrícolas fazer queimas e queimadas; fumar, fazer lume ou fogueiras; lançar foguetes e balões de mecha acesa; fumigar ou desinfestar apiários, salvo se os fumigadores estiverem equipados com dispositivos de retenção de faúlhas; fazer circular tratores, máquinas e veículos de transporte pesados que não possuam extintor, sistema de retenção de fagulhas ou faíscas e tapa chamas nos tubos de escape ou chaminés; e fazer piqueniques aquecidos.

As coimas para os infratores podem atingir dezenas de milhares de euros.

Nunca é excessivo alertar para o facto de a maior parte dos incêndios resultar de negligência humana. 

Foto: Público

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Realizam-se, de 29 de junho a 1 de julho, as festividades em honra de Santo António no lugar de Vilar de Suente.

O programa da festa, à volta do padroeiro de Vilar de Suente, é o seguinte (apenas o principal):

. 30 de junho (sábado): Charanga do Ribeirinho (14.00);  missa em honra de Nossa Senhora de Fátima (21.00), com procissão de velas acompanhada pelos escuteiros; grupo Novisom (22.30); fogo-de-artifício (24.00).

. 1 de julho (domingo): missa solene em honra de Santo António acompanhada pela Fanfarra de Braga (14.30); Rancho Folclórico de Vilarinho das Quartas (16.00); Rusgas de Cabana Maior; entrega da festa (19.00).

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 Fotos: Página Vilar de Suente (Facebook) e Soajo em Notícia

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O São João voltou a ser uma festa de arromba na Casa do Povo de Soajo. Aqui, como de costume, o ponto alto foi o convívio à mesa. Mas a concertina e o bailarico também não faltaram no passado sábado, 23 de junho.

Contra o que dita a tradição, este ano não houve arco outra vez, apenas enfeites e alguns acessórios a decorar o espaço. Várias pessoas repararam nisso e nas redes sociais os emigrantes logo perguntam pelo arco esquecido que não se via em foto nenhuma…

Entretanto, perto das 19.00, o carvão arde nos fogareiros para as sardinhas frescas que foram pescadas na costa de Peniche (custaram 325 euros os cerca de 45 quilos de peixe). Os comensais chegam a conta-gotas e vão-se sentando. Numa volta pelas mesas, predomina a alegria entre as pessoas que vêm para comer, beber e conversar (algumas para dançar também). Aguardam pelas travessas de sardinhas que, segundo os peritos, já estão no ponto este ano, embora possam ficar ainda maiores nos próximos meses (há limitações na sua captura de 21 de maio a 31 de julho).

Na “sala” ao ar livre, com poucos lugares vagos, o bulício é grande nas mais de vinte mesas que acomodam cerca de 150 pessoas (houve quem dissesse que comia mais sardinhas…). Nas grelhas assam-se, agora, as barriguinhas e a azáfama é cada vez maior.

No meio da degustação dos petiscos e do caldo-verde, recortam-se e distribuem-se rifas pelos interessados em ajudar a custear os comes e bebes. Desta feita, a sorte sorriu a Félix Fernandes (de Cunhas), que levou para casa um presunto.

A noite cai. Aproxima-se o arraial. O bailarico há de ser, como quase sempre, improvisado – os cantares e as danças, ao som das concertinas, tomam conta do recinto.

Daqui a um ano, volta a festejar-se o S. João…

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A Associação de Exilados Políticos Portugueses (AEP61-74), em parceria com a Junta de Freguesia de Soajo, organizou, no passado dia 23 de junho, o encontro “Soajo-Trilhos do Salto”. A iniciativa integrou-se no objetivo de fazer um documentário sobre Soajo, localidade que foi uma importante passagem de fronteira para muitos dos exilados que saíram de Portugal entre 1961 e 1974.

“Este é um tema duro, muito específico e que relata memórias relativas a uma parte da população portuguesa”, disse ao blogue Soajo em Notícia Fernando Cardoso, presidente da AEP. “Dos cerca de 1 milhão de jovens portugueses que foram mobilizados para as colónias portuguesas, 200 mil recusaram ir à guerra e foram praticantes do salto, alguns muito profissionais como o presidente da Junta [Manuel Barreira da Costa], o José Dias e eu próprio”, acrescentou o dirigente.

