A seca está a provocar uma descida acentuada do leito na albufeira de Soajo/Lindoso. A situação tem vindo a agravar-se com o outono seco e, por isso, as (antigas) veigas e os destroços que deviam estar submersos estão cada vez mais a descoberto.
No presente, a albufeira de Soajo/Lindoso está a menos de 30% da sua capacidade de armazenamento e as autoridades estão a acompanhar a evolução de perto. A próxima reunião da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, que está aprazada para esta terça-feira, 21 de novembro, vai debater a seca e os respetivos efeitos nas bacias do Lima (e do Minho também). Mas, para acautelar o agravamento da situação, “os municípios já reforçaram as campanhas de sensibilização para poupança de água, sobretudo de uso doméstico”, segundo o vice-presidente da CIM, Jorge Mendes.
Entretanto, como bem documentam as fotos tiradas este domingo, 19 de novembro, devido ao reduzido nível de reserva na albufeira, há, na Várzea, um imenso património destapado, entre antigas veigas, socalcos, caminhos agrícolas e espigueiros, facto que encerra uma mistura de sentimentos nos residentes, com estranhas sensações de encantamento e de tristeza ao mesmo tempo.
A poucas centenas de metros do lugar da Várzea, vislumbram-se, por exemplo, os destroços de um espigueiro de pedra, que emergiu com o recuo do leito da albufeira, ou os labirínticos caminhos agrícolas, completamente descobertos e ladeados de pedra, nas imediações de uma corga, com uma vista ampla e despertadora de memórias para quem cultivou estas veigas até início dos anos noventa do século passado.