Uma tarja pendurada no acesso ao Poço Negro e uma segunda faixa colocada na fraga grande contígua à famosa lagoa explicam parte da mobilização popular contra o projeto relativo à ponte sobre o rio Adrão e ao passadiço a ligar o Poço Negro e o Poço do Bento. Num dos panos, lê-se “Soajo sem passadiços”, enquanto no outro está escrito “O povo não aceita esta obra. Não [quer aqui] ponte”. Depois de várias publicações nas redes sociais, esta é mais uma iniciativa contra a construção do passadiço e a passagem aérea sobre o rio.
Segundo disse a Soajo em Notícia fonte conhecedora do processo, “tendo em conta a grande mobilização do povo contra o projeto e as dúvidas que subsistem relativas ao estudo em questão”, envolvendo eventualmente privados, “está fora de hipótese fazer os passadiços entre o Poço Negro e o Poço do Bento”. Por outro lado, acrescenta a mesma fonte, “o projeto da ponte encontra-se suspenso, abriremos uma fase de discussão e, a seu tempo, será tomada uma decisão”.
De acordo com o apurado por este blogue, o Município terá solicitado um “parecer” à Junta de Freguesia acerca da referida passagem aérea, um elemento fortemente contestado por ser completamente estranho à paisagem. O assunto, tudo indica, deverá subir a primeiro plano na próxima Assembleia de Freguesia.
Entretanto, no âmbito da primeira fase do projeto, estão praticamente concluídos os trabalhos de reabilitação do acesso ao Poço Negro, uma obra consubstanciada no arranjo de pavimento, escadaria e guarda-corpos, a partir da Estrada Municipal 530, de duvidoso bom gosto, isto segundo a perceção de muitos visitantes, pelos materiais utilizados que contrastam com a natureza em estado puro.
Em ano de eleições autárquicas, o denominado projeto “Qualificação das Experiências de Turismo no Minho, Passadiço do Poço Negro” – que é cofinanciado pelo FEDER, programa operacional Norte 2020 e que contempla um investimento elegível de 131 970 euros e uma comparticipação comunitária de 112 174,50 euros – promete fazer correr ainda muita água.