Este salto “era um salto para o desconhecido, um salto para um sítio que não sabíamos onde era e apenas sabíamos que não queríamos o que estava para trás de nós. Era uma decisão absolutamente irreversível. Era recusar a guerra, um país repressivo, sem liberdade, cinzento, um país onde havia licença de isqueiro e onde não se podia beijar a namorada na rua”, conta Fernando Cardoso.

Volvidos estes anos todos, o sentimento é de que valeu realmente a pena ter passado para o lado da esperança. “Ainda bem que arriscámos e que saímos deste país onde não se podia viver. Os praticantes do salto conheceram novos países, novas fronteiras, novas culturas e novas pessoas. Penso que nenhum deles se arrepende de ter dado este passo no desconhecido”, diz, taxativo, o presidente da AEP.

Soajo foi, justamente, um dos sítios onde muitos portugueses passaram a salto (Marvão, Vila Verde da Raia, Vilar Formoso ou Campo Maior foram outras conhecidas localidades de fronteira) e o afamado passador soajeiro João Fernandes (“Miúdo”), de 82 anos, presente neste encontro, ouviu testemunhos superlativos sobre a atividade clandestina dele. “Nós fomos praticantes, mas João Fernandes era um treinador encartado e foi ele que treinou vários praticantes do salto em Soajo”, disse dele Fernando Cardoso, com José Dias, 2.º secretário do Conselho Fiscal, a reforçar o enfoque na “polivalência” do homem de Cunhas que “ajudou” muitos compatriotas e conterrâneos a “encontrar o caminho das pedras”.

“O João foi, talvez, o primeiro passador sobre quem se escreveu uma biografia – Passagens de um passador: História de vida de João Fernandes –, livro que releva a sua notável personalidade de contrabandista, passador e falsificador de passaportes. Resolveu muitos problemas de gente que estava entalada como aconteceu comigo”, agradeceu José Dias, experiência que também foi vivenciada por Manuel Barreira da Costa.

“O João ‘Miúdo’ foi o meu embaixador, foi ele que me pôs no Canadá, […] mas como eu era um pouco mais rico paguei 15 contos e não cinco (contos)”, atirou o presidente da Junta de Freguesia, que presenteou a AEV com o brasão de Soajo e um prato decorado com os espigueiros da Terra.  

Apelo

Na sua alocução, o presidente da AEP difundiu um desafio pelos autarcas de fronteira. “Queria que o presidente da Junta de Soajo e todos os presidentes de junta da raia portuguesa pensassem na criação de um museu do salto, não um museu morto, mas um museu vivo, com milhares de histórias vivas. Só assim preservaremos a História contemporânea e só assim é que esta será contada aos nossos netos”, exortou Fernando Cardoso, que revelou a recetividade da Associação para participar num projeto desta natureza.

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Cinco perguntas a Fernando Cardoso, presidente da Associação de Exilados Políticos (AEP)

“Passar uma fronteira entre um país e outro era um salto para o desconhecido”

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  1. Em que âmbito se inseriu este roteiro a Soajo?

A AEP tem o projeto “Os Trilhos do Salto” que visa fazer um documentário sobre as várias passagens entre as fronteiras portuguesa e espanhola durante os anos da Ditadura. Ora, Soajo é um desses sítios. O nosso plano é fazer um pequeno documentário para cada uma das localidades da raia, a que chamaremos “Os Trilhos do Salto” […] dos exilados que saíram de Portugal entre 1961 e 1974. [Em cima da mesa está também a produção de um documentário televisivo sobre os vários trilhos do salto]

  1. O que é que resultou da visita efetuada à Várzea?

Fizemos uma espécie de reconhecimento tardio do local, que, hoje, está submerso pela barragem de Soajo/Lindoso. Como não se pode refazer o trilho, o José Dias, que foi um dos elementos que passaram por Soajo, sugere que se refaça a ideia do trilho. Foi nisso que ficamos de pensar.

