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Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

O Plano de investimento que o Clube de Caça e Pesca de Soajo projetou para uma área baldia, “à revelia dos compartes”, dominou a Assembleia extraordinária dos Baldios de Soajo no passado dia 20 de janeiro. Com António Cerqueira no olho do furacão, a presidente do Conselho Diretivo dos Baldios acusou o presidente do Clube de “cometer ilegalidades atrás de ilegalidades”.

“O que nos traz cá outra vez é a marcação dos trabalhos para mais cinco anos, quem esteve presente na última Assembleia de Compartes sabe que não conseguimos marcar parte dos trabalhos por causa de um Plano de investimento, com mais de três anos, do Clube de Caça e Pesca, projeto este que não foi delimitado e autorizado pelos Baldios”, disse Cristina Martinho, que justificou, de seguida, o posicionamento da Associação na altura.

“Não assinámos a candidatura do Clube de Caça e Pesca por haver várias explorações dentro dessas parcelas, pelo que não podíamos tomar essa responsabilidade, sob pena de os produtores terem de devolver o dinheiro das candidaturas até ao fim deste Quadro. Mas, resolvido o problema dos produtores, os Baldios tinham ainda em mãos o problema de marcar os respetivos trabalhos”, justificou-se a responsável.

Mas vamos por partes. A génese do problema remonta a outubro de 2016, quando o Clube de Caça e Pesca fez um Plano de investimento em área baldia sem passar pelo “crivo” da Assembleia de Compartes, resultando daqui um bloqueio para a Associação de Compartes que se via impossibilitada de promover projetos em áreas já submetidas a candidaturas. Lembre-se que o projeto em questão previa a exploração de quatro polígonos, de 24 ou 25 metros quadrados, para disposição de coelheiras, com nove sementeiras nas proximidades.

Sublinhando o incumprimento dos procedimentos regimentais por parte do Clube de Caça e Pesca, Cristina Martinho reafirmou que “nesta freguesia há gestores de Baldio e ninguém foge à regra. Qualquer investimento ou qualquer polígono que seja marcado no Baldio tem de passar pela Assembleia, não é pela Cristina, pelo Manuel e pelo Joaquim, tem de passar por todos nós. […] Não pode uma pessoa, só porque quer, marcar sem autorização, e sobretudo quando prejudica parte da sociedade soajeira, isso é brincar com coisas sérias. Os Baldios não são do senhor António Cerqueira, são de nós todos, 1322 compartes. Apetece-me fazer como o senhor padre, ‘cada macaco no seu galho e este galho é nosso’, quando a gente não sabe, no mínimo, pergunta”, atirou.

Na sua primeira explanação, o visado retorquiu. “A presidente dos Baldios sabe muito bem que o projeto do Clube de Caça e Pesca não vinha prejudicar o parcelário, ao contrário, este projeto visava a recuperação de vinte nascentes (charcas), que não têm nada a ver com o parcelário. Também estavam previstas sementeiras, que iriam favorecer o pastoreio e pequenos cercados para as coelheiras. Mas a presidente dos Baldios não assinou o papel […], como tal o projeto foi ao ar e, por isso, já não interfere com nada”, defendeu-se António Cerqueira.

Mas, na realidade, só por diligência recente de António Cerqueira, é que foram retirados do parcelário os referidos polígonos e, portanto, “só agora é que o nosso território baldio está limpo e não há nele o desenho de projetos de investimento”, informou Cristina Martinho, que deu a sua versão sobre os desenvolvimentos ocorridos nos últimos dias.

“O senhor presidente do Clube de Caça foi ao parcelário […] porque sabia que ia ser movido um processo contra ele por causa do crime público que incorreu, principalmente quando se sabe que agora, à luz da lei, nós somos pessoalmente responsáveis pelos danos e os danos iam ser grandes, pelo menos, 85 mil euros por ano, durante cinco anos aos Baldios”.

Na resposta, António Cerqueira, confirmando a diligência efetuada (“não no dia 20, mas no dia 17 de janeiro”), garantiu que “os agricultores podem dormir descansados, o caso está resolvido, cortem-me a cabeça se isto der problemas!”, disparou.

