Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

A soajeira Rosa Macieira Dumoulin, adjunta do presidente da Câmara de Antony, onde era titular dos pelouros dos Seniores e da Europa, morreu no passado dia 22 de julho, vítima de doença. Era desde 2007 autarca naquela pequena cidade situada nos arredores a sul de Paris, com cerca de 62 mil habitantes. Na qualidade de autarca, lutou sempre pelas ideias em que acreditava e bateu-se contra o avanço da extrema-direita. Foi a principal impulsionadora da geminação que Antony assinou com Arcos de Valdevez em julho de 2019.

Rosa Macieira Dumoulin saiu de Soajo com apenas cinco anos, passou “a salto” na Várzea, com a mãe, a avó e a irmã. Radicou-se, primeiro, em Valenciennes, depois, instalou-se em Versailles e, por fim, passou a morar em Antony.

Desde cedo, Rosa Macieira teve vontade de experimentar a “coisa pública” e a cocriação de uma associação local foi o primeiro passo para tentar mudar o destino das pessoas. Paralelamente, a experiência profissional que abraçou – adjunta de direção na Korian, acompanhando grupos vulneráveis, nomeadamente terceira idade e doentes – foi um importante “trampolim” para, posteriormente, como conselheira do executivo, construir o futuro da comunidade de Antony.

Por iniciativa de Rosa Macieira Dumoulin, o Município de Antony também fundou o “Conseil Antonien des Européens”, um conselho consultivo dos cidadãos europeus residentes na cidade, órgão para o qual a autarca natural de Soajo nomeou as portuguesas Carla da Silva e Marie Limões Sampaio.

Segundo o LusoJornal, Rosa Macieira, profissionalmente, era, à data do seu finamento, diretora adjunta de um lar de terceira idade com 104 camas, em Antony.

Em entrevista ao blogue Soajo em Notícia, Rosa Macieira definiu a política como a “arte do impossível”, porque permite “mover montanhas”, e, com conhecimento de causa, exortava a comunidade portuguesa a “participar mais no destino da nação de acolhimento”.

Sempre que podia, Rosa voltava a Soajo, “com grande prazer” para rever a família e amigos, resgatar “memórias das férias da juventude”, apreciar “a bondade do povo e as belezas naturais”.

Em memória de Rosa Macieira Dumoulin republicamos entrevista concedida ao blogue Soajo em Notícia há cerca de quatro anos.

 

Cinco perguntas a Rosa Macieira

“A política permite realizar coisas impossíveis”

  1. Como e quando é que ingressou na atividade política?

Comecei pelo meu bairro, onde, com outros habitantes, criei uma associação. Solicitei, à época, ao presidente da Câmara, Patrick Devedjian, que viesse visitar-nos regularmente. Quando ele, depois, me pediu para integrar a equipa dele, a minha resposta foi célere e afirmativa, porque entendo que devemos participar na vida política da nossa localidade: é a única maneira de mudar e melhorar a vida de todos.

  1. A comunidade portuguesa, incluindo a soajeira, está, é público, bem-adaptada a França. Que perceção é que os franceses têm dos portugueses?

Os franceses têm um grande respeito pela comunidade portuguesa que, na verdade, é corajosa e está bem-adaptada. Mas, para mim, é demasiado discreta: a comunidade lusa deveria participar mais na vida política de França, o país onde ela vive, estuda, cresce e tem filhos. Lembro que todos temos o direito de votar nas eleições municipais (autárquicas) e, por isso, não devemos desperdiçar o voto.

  1. Diz que “a política é a arte do impossível”. Quer explicar?

O presidente do Brasil, Lula da Silva, afirmou, em tempos, que a política pode dar muito aos povos, neste sentido, a política pode mudar o rumo e o destino de uma nação. Ou seja, a política faz acreditar, sim, no impossível, desde que a comunidade se empenhe para atingir um objetivo coletivo. Em suma, a política permite realizar coisas impossíveis e ‘mover montanhas’. Não esqueçamos que o ‘impossível não é francês’.

  1. O que é que Soajo representa para si?

Soajo representa as minhas raízes, o sorriso do meu pai, um povo com um grande coração, as férias da minha juventude, o meu primeiro amor, as belezas naturais…

  1. De tempos a tempos, regressa a Soajo, onde, por vezes, passa férias. O que é que procura em Soajo?

Não vou todos os anos a Portugal, mas regresso, com grande prazer, a Soajo, sempre que posso. É em Soajo que encontro – nas pessoas sinceras e generosas – os meus verdadeiros valores. É a oportunidade de recordar os tempos bem passados com os meus pais (e restante família). É o reviver das festas com os meus amigos que estão no Canadá e nos Estados Unidos…

No dia maior do concelho, que se celebra a 11 de Julho, a Câmara vai entregar insígnias municipais a diversas individualidades e instituições como forma de reconhecer a realidade social, económica, cultural e desportiva do território. Há quatro instituições soajeiras que serão distinguidas pelo seu papel tanto no plano cultural como no plano económico.

Assim, serão agraciadas com a Medalha de Mérito Municipal Cultural o Rancho Folclórico das Camponesas da Vila de Soajo, o Centro Recreativo e Cultural de Vilar de Suente e a Associação Cultural e Desportiva de Vilarinho das Quartas.

Enquanto isso, o Café Central, sob atual gerência de Aurora Carvalho, a funcionar desde 1950, em Cunhas, será distinguido com a Medalha de Mérito Municipal Económico.