  1. O que era passar a fronteira e deixar um país para trás?

Passar uma fronteira entre um país e outro era um salto para o desconhecido para muitos que sem isso nunca teriam tido a possibilidade de viajar para nenhuma parte que não a própria aldeia… Muitos foram daqui para Paris (França), Holanda, Dinamarca, Suécia… O salto era uma grande aventura.

  1. Quais os caminhos usados para o salto?

As pessoas que se exilavam e emigravam utilizavam os circuitos pré-establecidos do contrabando, porque eram circuitos testados e seguros. Eram conduzidas por um passador que sabia o caminho e conduzia as pessoas para esse desconhecido, porque a maior parte destas nem sequer se tinha aproximado algum dia da fronteira.

  1. A História ainda está por fazer?

A História está a ser feita progressivamente. A AEP publicou dois livros [Exílio I e Exílio II] com cerca de cinquenta testemunhos – todos passaram a fronteira dessa maneira. Os testemunhos não são só sobre a passagem da fronteira, mas também incluem essa passagem de fronteira.

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Testemunhos

. “O livro Passagens de um passador foi um dos que mais influenciaram a iniciativa ‘Os Trilhos do Salto’. É um trabalho que está feito com grande rigor científico e devidamente documentado. […] Obrigado, meu querido João Fernandes, por ter sido tão útil a mim e à minha família!” (José Dias)

. “Foi através de José Dias que foi possível reunir este grupo de pessoas para falar do passado. Hoje [23 de junho], vimos caminhos por onde já passámos noutras condições, uns para fugir à política fascista e outros por necessidade, como foi o meu caso. Emigrei por necessidade. Na altura, não percebia nada de política, ainda hoje não percebo, apesar de estar nos órgãos da Junta. Cada vez percebo menos!” (Manuel Barreira da Costa)

. “[…] O salto: a fuga por montes e vales, os passaportes carimbados pelo medo, […] homens quase meninos transportados como rebanhos, batalhões e batalhões de clandestinos, o contrabando de homens para vergonha de um país isolado! Acossado pela Guerra Colonial, o meu país em debandada para o desconhecido!” (Luís Barbosa)

. “[No tempo do fascismo], tínhamos medo do vizinho do lado e voltámos a ter medo…Porque é que o Trump ganhou as eleições? Porque as pessoas têm medo e há gente que ainda hoje continua a votar com medo”. (Eduarda)

. “Experimentei o salto de várias maneiras. Fiz parte do grupo de estudantes que provocou a crise de 1962, fui preso nesse ano em Caxias. Tenho a experiência da prisão, do contacto e dos interrogatórios da PIDE. Apesar das dificuldades por que passámos, por causa dos perigos que o fascismo representava, tive a felicidade de viver grandes momentos na cadeia. O grupo de 42 pessoas foi uma grande força […].” (Jacinto Rodrigues)

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IMG_0818Fotos: Soajo em Notícia e Fernando Gomes

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Soajo acolhe o 34.º Encontro de Répteis e Anfíbios no dia 23 de junho (este sábado).

O ponto de encontro é na Eira do Penedo pelas 9.00, indo o grupo aderente convergir, depois, para o chamado “Triângulo”. A atividade de campo centrar-se-á na Corga de Mosqueiros e no Ribeiro João Paz.

A ação, que termina às 18.00, é aberta ao público (mediante inscrição) e tem o apoio da Assembleia de Compartes dos Baldios de Soajo e da Junta de Freguesia de Soajo, que subsidiam o lanche.

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As professoras e os alunos da Escola Básica Eira do Penedo realizam, esta sexta-feira, 22 de junho, um típico arraial minhoto para assinalar o fim do ano letivo 2017/2018. A comunidade escolar convida a população de Soajo a participar na festa que decorrerá no Largo do Eiró a partir das 17.00.

