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Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

Soajo em Notícia

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A juntar à laranja de Ermelo, à broa e ao feijão tarrestre, a vaca da raça cachena é um dos quatro produtos de Arcos de Valdevez incluídos no catálogo Slow Food.
Pelos montes, atravessando a cumeeira da serra de Soajo, o gado de raça cachena, autóctone, calcorreia a paisagem (ora verdejante ora muito agreste) à procura de pasto. Cresce e vive em altitude, num habitat puro e selvagem. É um gado baixo, curto, entroncado e de cornos elevados e em espiral, sendo considerado cientificamente o mais pequeno do mundo.

IMG_0308De uma maneira geral, entre abril e outubro, sensivelmente, as vacas da raça cachena, em pastoreio livre, sobem os montados, aparecendo depois, não raras vezes, acompanhados das crias paridas lá em cima. E é no inverno que os criadores resguardam os animais em cercas, protegendo-os dos ataques dos lobos.
Criado em várias aldeias do Parque Nacional da Peneda-Gerês, o gado bovino de raça cachena tem no concelho de Arcos de Valdevez o seu grande centro produtor, sobretudo nas freguesias de Cabreiro, Gavieira, Sistelo e Soajo, onde António Cerqueira (Catito) e João Pereira, por exemplo, guardam, por esta altura do ano, dezenas de cabeças nos estábulos “plantados” em encostas de rara beleza.

IMG_6656 (2)A carne da raça cachena, com certificado DOP (Denominação de Origem Protegida), pode ser de novilho ou de vitela, sendo distribuída praticamente apenas nesta região. Segundo os gastrónomos, é uma carne “tenra” e “saborosa”, com “reduzida massa gordurosa” e “bastante suculenta”.

IMG_6657A carne desta raça é o produto-base do prato Prove Arcos de Valdevez, que integra a carta de vários restaurantes do concelho.

 

Memorial à raça cachena

Foi inaugurado, no passado dia 20 de novembro, um memorial à raça cachena e aos seus criadores, que passaram a ter um “marco” esculpido na cumeeira de Lordelo (Cabreiro) para fazer perdurar a tradição pecuária. Na cerimónia esteve presente o ex-secretário de Estado da Alimentação e da Indústria Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, que, na circunstância, disse tratar-se do ato protocolar “mais importante” no tempo (três anos) em que exerceu funções governativas.

IMG_6654A Associação dos Criadores da Raça Cachena, para embelezar o 20.º aniversário do início dos trabalhos de inventariação desta raça autóctone, procedeu, na presença de vários produtores, a uma inauguração cheia de simbolismo. “Quisemos, com este pequeno monumento, marcar o local onde foi feito o ajuntamento de gado para o primeiro registo zootécnico com vista ao reconhecimento da raça cachena”, disse na altura o presidente da associação, Alberto Ferreira.
Segundo a (escassa) literatura existente, a raça cachena é também conhecida por carramelha, vilarinha e cabreira.