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Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

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O documentário “En Todas as Mans” (“Em Todas as Mãos”) que foi projetado este sábado, 4 de junho, teve razoável assistência na Casa do Povo. Recentemente produzida pela cooperativa galega Trespés (Pontevedra), a película debruça-se sobre a realidade dos baldios em Portugal e dos Montes Vicinais em Mão Comum (Galiza).

Sob a divisa “O monte não nos pertence, somos nós que lhe pertencemos a ele”, o projeto afirma-se, desde logo, como um exercício de “redescoberta” daquilo que aos baldios se convencionou chamar de “terrenos geridos por comunidades locais”, remetendo para uma “realidade que é de todos e ao mesmo tempo de ninguém”.

Mas classificar o baldio como um “bem comum” é um conceito demasiado simplista. “Porque o baldio é algo que tem de ser sentido como sendo nosso e de todos, e, como tal, tem de ser cuidado por todos”, atalha um comparte galego, província onde estão referenciados 3 mil montes vicinais, o dobro dos baldios que existem em Portugal. Neste sentido, o convidado Alberte Román, da Cooperativa Trespés, acrescenta que “o baldio é uma ferramenta de inclusão social com futuro.”

Vários testemunhos (no filme e na conversa que se seguiu), alertando para os condicionalismos existentes (desvinculação dos habitantes, incapacidade de gestão, consequências devastadoras dos incêndios, despovoamento, privatização da gestão, intromissão do Estado, proliferação da acácia…), exaltaram o valor inerente aos baldios como fonte de rendimento (que pode provir do gado, da agricultura, dos produtos endógenos, da floresta, do turismo…). Mas, paradoxalmente, os baldios “estão perdidos nesta direção económica”, quase “exclusivamente virados para a criação de gado”, adiantou uma jovem comparte de Soajo, posição subscrita por Yassine Benderra, que criticou a “falta de interesse” dos residentes.

A organização da iniciativa esteve a cargo da Associação Moving Cause, sediada do Porto, mas com delegação em Soajo. Colaboraram, também, na realização da atividade a Casa do Povo de Soajo e a Assembleia de Compartes dos Baldios de Soajo. 

Porque é que o documentário foi produzido?

De referir que o documentário exibido em Soajo “nasce de uma anomalia, o próprio baldio. Num mundo que divide o território entre duas conceções de propriedade, a pública e a privada, a existência de uma realidade que não se inscreve em nenhuma dessas coordenadas chamou a atenção [da Cooperativa Trespés, na Galiza]. E ainda mais quando essa realidade permanece oculta ou desconhecida para grande parte da população. Os baldios estão aí, mas em poucas ocasiões se fazem visíveis”, lê-se nos ensaios críticos relativos ao documentário.

 

Frases

. “Os baldios devem ser geridos em função do bem comum.” (António Enes)

. “O baldio é uma ferramenta de inclusão social com futuro. Mas é preciso construir novos vínculos.” (Alberte Román)

. Esta questão dos baldios pode ser vista em três perspetivas: valor-rendimento, riscos e necessidades.” (Anselmo)

. “A maior parte dos baldios está afeto ao pastoreio, onde não é possível fazer florestações.” (António Amorim)

. “Ainda hoje, a venda de madeiras tem mais impacto económico do que o pastoreio.” (António Enes)

 

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