O programa da festa é o seguinte: entrega de diplomas aos finalistas do 4.º ano; coreografia “Eu gosto é do verão”; dança “Com a música”; canção “Good morning”; canto com instrumentos “Ouve bem com atenção”; canção “Quatro trevos”; marcha popular; convívio; bailarico.

A organização, que disponibilizará assadores, desafia a população a levar carne e peixe para este encontro que será demonstrativo das habilidades artísticas dos alunos da Terra.

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A Assembleia de Freguesia de Soajo, para lá do debate aceso sobre os grandes temas de momento, também passou em revista outros assuntos de interesse geral.  

Lembrando o que se disse na primeira parte da reportagem ontem publicada, a sessão foi dominada por cinco grandes assuntos: a construção (barraca) nas imediações do Poço das Mantas, que está embargada; o abrigo para a frota da Junta e dos Baldios, que continua adiado; o Hotel do Mezio, sem desenvolvimentos depois da ação movida pelos Baldios; o Parque Biológico, à volta da posse do respetivo parcelário; e a anunciada Comissão para tratar dos limites da freguesia, que ainda está por constituir.

Mas a sessão teve outros condimentos. No período de antes da ordem do dia, sob proposta do deputado Vítor Covelo (MSI), foi apresentado um voto de louvor a favor do Rancho Folclórico das Camponesas da Casa do Povo da Vila de Soajo, “pela sua atuação no Festival Internacional organizado pela Associação Desportiva e Cultural dos Portugueses de Dammarie-lès-Lys no passado dia 3 de junho”.

“O Rancho Folclórico dignificou e orgulhou as suas gentes e as suas tradições”, elogiou Vítor Covelo. Este voto de louvor, ao qual se associaram PSD e CDU, foi aprovado por unanimidade.

O mesmo tribuno propôs à Assembleia um voto de louvor à jovem Marta Araújo, “pela sua atuação no evento Rainha das Vindimas de Arcos de Valdevez no passado dia 1 de junho”.

“É de louvar […] a sua coragem, a sua maturidade […] e o orgulho que demonstrou em representar a freguesia de Soajo no concurso do concelho […]”, referiu o proponente. O voto acabou aprovado por todos os membros do órgão deliberativo.

Depois deste momento de enaltecimento, a deputada Rosalina Araújo recomendou que, “na descida do Mezio, se retirasse do chão uma placa dos centros rurais, que foram há anos e anos, […] até porque é nos pormenores que mostramos o zelo que temos pelas coisas”.

De seguida, a deputada da CDU interpelou o presidente da Junta acerca do abate do pereiro nas imediações da escola, “uma árvore que fazia parte do património”. Na resposta, Manuel Barreira da Costa disse que o ciclo de vida do velho pereiro tinha chegado ao fim. “Posso fazer muitas coisas, mas não ressuscito mortos. O pereiro, tenho provas disso, já estava morto em agosto de 2016. Também cortámos os carvalhos mortos no Campo da Feira. E recebemos ordens da Câmara para o cortar”, defendeu-se o autarca eleito nas listas do PSD.

Também a página de Facebook, que “pretende aproximar a Junta dos fregueses”, foi motivo de reparos pela deputada comunista, que reclamou “critérios iguais” para este canal de comunicação. “A partir do momento em que se anuncia um funeral, têm de ser anunciados todos os funerais da freguesia para evitar controvérsias. As pessoas são todas iguais. E entendo que a página deve informar as atividades da Junta”, defendeu Rosalina Araújo.

O presidente da Junta, que delegou explicações na secretária da autarquia, por não estar a par da página, admitiu que, “às vezes, as coisas não correm tão bem e que as queixas [da deputada Rosalina Araújo] têm razão de ser, pois, “quando se fala de um funeral, deve falar-se de todos”.

Na circunstância, Sandra Barreira disse “assumir conscientemente as falhas da página”, mesmo que só tivesse “falhado o anúncio de dois falecimentos, um delas foi o do Tio Amorim, que até era uma pessoa muito querida. […] Independentemente disso, vamos tentar sempre melhorar e envolver as pessoas para que não haja falhas”, comprometeu-se a autarca eleita nas listas da CDU.

