Desde 30 de abril que o número de infetados está a estabilizar nos Arcos de Valdevez, onde foram apurados “apenas” quatro novos casos de contágio no espaço de 15 dias (até 14 de maio), depois dos 74 rastreios positivos detetados oficialmente entre 13 de março e o fim de abril.
Na análise estatística dos registos, destaque ainda para os mesmos nove óbitos, para a descida significativa das infeções ativas (de 41 para 19 casos) e para o aumento expressivo do número de recuperados (de 24 para 50 no mesmo hiato temporal). Este retrato corresponde um pouco à fotografia do território nacional nos dias seguintes ao fim do estado de emergência: estabilização dos novos casos de contágio, diminuição do número de doentes internados e aumento dos recuperados.
Após o agravamento das estatísticas no “pico” da pandemia, que resultaram, em boa medida, da massificação dos testes de diagnóstico (fundamentais para sinalizar os doentes e iniciar o tratamento da doença), o período de quarentena decretado pelos três estados de emergência, no dizer dos especialistas no campo da infecciologia, teve como efeito prático a desaceleração do surto.
Os indicadores são positivos, mas não é tempo para relaxamento, porque, com a reabertura da atividade económica e o levantamento gradual das medidas de confinamento, é provável que venha, pelo outono/inverno, uma nova vaga de casos de infeção pelo novo coronavírus.
Segundo os peritos, “por se tratar de um vírus que ataca o sistema respiratório, o mais certo é que, tal como nas gripes, se verifiquem infeções sazonais, sendo de esperar que algumas das pessoas infetadas tenham de ser hospitalizadas nos cuidados intensivos, voltando a colocar pressão nos hospitais e nos profissionais de saúde”.
Segundo passo do “desconfinamento”
Na estratégia de levantamento faseado das medidas de confinamento, o Governo determinou que se faça a 18 de maio a reabertura de cafés, restaurantes, lojas até 400 metros quadrados, monumentos, museus, creches e atividades letivas presenciais para os alunos do 11.º e 12.º anos (e cursos de dupla certificação do ensino secundário).
Em relação à educação, ficou estabelecido um conjunto de orientações com vista à organização escolar, nomeadamente o funcionamento das atividades letivas, preferencialmente, entre as 10.00 e as 17.00; o uso obrigatório de máscara no período de permanência na escola; a concentração das aulas das diferentes disciplinas de cada turma (para evitar períodos livres entre aulas); a utilização de salas amplas e arejadas, acomodando um aluno por secretária; o desdobramento das turmas, em caso de necessidade, para cumprimento das regras de distanciamento social; a definição de circuitos e procedimentos no interior da escola; o encerramento de serviços e outros espaços não necessários à atividade letiva (bufetes, salas de apoio e de convívio…); e a higienização das mesas após cada utilização.
Complementarmente, “as escolas podem adotar outras estratégias que entendam ser mais adequadas quanto à substituição dos docentes e locais das atividades letivas, garantindo a maior eficácia das medidas de contenção do coronavírus”.
Após 4 e 18 de maio (próxima segunda-feira), o terceiro grande momento do regresso à “normalidade” está marcado para 1 de junho, data que assinala a reabertura dos centros comerciais e do pré-escolar, assim como do teatro e dos cinemas, que estarão sujeitos a limites de lotação.
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Programa ‘Adaptar’ ajuda micro e PME na aquisição de material e contratos de desinfeção
Desde esta sexta-feira, 15 de maio, que estão abertas as candidaturas ao Programa ‘Adaptar’, que contempla apoios para as micro e pequenas e médias empresas (PME) se ajustarem às regras do desconfinamento. Segundo o Ministério da Economia e da Transição Digital, o acesso ao programa é feito através de um regime simplificado de candidatura. Esta medida, no caso específico de Soajo, contemplará, sobretudo, a restauração, o pequeno comércio e o alojamento local.
Com uma dotação de 100 milhões de euros, este instrumento visa apoiar as empresas nos custos com a aquisição de equipamentos de proteção individual para trabalhadores, equipamentos de higienização, contratos de desinfeção ou gastos com organização do espaço.
No caso das microempresas (até dez trabalhadores), o ‘Adaptar’ contempla um apoio em 80% a fundo perdido para despesas entre os 500 e os 5 mil euros, sendo elegíveis as realizadas desde 18 de março, data da declaração do estado de emergência. A decisão sobre cada candidatura será tomada em dez dias úteis.
Já as candidaturas respeitantes às PME cobrem entre 5 mil e 40 mil euros, com um financiamento de 50% a fundo perdido, no âmbito do Portugal 2020. Neste caso, a decisão sobre a candidatura será tomada em 20 dias úteis.
Em ambas as situações, após a validação do termo de aceitação da candidatura (sempre dependente da inexistência de irregularidades à Segurança Social e Fisco), será processado um adiantamento automático de valor equivalente a 50% do incentivo aprovado.