A presidente do Conselho Diretivo ironizou – “O senhor António Cerqueira gosta das coisas direitinhas e nunca prejudica ninguém” – e, num ápice, passou ao contra-ataque. “O senhor diz que está do lado dos agricultores, mas a verdade é que é um perigo e um irresponsável. […] O senhor gosta de dizer às pessoas que faz tudo muito bem, mas só comete asneiras e ilegalidades”, revoltou-se Cristina Martinho, considerando António Cerqueira uma interferência negativa para projetos como o Parque Biológico, o projeto-piloto de plantação de folhosas no Mezio e a iniciativa “Lobo e Homem”, ou, então, o culpado de imbróglios como a barraca do Poço das Mantas.

Na troca de “galhardetes”, nova réplica inflamada do presidente do Clube de Caça, que acusou a presidente do Conselho Diretivo de “dizer coisas que não são verdade […] e de estar a fazer propaganda”.

Entretanto, num tom mais sereno, Manuel Araújo (“Leiras”) quis saber “se alguém deu autorização ao Clube de Caça e Pesca para usar o Baldio desta maneira, porque, se não deu, o Conselho Diretivo dos Baldios devia ter agido de outra maneira, não precisava de convocar esta Assembleia de Baldios”, concluindo este comparte que “o Clube de Caça e Pesca está a usar e a abusar do Baldio e até dos privados”.

Noutro plano, o conhecido cantador ao desafio alertou os soajeiros para que “estejam atentos, porque há gente dos Arcos a invadir o nosso território para o administrar, e um dia destes hão de ser os arcuenses a mandar em Soajo”, avisou.

A presidente do Conselho Diretivo admitiu que os “Baldios podiam, efetivamente, ter agido de outra forma, mas interpor uma providência cautelar custa o que custa. […] Migalhas são pão, os 3 mil ou 4 mil euros gastos num Tribunal dão-nos para custear o gasóleo das equipas de sapadores, por isso, temos evitado mover processos judiciais”.

Por seu lado, Rosalina Araújo lançou a reflexão sobre o que se afirma e o que se faz na prática. “Dizem que agem assim pelo interesse da terra, mas aquilo que se nota é que não é, porque senão o Clube de Caça antes de fazer o projeto teria feito primeiro a parceria com os Baldios e aquilo que se ouve, e custa ouvir!, é que Soajo tem perdido projetos atrás de projetos e chega-se à simples conclusão de que é por falta de diálogo. Afinal, não somos o povo que todos dizemos que somos, unidos, a lutar todos para o mesmo lado. Não somos! O interesse de Soajo deve sobrepor-se a tudo o resto”, vincou esta comparte, admitindo que “o projeto do Clube de Caça e Pesca era um bom projeto, se o Clube tivesse falado atempadamente com os Baldios”.

Sobre o projeto-piloto do Mezio que fracassou, Rosalina Araújo defendeu que “a mata do Mezio nunca foi uma zona de pastagem (na transumância de Soajo os animais sobem a serra e passam as Barras para cima), mas uma zona de floresta, por isso, este projeto devia ter avançado […]. Infelizmente, anulámos a possibilidade de recuperarmos a floresta que ardeu no Mezio”.

O Município de Arcos de Valdevez autorizou, no passado dia 17 de janeiro, a abertura de um procedimento concursal para realização de uma pesquisa arqueológica no Alto da Pedrada (serra de Soajo).

A operação, no valor de 11 500 euros, resulta da relevância do sítio do ponto de vista arqueológico, cujo acampamento referente ao “período Romano” se encontra “muito bem preservado”.

“Esta intervenção [a decorrer no próximo verão] contribuirá para a posterior valorização desta importante estação arqueológica, e, ao mesmo tempo, para a dinamização cultural e turística”, diz a Câmara em comunicado.

Entretanto, está confirmada oficialmente a informação que este blogue adiantou a 3 de maio de 2019: a empresa australiana Fortescue Metals Group Exploration desistiu do pedido de prospeção de depósitos minerais (como o lítio) na serra de Soajo, mais especificamente na área do Fojo, que abrange os concelhos de Arcos de Valdevez, Melgaço e Monção.

A decisão foi comunicada por escrito à Direção-Geral de Energia e Geologia.

A Seleção Nacional feminina sub-15, com a soajeira Bruna Ramos a jogar e a estrear-se hoje como marcadora, venceu os dois jogos de preparação diante do País de Gales.