Raramente discutida nestas sessões, a educação esteve no centro de uma proposta do MSI. “A Junta de Freguesia devia criar um apoio ao estudo para ajudar as famílias carenciadas, é bom que se aposte no futuro dos jovens de Soajo, incentivando os alunos a irem à escola e a apoiá-los nos estudos”, preconizou Cristina Martinho. 

O presidente da autarquia sustentou que “ninguém veio à Junta de Freguesia pedir apoio ao estudo”, acrescentando que, em relação à escola, o executivo não faltou com nada até hoje, “exceto o financiamento de um piquenique geral”.

Segundo adiantou Manuel Barreira da Costa, a Junta custeará a contratação de um professor para lecionação de aulas de recuperação no próximo ano letivo (aos sábados). Antes disso, será subsidiada pela Junta uma visita/excursão a Viana.

No âmbito da política de apoios financeiros atribuídos ao associativismo, ficou a saber-se que, no seguimento da entrega dos respetivos planos de atividades, foi protocolado um subsídio de mil euros para ajudar à atividade do Rancho Folclórico de Vilarinho das Quartas. Por seu turno, foi concedido um apoio de 1500 euros ao Rancho Folclórico das Camponesas da Casa do Povo da Vila de Soajo para “aquisição de roupas [trajes]”.

Para além disso, a Junta aprovou um apoio de 200 euros a favor da Rádio Valdevez para ajudar esta estação a custear a aquisição do centro emissor, depois de um raio de trovoada ter destruído o equipamento em finais de março.

Voltando a Soajo, o deputado António Brasileiro (MSI) solicitou a reparação dos buracos no Caminho do Sacramento, à saída dos Cruzeiros, e um arranjo nas beiras do estradão do Malvar. Aqui, o presidente da Junta explicou as diligências em curso. “Em relação ao Caminho do Sacramento, o rapaz já está a reparar em alguns sítios, quanto ao estradão de Malvar pedimos à Câmara para dar um jeito àquilo, de facto, não está nas melhores condições. Esperemos que se coloque alcatrão em certos sítios antes de começar de chegar o fluxo de emigrantes”. Mas Manuel Barreira da Costa não perdeu o ensejo para “alfinetar” o queixoso: “Acho que o senhor deputado [António Brasileiro] é eleito por Soajo todo, por isso, não devia pedir só para a sua porta, devia pedir para outros lados também”, atirou.

Por fim, do lado dos eleitos, o deputado João Fernandes (PSD) quis saber se os eleitos de há vinte anos pensaram nos lugares quando foi feito o saneamento na vila de Soajo. Familiarizado com o problema, o presidente da Junta preferiu olhar para o futuro respondendo com pragmatismo.

“Gostava que houvesse o saneamento para a freguesia, é uma pena, não vale a pena prometer mundos e fundos e depois não fazer nada”.

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Atividades da Junta

Manuel Barreira da Costa elencou as diligências, atividades e medidas empreendidas no último trimestre pelo executivo, que teve algumas situações inusitadas, como a seguir se verá.

. “Foi aprovada uma candidatura pelo Centro de Emprego, mas das cinco pessoas beneficiárias do Rendimento Mínimo só apareceu uma, que alegou não poder trabalhar, pelo que não conseguimos arranjar ninguém [cantoneiro]”.

. “Fui chamado ao Posto da GNR por causa da venda de espigueiros privados. […] Gostava que as pessoas se identificassem e não se escondessem cobardemente sob o anonimato”.

. “Tivemos uma reunião com as associações por causa da XX Feira das Artes e Ofícios Tradicionais, que se vai realizar de 13 a 15 de julho”.

. “A Junta de Freguesia assinou um protocolo no valor de 30 mil euros com a Câmara Municipal”.

. “A Junta de Freguesia participou no concurso da Rainha das Vindimas”.

. “Fizemos um simulacro em Vilar de Suente”.

