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Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

Tudo como dantes na Casa do Povo da Vila de Soajo. A lista A, a única que se apresentou a votos (e com a mesma equipa de 2019), venceu as eleições realizadas no passado dia 20 de março. Neste ato pouco participado, só 25 dos cerca de sessenta associados com as quotas em dia exerceram o respetivo direito de voto.

Deste modo, compõem os corpos sociais da Casa do Povo de Soajo os seguintes elementos:

. Direção | Manuel Carvalho (presidente), Lourenço Morgado Couto (vice-presidente), Manuel Gomes Capela (secretário), Miguel Soares Rodas (tesoureiro), António Esteves Brasileiro (vogal), Armando Martins Morgado (vogal) e Alexandre Cunha Rodas (vogal).

. Mesa da Assembleia | António Fernandes Barbosa (presidente), Jaqueline Gomes Fidalgo (1.º secretário) e Albino Moreira de Brito (2.º secretário).

. Conselho Fiscal | António Pereira Alves (presidente), Alexandre Preto Gonçalves (1.º secretário) e Manuel Morgado Couto (2.º secretário).

Os órgãos sufragados, que foram empossados mal findaram as eleições, ficam mandatados para o próximo triénio e todos os elementos reconduzidos estão imbuídos do espírito de continuar a colaborar para o sucesso das iniciativas da Casa do Povo, cujo presidente, Manuel Carvalho, já contabiliza 15 anos de “caminhada” à frente dos destinos da prestimosa coletividade.

De referir que no próximo domingo, 27 de março (pelas 14.30), está aprazada uma Assembleia Geral extraordinária com vista à concessão do Café da Casa do Povo, assim como à discussão de assuntos de interesse para a agremiação soajeira.

Realizou-se, no passado dia 20 de março, a segunda edição do Soajo Trail, nas variantes de caminhada e trail (curto e longo). O clima ameno foi um ótimo aliado da organização que registou centenas de “atletas” aderentes. De destacar a participação de grande número de forasteiros (de Ponte da Barca, Ponte de Lima, Barroselas…) na iniciativa que emparceirou a Academia Desportiva de Arcos de Valdevez e a Câmara Municipal.

O pequeno grupo de “aventureiros” que completou a distância mais longa, 35 km e 1500 metros de elevação acumulada, teve de vencer um percurso bastante técnico e exigente fisicamente, afinal, uma situação normal para uma prova com este perfil. Já o trail curto de 20km, este bastante participado (tal como a caminhada), registou 1000 metros de desnível.

Mas, além da extensão e do desnível, a natureza (que encantou os “atletas”…) colocou outros obstáculos, principalmente na parte em que a dureza da serra de Soajo era um pouco mais concentrada, nada que tivesse assustado os concorrentes, já habituados a estes desafios, ultrapassados com uma preparação adequada (treino) e com recomendações específicas (nutrição, hidratação e equipamento apropriado).

No fim da bonita jornada, sobrou a conclusão de que a serra de Soajo, como já se tinha visto por ocasião da primeira edição do Soajo Trail e noutras organizações do género, oferece, sem dúvida, as condições ideais para a realização de provas de trail, tendo tudo o que é necessário para ser um dos “santuários” da modalidade.

A Academia Desportiva de Arcos de Valdevez, em parceria com o Município arcuense, promove o Soajo Trail, no próximo domingo, 20 de março. A segunda edição do evento tem como “principal novidade a realização do ultra trail, a prova rainha da modalidade”, revela a organização. Além do lado competitivo, o Soajo Trail tem ainda uma forte vertente lúdica, cultural e de turismo de natureza.

Os atletas saem do Campo da Feira, junto à Eira do Penedo, atravessam trilhos, casarios, brandas e vistas de cortar a respiração em plena serra de Soajo, pulmão do Parque Nacional, até ao lugar da Peneda (Gavieira), onde sobressai o famoso santuário.

Além da caminhada de 8km (de dificuldade moderada), o evento compreende o trail longo de 35km e 1500 de desnível, o trail curto de 20km e 1000 de desnível, e o já referido ultra trail de 50km e cerca de 2300 desnível.

