A Associação Cultural e Desportiva dos Amigos de Vilarinho das Quartas promoveu, no passado domingo, 13 de maio, uma cavada à moda antiga. Em ambiente de alegre confraternização, participaram na recriação dezenas de pessoas de várias gerações. A mensagem que Manuel Coelho dirigiu ao público jovem presente – “Vejam como é que se trabalha(va)!” – serviu de mote para uma tarde bem passada.
Por volta das 15.40, nos preparativos da cavada, carregou-se o estrume (à cabeça) e um grupo de cantadeiras entoou cantigas da lavoura, junto à capela, de onde saiu o “cortejo” rumo ao campo dos incansáveis Palmira e Manuel Coelho. Após um compasso de espera, deu-se início ao animado trabalho, com um grupo de mulheres a empunhar as enxadas, ao qual se juntou, voluntariamente, Alberto Lage (os homens não participavam nas cavadas, mas nesta ocasião ninguém levou a mal que se “furasse” a tradição). E a missão foi bem espinhosa para todas (todos), dada a extrema dureza do terreno, mas que dizer da valentia da nonagenária Ti Ana Domingues Gomes, que é um autêntico “poço” de saber (e de energia)?
No “alinhamento” desta jornada de amanho da terra, que terminou com a sementeira do feijão catarino, incluiu-se, conforme os costumes ancestrais, o farnel (bacalhau frito, broa e a “pinga” servida em malga) e os tradicionais temas associados às cavadas.
Entretanto, pela tarde fora, a animação esteve a cargo dos tocadores de concertina, ao som das quais cantaram e dançaram, num bonito rodopio, dezenas de pessoas, de várias idades.
No “remate” da festa, para “aconchego” do estômago, foi servido o arroz do Maio.
De parabéns está a Associação de Vilarinho das Quartas, que, sem interregnos, tem sido muito bem-sucedida na dinamização de diversos trabalhos agrícolas à moda antiga, recriando, preservando e fazendo-os perdurar pelas gerações mais novas.