. “Estivemos presentes no Festival Folclórico de Vilarinho das Quartas e nas comemorações do 63.º aniversário da Casa do Concelho em Lisboa”.

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Intervenções do lado do público

No período destinado ao público, Fernando Bento Gomes exortou a Junta a fazer trabalhos de melhoramento no caminho de Pricos (Vilarinho das Quartas); Manuel Araújo recomendou a “reparação das fontes que perdem água (Fonte de Bairros e Fonte do Souto de Riobom, em Soajo) e o homónimo Manuel Araújo (“Leiras”) fez vários agradecimentos públicos e apresentou uma “censura”.

“Agradeço o apoio que a Assembleia de Freguesia, o povo de Soajo e o Rancho Folclórico de Vilarinho das Quartas deram a Marta Araújo, por ocasião do concurso da Rainha das Vindimas. Mas tenho de censurar a Junta de Freguesia por não ter custeado a atividade que esta organizou – quem a financiou fui eu”, disse o conhecido cantador ao desafio, que difundiu por todos um desejo.

“Se para o ano houver outra concorrente soajeira, que não haja outro Cristo, e que a Junta ocupe o lugar dela e financie o evento que faz”, exortou.

O presidente da Junta admitiu o falhanço. “Tem razão, não correu tudo como queríamos, […] mas a Marta teve muito apoio [na assistência], tentaremos fazer melhor para a próxima. Pedimos desculpa”, disse.

Entretanto, Virgílio Barreira alertou para o adiantado estado de degradação do caminho das Chedas (Vilar de Suente), que “está quase intransitável”, e defendeu a “limpeza dos caminhos, dos regos e das grelhas no referido lugar, visto que está tudo abandalhado e há zonas com falta de calceta”.

Manuel Barreira da Costa deu a garantia de que esses trabalhos de limpeza estarão executados a tempo da romaria que se avizinha no lugar.

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Realizou-se, no passado dia 16 de junho, uma Assembleia de Freguesia de Soajo, que foi dominada pelos temas de momento: barraca nas imediações do Poço das Mantas, abrigo para a frota da Junta e dos Baldios, Hotel do Mezio, Parque Biológico e Comissão para definir os limites da freguesia. O presidente da Junta de Freguesia, Manuel Barreira da Costa (PSD), e a deputada Cristina Martinho (MSI), que também preside ao Conselho Diretivo dos Baldios, acentuaram divergências e trocaram argumentos sobre quem faz o quê e quem não deixa fazer. A peça que hoje se publica é apenas a primeira parte da extensa reportagem que terá continuação esta quarta-feira.

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Questionado pela deputada Rosalina Araújo (CDU) acerca da construção que foi embargada no parque de lazer fronteiro às lagoas do Poço das Mantas, Manuel Barreira da Costa defendeu as virtualidades da iniciativa. “Toda a gente sabe que na última Assembleia de Freguesia [ocorrida no passado dia 20 de abril] foi dito que alguém ia pôr uma barraca como apoio aos banhistas. Infelizmente, ou felizmente, o Clube de Caça e Pesca apresentou uma proposta e nós concordámos visto ser um organismo sem fins lucrativos. Eles pagarão o que foi decidido e nós concordámos com isso”, disse o autarca, que, a seguir, não poupou nas palavras para visar, desta feita, a deputada do MSI que é presidente do Conselho Diretivo dos Baldios de Soajo.

“A Comissão dos Baldios fez uma denúncia ao Parque Nacional, segundo disse o presidente do Clube de Caça e Pesca [António Cerqueira], e lamento que ele não esteja aqui. Ou seja, os Baldios são uns empatas, nem fazem nem deixam fazer. […] Mas quem virá dirá! Por causa disto, fui chamado ao Posto da GNR, e não tinha que lá ir, porque a barraca não está em meu nome. Um agente [Guarda] disse-me que foi a Comissão de Baldios que não tinha conhecimento daquilo, quando eles [responsáveis dos Baldios] estiveram presentes na última Assembleia”, reforçou.