Segundo a organização, “o Soajo Trail pretende consolidar-se no universo da modalidade como diferenciador, tanto a nível de organização como de riqueza natural”.

Foto | Arquivo de Soajo em Notícia

Na Assembleia Municipal de Arcos de Valdevez, ocorrida a 25 de fevereiro, a CDU denunciou a “intenção por parte da EDP – empresa privada, de capital estrangeiro – de construir nova central hidroelétrica junto à barragem de Soajo/Lindoso” (maior centro eletroprodutor do país), com o intuito de “aproveitar as descargas obrigatórias para cumprimento do caudal mínimo ecológico para produção de energia”. A deputada Emília Vasconcelos é de opinião que “não foram tidas em conta as consequências altamente negativas de impacte ambiental (e social) neste projeto”.

Segundo a queixosa, “mesmo que se diga que “não há problema ambiental” por se turbinar o caudal ecológico, tal não corresponde à verdade, pois “trata-se de puro oportunismo e de subversão do princípio segundo o qual o caudal ecológico serve para preservar questões básicas de salvaguarda da natureza, do curso de água numa bacia hidrográfica, da vida animal e das comunidades humanas a jusante”.

A isso acresce que, “ao fazer passar o caudal ecológico pela turbina, aumentam-se os riscos de contaminação das águas pelos lubrificantes”, alerta Emília Vasconcelos, lembrando que “este processo esteve em consulta pública entre abril e junho do ano passado, tendo recebido apenas quatro contributos, e destes nenhum da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, estranhamente, […] ainda para mais quando o presidente do Município arcuense preside à comissão de cogestão do Parque Nacional (PN)”. Os comunistas adiantam que a avaliação “recolheu um chumbo em toda a linha, tendo tido apenas a aprovação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), contrariando, assim, o parecer da sua própria Comissão de Avaliação (CA)”.

De acordo com o parecer da CA, a iniciativa “não cumpre o Plano de Ordenamento do PN, a sua realização é considerada interdita pelo regime da Reserva Ecológica Nacional, não é cumprido o requisito de utilização de fonte primária de energia diversa, não sendo esta via de ‘hibridização’ forma válida para a concretização deste projeto”.

Por seu lado, o Turismo de Portugal salienta que a iniciativa “originará impactos negativos, sobretudo na fase de construção, dada a proximidade das populações, nomeadamente Paradela (Soajo) e Lindoso, devido à emissão de poluentes e ao ruído causados pela circulação de pesados nas principais vias de acesso à obra”.

Ressalvando, “de forma responsável”, a necessidade de “criar produção de energias renováveis (energia limpa)”, a CDU reafirma a estratégia de “estimular a produção desta energia através da recuperação de engenhos hídricos tradicionais para microprodução elétrica, a fim de salvaguardar a reabilitação e preservação do nosso património histórico-cultural”. Cabe nesta estratégia o “reaproveitamento de moinhos, azenhas, açudes, entre outros engenhos hídricos existentes por todo o concelho, que se encontram, “na sua grande maioria, em avançado estado de degradação pela falta de utilização”.

Questionado pela deputada comunista sobre o posicionamento da Câmara acerca do projeto de construção de minicentral hidroelétrica, o edil João Manuel Esteves garantiu que “o verdadeiro estudo de impacte ambiental ainda não está em consulta pública, mas vai começar agora [a curto prazo]. Entretanto, nós já fomos consultados e já manifestámos a nossa posição, a qual vai muito no sentido dos aspetos aqui falados pela deputada Emília Vasconcelos, nomeadamente as matérias relativas às questões do PN, do caudal ecológico e do impacto do projeto nas populações”.

“Neste processo de reciclagem da água, caso ele venha a ocorrer, reivindicaremos medidas de mitigação dos impactos ambientais, sociais e económicos”, defendeu João Manuel Esteves, concluindo que, “sobre esse assunto, estamos plenamente de acordo com a posição da CDU”.

Reunida, em sessão extraordinária, no passado dia 4 de março, a Assembleia de Freguesia de Soajo aprovou, por maioria (com uma abstenção), o protocolo através do qual a Junta delega na Comissão de Compartes dos Baldios da Freguesia a limpeza das bermas de estradas por um período de quatro anos. A transferência coincide com o tempo de vigência dos mandatos dos respetivos órgãos.