 

Lista completa de individualidade e instituições a condecorar

. Medalha de Mérito Municipal Cultural (Associações com mais de 25 anos ao serviço dos seus associados e da divulgação/promoção da cultura e tradições do concelho) | Rancho Folclórico das Camponesas da Vila de Soajo; Centro Recreativo e Cultural de Vilar de Suente; Associação Cultural e Desportiva de Vilarinho das Quartas; Associação Recreativa e Cultural ‘Amigos de Oliveira’; Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Miranda; Associação Cultural e Desportiva ‘Unidos do Couto’; Associação Recreativa e Cultural de Aguiã; Associação Recreativa e Cultural São João de Rio Frio; Centro Social, Recreativo e Cultural ‘Betânia do Vez’; Juventude Associada de Rio de Moinhos; Rancho Folclórico Estrela do Norte de Gondoriz; Rancho Folclórico e Cultural das Lavradeiras de S. Pedro do Vale;  Rancho Típico e Folclórico de Vilela.

 

. Medalhas de Mérito Municipal Económico (Distinguidos restaurantes, cafés e mercearias com mais de cinquenta anos de existência cuja atividade se mantém nas mãos do seu fundador ou dos seus familiares descendentes em todo o concelho) | Café Central (sob atual administração de Aurora Carvalho), a funcionar desde 1950, em Cunhas; Talho das Choças (Adelino Esteves), desde 1910, em Aboim das Choças; Mercearia Peixoto, desde 1923, em Gondoriz; Mercearia Armando Gonçalves, desde 1955, em Loureda; Café Arcuense (Manuel Oliveira Silva), desde 1973, na vila dos Arcos; Café Zé Celeiro (Henriqueta Calheiros Gomes), desde 1941, na vila dos Arcos; Taberna do Luís (Laura Pinto), desde 1972, na vila dos Arcos; Taberna do Delfim (Delfim Amorim), desde 1972, na vila dos Arcos; A Regional (Cesário Amorim), desde 1971, na vila dos Arcos; O Pote (Maria Celeiro Martins), desde 1972, na vila dos Arcos; A Floresta (herdeiros de António Amorim de Barros), desde 1959, na vila dos Arcos; Armazéns Norberto Gomes, desde 1972, na vila dos Arcos; Casa dos Cafés, 1969, na vila dos Arcos; Café Mercearia Esperança, desde 1959, na vila dos Arcos; Café Ponto de Encontro, desde 1968, em Cabreiro; Café Jogos (Manuel Dourado), desde 1950, em Cabreiro; Mercearia Cruzeiro (Clara Fernandes), em Eiras/Mei; Café Mercearia (Natália Palhares), de 1929, na Gavieira; Padaria de Rouças, desde 1970, na Gavieira; Artigos Religiosos (A. Fernandes), na Gavieira; Café Central (Carolina Fernandes), desde 1968, na Gavieira; Café do Centro, desde 1970, na Gavieira; Café Estrela, desde 1970, na Gavieira; Mercearia da Peneda (António Lamas), desde 1955, na Gavieira; Benda do Tone Lisso, desde 1973, em Guilhadeses; Café Beatles (José Manuel Sousa Silva), em Jolda Madalena; Mercearia e Bebidas de João Brito Martins, em Rio Cabrão; Fazendas e Miudezas (Florinda Barbosa), desde 1900, em Jolda São Paio; Mercearia do Barral (Maria do Céu Cerqueira), desde 1957, em Oliveira; Mercearia Cunha, desde 1910, em Oliveira; Café Mercearia (Manuel Rodrigues), desde 1973, em Padreiro Salvador; Lagar do Azeite (Manuel Sousa da Castro Costa), desde 1972, em Padreiro; Destilaria Moderna (Castro Costa), desde 1969, em Padreiro; Mercearia (Maria da Graça Gomes da Silva), desde 1950, em Prozelo; Mercearia da Ti Emília, em Sistelo; Tasquinha da tia Amélia, desde 1959, em Sistelo; Tasquinha da Portela (Durval Gave), desde 1948, em Sistelo; Mercearia Taberna Pinto (Maria Salomé Castro Pinto), em Souto; Taberna do Casal (Fernanda Fernandes), desde 1966, em Távora Santa Maria; Mercearia do Lago, desde 1967, em Távora São Vicente; Mercearia do Adão, no Vale; Café do Rocha, desde 1955, no Vale; Café do Abílio (Ana Esteves Rodrigues), desde 1949, em Sá; Café Ramalho (Fernando Alves), em Vilela; Mercearia Faria (José Esteves Faria), em S. Cosme e S. Damião.

 

. Medalha de Mérito Municipal Desportivo | Carolina Rocha (vencedora da Taça de Portugal ao serviço do Famalicão); Antónia Braga (campeã nacional de râguebi em representação do Sporting em épocas recentes e presença assídua na seleção nacional da modalidade); e quatro associações do concelho com mais de 25 anos de serviço em prol dos associados e da promoção do desporto e lazer no concelho de Arcos de Valdevez: ACRAP, ARCAS, Centro de Atletismo de Arcos de Valdevez e Clube de Caça e Pesca de Arcos de Valdevez.

 

. Medalha de Mérito Municipal Social | Centro de Saúde de Arcos de Valdevez (pela passagem do 40.º aniversário, em 2023, sobre as novas instalações do CSAV), o qual será representado, na circunstância, pelas três USF (Unidade de Saúde Familiar Arcos Saúde, Unidade de Saúde Familiar UARCOS e Unidade de Saúde Familiar Vale do Vez), bem como pela Unidade de Cuidados na Comunidade de Arcos de Valdevez e pela Unidade de Serviços Administrativos e de Gestão; Mário Pinho da Silva (à época diretor dos Serviços de Saúde do Distrito de Viana do Castelo e a quem se deve a criação de condições para o financiamento da obra).