Mas Cristina Martinho desmentiu a versão do presidente da Junta com argumentos centrados na oportunidade e na legitimidade. “Em relação à construção do famoso barraco, a Comissão de Baldios não acusou, simplesmente quando fui contactada pelo Parque Nacional para saber se eu tinha dado alguma autorização, obviamente [eu] disse que ‘não’. Quem autoriza ou desautoriza são os compartes, só represento um voto. E há regras: cabe à Junta de Freguesia cobrar taxas para todas as vendas ambulantes, mas a Junta não deve autorizar construções. Porque é que não se fez um concurso, chamando todas as associações?”, perguntou a deputada e dirigente dos Baldios, concluindo que “a maneira como foi conduzido o protocolo não correu da melhor forma e este é completamente ilegal”.

Na resposta, Manuel Barreira da Costa admitiu que “houve uma certa precipitação no processo”, mas notou que “apenas o Clube de Caça e Pesca concorreu à iniciativa comunicada em Edital”, acrescentando que esta coletividade, sem exclusividade, irá pagar para lá ficar”.

O segundo grande pomo de discórdia prendeu-se com a (adiada) construção de um coberto para os veículos. “Nós, Baldios, estamos dependentes de uma licença da Junta para essa construção e, lembro, os carros são do povo. […] Estamos à espera desde outubro que a Junta nos diga um sítio, desta vez, não fazemos porque o senhor [Manuel Barreira da Costa] não age”, devolveu Cristina Martinho a provocação, sugerindo que “possivelmente há falta de vontade da Junta” em materializar a iniciativa que “não tem custos” para a autarquia soajeira.

Mas, apesar do prolongado impasse, o presidente da Junta não mostrou recetividade para desbloquear o problema – “em relação ao abrigo, ainda pode esperar algum tempo mais, a dada altura daremos autorização, se vocês e nós cá estivermos!” – e lembrou uma resolução não cumprida no mandato anterior – “a deputada [Cristina Martinho] era a secretária da Junta que não construiu o coberto prometido há dois ou três anos”.

Continuando esta toada de remoques, Manuel Barreira da Costa aproveitou a deixa para questionar a atividade dos Baldios e, assim, justificar um investimento que a “Junta vai ter fazer na limpeza”.

“Também havia a promessa de os Baldios limparem os lugares e não limparam patavina. O dinheiro que recebem – 350 mil euros por ano – para onde é que vai? Este dinheiro também é dos compartes dos lugares. Lembro que, devido à falta de limpeza dos Baldios, vamos contratar uma empresa para limpar os lugares”, atirou o autarca que lidera os destinos de Soajo.

A visada, Cristina Martinho, rebateu tudo e difundiu pelos presentes os custos inerentes ao funcionamento de uma brigada de sapadores. “Não houve promessa nenhuma, há quatro anos que os Baldios limpam os lugares, claro que não o fazemos intensamente, porque não há disponibilidade para tanto […]. Aliás, todos sabem que os Baldios têm muito trabalho, já foram limpos 40 hectares, mais os regos, cuja limpeza não deveria ser connosco, limpámos os caminhos principais dos lugares, fizemos a manutenção à volta das casas e, de vez em quando, ainda cortamos zonas de mato quando nos pedem. Quanto à verba de 350 mil euros, o senhor [presidente da Junta] sabe quanto custam as limpezas e a manutenção. Lembro que os Baldios têm um custo de 7 mil euros mensais com o pessoal e seguros, e a Junta não tem estes encargos”, comparou a deputada.

O Hotel do Mezio também esterilizou o debate e os argumentos de um lado e de outro foram no essencial o que se esperava. O presidente da Junta comunicou o “alheamento” da Câmara" em relação ao imóvel, enquanto Cristina Martinho alegou que Manuel Barreira da Costa e João Manuel Esteves, “se calhar, sabem mais do que aquilo que querem dizer”, apelando, apesar disso, à união das forças vivas de Soajo para que o imóvel "reverta a favor da freguesia”, compensando deste modo “os contratos que foram feitos anteriormente e que só prejudicaram Soajo”, acusou a deputada, que repetiu argumentos ouvidos anteriormente.