Na partida que se disputou na passada terça-feira, a equipa das “Quinas” levou a melhor por 3-0, fruto dos tentos obtidos por Carolina Rodrigues (Benfica), Marta Melão (Sporting) e Andreia Bravo (Sporting). A sportinguista Bruna Ramos foi opção a partir do minuto 45.

No segundo de dois jogos, também realizado na Cidade do Futebol, o jovem selecionado português voltou a vencer, desta feita por 2-1, com um dos golos a ser apontado por Bruna Ramos. A jogadora soajeira de 14 anos foi titular, tendo sido substituída ao minuto 52 pela capitã Marta Melo, que decidiu o jogo de penálti.

“Depois de confirmar a qualidade lusa nestes dois jogos, termina o estágio de preparação das sub-15 femininas, na Cidade do Futebol”, lê-se no portal da Federação Portuguesa de Futebol.

Entretanto, Bruna Ramos é uma das 23 jogadoras escolhidas pela selecionadora Susana Bravo para o estágio da Seleção Nacional feminina sub-16, que vai cumprir um período de preparação de 20 a 23 de janeiro. O estágio tem em vista a participação no Torneio de Desenvolvimento da UEFA no próximo mês de fevereiro diante das congéneres da Holanda, Alemanha e França.

Bruna Ramos em ascensão

Desde 2019 que Bruna Ramos é presença habitual em estágios de preparação da Seleção Portuguesa. Já internacional várias vezes, a atleta, reconhecida pela sua capacidade atlética, começou a dar os primeiros pontapés na bola com apenas sete anos. Antes de ingressar no Sporting, a promissora jogadora que atua na posição de lateral-direito envergou as cores do Sacavenense.

Filha de Patrícia Alexandra Domingues, Bruna Ramos e restante família costumam passar férias em Paradela todos os verões.

Foto: Portal da Federação Portuguesa de Futebol

 

Com acentuado atraso face ao plano original, foi recentemente concluída a construção da estrutura amovível para prestar apoio durante o estio aos banhistas do Poço das Mantas, mas as autoridades levantaram um novo auto de notícia por manifesta e comprovada ilicitude.

Segundo admitiu ao blogue Soajo em Notícia o presidente do Clube de Caça e Pesca, António Cerqueira, “falta uma licença para ocupação do espaço público”, algo que a “Câmara disponibilizará mediante uma declaração em que a Junta de Freguesia de Soajo ateste ter dado autorização ao Clube de Caça e Pesca para exploração da barraca” destinada a venda de bebidas, gelados e sandes.

Mas o imbróglio não é de agora e até já vem de trás, basta recordar a “trapalhada” que foi a tramitação administrativa relativa à concessão (da barraca), acerca da qual o presidente da Junta de Freguesia reconheceu, em junho de 2018, ter havido “uma certa precipitação no processo”, embora se tivesse refugiado no facto de “apenas o Clube de Caça e Pesca ter concorrido à iniciativa comunicada em Edital”. Mas, na versão de vários queixosos, o Edital apenas foi afixado numa altura em que a atividade já tinha sido concessionada ao Clube de Caça e Pesca.

Entretanto, avançou-se com a obra, mas esta seria embargada devido a uma denúncia feita ao Parque Nacional, por, alegadamente, a estrutura de madeira se encontrar em domínio baldio, o que motivou o levantamento de um auto de notícia. Com a obra suspensa, o recinto transformou-se no passado verão numa espécie de parque de autocaravanismo e o lixo foi-se acumulando no espaço.

Passados meses, e sem que tivesse sido sanada a litigância pendente, as obras foram retomadas à mesma e, de momento, para todos os efeitos, há um novo embargo e uma questiúncula jurídica que só se resolverá em sede de tribunal, com as custas judiciais daí decorrentes.

Cerca de 160 pessoas, entre residentes, amigos de soajeiros e convidados, encheram o salão da Casa do Povo no passado sábado, 11 de janeiro, em mais uma organização do Rancho Folclórico das Camponesas da Casa do Povo da Vila de Soajo, desta feita em torno da ceia de Reis.

Para remate da quadra festiva, com a preciosa ajuda de voluntários, foi servido o típico cozido à soajeira, bem como o bolo-rei, sem dúvida a principal iguaria da época para adocicar a boca dos comensais.

Antes de a animação de raiz popular subir a primeiro plano, fez-se o sorteio das rifas, que bafejou Franco Barros (levou para casa um presunto).