A este respeito, o presidente da Junta reafirmou o propósito de “trabalhar em conjunto para o bem de Soajo, por essa razão, a Junta decidiu passar estas competências para os Baldios”, defendeu Alexandre Gomes (PSD).

Do lado da oposição, o deputado Rui Araújo, eleito nas listas do PS, disse “louvar a iniciativa, por fazer todo o sentido articular as valências das duas entidades em prol do desenvolvimento de Soajo”.

Em concreto, o protocolo estabelece uma relação de cooperação entre as partes signatárias, com direitos e deveres para ambos os outorgantes, prevendo um serviço que é prestado pela Comissão de Compartes dos Baldios e um valor pago pela autarquia – quando (e se) uma das partes não cumprir o acordado, o protocolo pode ser revogado.

O 1.º secretário da Mesa absteve-se na votação questionando a duração do protocolo de quatro anos. “Eu não estenderia o contrato por mais de dois anos, porque gostaria, primeiro, de avaliar o trabalho desenvolvido durante esse período, para, depois, havendo razões para tal, prolongar a duração do contrato”, justificou João Gomes Pereira.

Período de interpelação dos deputados

No período de antes da ordem do dia, o executivo informou que estão em curso negociações para adquirir dois terrenos para lá construir parques de estacionamento, um nas imediações do Poço Negro e o outro na Laranjeira. Caso avance, este último parque a instalar na vila deverá ser usufruído, em princípio, apenas por residentes e hóspedes das casas de turismo, mas a prossecução deste projeto dependerá sempre do preço de compra do terreno em questão. A deputada Rosalina Araújo (PS) colocou algumas objeções a este projeto, uma vez que, “durante oito meses sem exagerar, não somos assim tantos residentes com carro que justifique a aquisição de um terreno especificamente para meia dúzia de pessoas”.

Sob questionamento de Ana Lage (PS), a Junta comunicou não haver desenvolvimentos nem sobre o polémico livro Atlas da Geodiversidade de Arcos de Valdevez (“a reunião com a Câmara ainda não se realizou”) nem sobre a criação da comissão para defesa da reposição da verdade histórica relativa à serra de Soajo.

No que à comissão diz respeito, ficou acordada a realização de uma reunião nos próximos dias para delinear a estratégia e aquilatar os elementos que dela farão parte, entre eleitos, indivíduos da sociedade civil e, eventualmente, antigos presidentes de junta, sendo certo que caberá à Junta de Freguesia a supervisão da iniciativa.

Noutro plano, interpelado pela deputada Rosalina Araújo (PS) acerca da “mediatizada” minicentral que a EDP quer construir na barragem de Soajo/Lindoso para recuperar as águas do caudal ecológico, o presidente do executivo, Alexandre Gomes, disse não estar a par de nada, desconhecendo o local onde a elétrica pretende erguer a infraestrutura e quais os reais impactes ambientais para o ecossistema.

Período destinado ao público

No período dedicado ao público, Daniel Couto recomendou à Junta a necessidade de se fazer um mapeamento dos locais que carecem de “sinais de proibição”, assim como de sinais indicativos de “sem saída”. O mesmo cidadão reforçou a importância de a autarquia investir no estacionamento para “valorizar e desenvolver certas zonas de Soajo” e, por fim, encorajou o executivo a fazer um levantamento do património que existe antes de as obras começarem em zonas públicas para evitar a usurpação de “certos pedaços de identidade de Soajo, caso dos bancos de pedra que estavam no Largo da Touça mas que já lá não estão”.

Por seu lado, Virgílio Araújo alertou para a necessidade de intervir no Largo da Touça, para obviar aos transtornos das obras lá realizadas, uma vez que, quando chove, metade da área fica alagada.

Na resposta, o presidente da Junta disse “reconhecer haver ali um problema, por isso, já ligámos várias vezes ao empreiteiro que fez a obra, que promete ir resolver, mas até agora ainda não o fez. Esperamos não ter de contratar outro empreiteiro, porque a Junta não tem fundos para desperdiçar dinheiro em asneiras feitas por terceiros”.