“A Comissão de Baldios não tem dinheiro nem está interessada em gerir o Hotel do Mezio, mas todos juntos podemos trabalhar para que os soajeros tenham algum usufruto daquela construção”, reforçou.

Por fim, o Parque Biológico, na sequência dos desenvolvimentos conhecidos em tempos recentes (o projeto acaba de ser licenciado), motivou, de igual modo, discordâncias entre a maioria e a oposição. O presidente da Junta, que confirmou um encontro com o seu homólogo de Cabana Maior, sublinhou que o “Parque Biológico está a andar, infelizmente, aquilo está num parcelário de Cabana Maior”, sustentou Manuel Barreira da Costa, que parece conformado com a situação.

“Ou avança com a proposta de Cabana Maior ou então não avança de maneira nenhuma, e perdemos cerca de 1,2 milhões de euros, que é o que ser vai ser investido. É possível que mais tarde, quando se deliberar sobre isso, o terreno não seja deles, e se não for deles, o Parque Biológico estará no nosso terreno. Mas, neste momento, com os dados que tenho, o projeto tem de ser feito por eles, porque está no parcelário deles”, justificou o presidente da Junta.

Mas, no período destinado ao público, a argumentação do autarca social-democrata foi completamente contraditada. “A única Carta Administrativa que existe, e que faz lei, diz que o Parque Biológico está totalmente dentro da freguesia de Soajo”, disse taxativamente Virgílio Barreira. Enquanto isso, Manuel Barreira da Costa insistiu que os “parcelários têm número e hectares, e o do Parque Biológico está no domínio deles”, mas, paradoxalmente, o autarca que preside à autarquia reconheceu que “a Junta vai ter de ver isso”.

Entretanto, perguntado por Rosalina Araújo sobre se a prometida Comissão “já existia e se estava a tratar dos limites de Soajo”, o presidente da Junta frisou que o processo não teve qualquer avanço. “A Comissão ainda não existe. […] Está tudo parado ainda. Andamos a tratar dos limites de Soajo há trinta anos e as coisas não são assim como a gente quer”, atirou o autarca (re)eleito em setembro de 2017.

Apesar disso, foi promovida recentemente uma reunião que juntou à mesa alguns dos eleitos de Soajo e de Cabana Maior, sem que daí resultasse nada de positivo. “Eles puxam para o lado deles, nós para o nosso”, reconheceu Manuel Barreira da Costa, antes de voltar ao ponto em que ficaram as negociações com os vizinhos de Cabana Maior.

 “Nós propusemos um traçado alternativo ao deles, mas a Assembleia de Compartes de Cabana Maior não aceitou, agora já aceita, segundo diz o senhor Campos… Eles queriam vir até às poças, mas aquilo não é deles. E não é por águas vertentes, que são do cume da serra para baixo. Aquilo é nosso, e quando estiverem preparados para responder a isso, vamos promover outro encontro, desta vez com a tal Comissão constituída”, comprometeu-se Manuel Barreira da Costa.

Esta Comissão, segundo o que foi aprovado em dezembro do ano findo, será composta por representantes das várias associações soajeiras.

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A Casa do Povo de Soajo organiza, no próximo sábado, 23 de junho, o seu habitual convívio de S. João, na sede da referida coletividade. A festa começa às 19.00.

Por essa altura, se for respeitada a tradição, já estará erguido um arco frondoso com “apetrechos” como balões, fitas, fruta da época e outros enfeites.

À mesa, os festivaleiros vão degustar, de graça, os pitéus típicos da festa são-joanina, nomeadamente sardinhas (de Peniche), barriguinhas e caldo-verde, regados com bom vinho ou sumos.

Finda a degustação, o recinto encher-se-á de animação, com o arraial à moda de Soajo. As danças e os cantares, ao som das concertinas, prolongar-se-ão até às primeiras horas de domingo.

Os voluntários (da Associação e não só), como é tradição, serão a “alma” da festa.

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