Em nome da Junta de Freguesia de Soajo, marcaram presença neste jantar-convívio os eleitos Manuel Barreira da Costa e Sandra Barreira. O Município fez-se representar pela vereadora do Associativismo, Emília Cerdeira.

As fotos que ilustram o artigo foram cedidas por Beatriz e Rodrigo.

Sob organização da Associação Cultural e Desportiva dos Amigos de Vilarinho das Quartas Rancho, o salão da agremiação juntou cerca de cem comensais para o tradicional almoço de Reis. Os rojões com arroz de sarrabulho, os doces, o convívio e a animação de raiz popular foram os principais “pratos” servidos no passado domingo, 5 de janeiro.

Como dita a tradição, os soajeiros confraternizam pelos Reis para darem continuidade à quadra festiva. Na mais recente realização da coletividade de Vilarinho das Quartas, com a preciosa ajuda de vários voluntários, lembrou-se, com palavras de saudade, o carisma de Ti Ana, a “matriarca” do Rancho falecida no ano transato, e exprimiram-se votos de um próspero 2020 para todos.

Finda a degustação (adocicada pelas iguarias da época), seguiu-se, pela tarde fora, a vertente de animação, ao som dos cantares tradicionais de Soajo, com participação entusiástica de vários elementos infantojuvenis.

A Junta de Freguesia de Soajo fez-se representar neste almoço-convívio pelo presidente, Manuel Barreira da Costa, enquanto a vereadora do Associativismo, Emília Cerdeira, fez as honras da Câmara Municipal.

Entretanto, o Rancho Folclórico das Camponesas da Casa do Povo da Vila de Soajo promove a ceia de Reis no próximo sábado, 11 de janeiro (pelas 19.00), e, no mesmo dia (pelas 22.00), o antedito Rancho de Vilarinho praticamente encerra a quadra festiva com “Cantares ao Menino” na Igreja do Espírito Santo (Centro Interpretativo do Barroco, vila de Arcos de Valdevez).

Para além da coletividade soajeira, a iniciativa emparceira o Grupo Folclórico Santa Maria de Moure (Barcelos) e o Grupo das Cantadeiras do Vale do Neiva (Viana do Castelo).

Fotos: Rancho Folclórico da Associação de Vilarinho das Quartas

O grupo Polifonias Alto Minho, que se dedica ao “levantamento e organização de informação sobre polifonias, património imaterial cultural do Alto Minho”, está de volta a Soajo este mês de janeiro com o objetivo de recolher novos registos do coletivo “Fiadeiras de Soajo”.

Para ajudar a não deixar cair no esquecimento e fazer perdurar saberes ancestrais, o grupo Polifonias está a organizar diverso material audiovisual e fotográfico para reprodução do fiadeiro tal como este se fazia há décadas, reunindo as fiadeiras à volta do trabalho de esguedelhar, carpear e fiar a lã, evidentemente que ao som dos cantares tradicionais e das concertinas.

“O grupo ‘Fiadeiras de Soajo’ tem por objetivo recolher […] e arquivar os cânticos do fiadeiro da lã, os cantares que ecoavam no campo e os sons tradicionais. Passam essa riqueza para as gerações futuras”, lê-se na página Polifonias Alto Minho.

Fotos: Polifonias Alto Minho

Mesmo com “acerto” de datas, a tradição não se perde e está para durar. Os ranchos de Vilarinho das Quartas e da vila de Soajo iniciaram o ano a cantar e há convívios de Reis agendados para os próximos dias, como sempre à volta da boa comida e da típica iguaria da festa, o bolo-rei.

Não obstante as baixas temperaturas que se têm feito sentir, as duas coletividades não têm deixado de cantar os Reis de porta em porta, fazendo prevalecer uma tradição com séculos de existência em Soajo. Mas o programa festivo prosseguirá, com mais conforto, no próximo domingo, 5 de janeiro (por volta das 13.00), quando o Rancho Folclórico da Associação Cultural e Desportiva dos Amigos de Vilarinho das Quartas organizar o habitual almoço de Reis, na sede da referida coletividade.

Por seu lado, o Rancho Folclórico das Camponesas da Casa do Povo da Vila de Soajo promove a ceia de Reis no dia 11 de janeiro (pelas 19.00).

Foto de arquivo