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Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

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O livro Lugares de Silêncio, do fotógrafo lisboeta Bruno Simões Castanheira, tem um “entruido” de Soajo a ilustrar a capa. O mascarado à moda da Terra é Pedro Oliveira, que fez par com Laura Barreira Costa no desfile organizado pelo Rancho Folclórico das Camponesas da Vila de Soajo (em parceria com a Casa do Povo), no passado dia 26 de fevereiro.

A publicação Lugares de Silêncio – testemunho de um território de ruralidade carregado de tradições seculares – reúne quase cinquenta fotografias retratando a dialética entre a riqueza do Parque Nacional (natural e paisagística) e a irreparável expressão de povoados isolados e desertificados, nos quais predomina o silêncio.

Sobre a tradição carnavalesca de Soajo, é dito que “o entrudo se celebra com roupas velhas e máscaras tradicionais que ocultam o rosto. São resíduos de formas pagãs de misticismo que subsistem e se recriam no presente”, lê-se no ensaio.

Pedro Oliveira, que teve a “agradável surpresa” de ser a capa do livro, assistiu, no passado dia 11 de abril, à apresentação pública do projeto, que serviu também para inaugurar a respetiva exposição, e, no balanço e contas, elogia a iniciativa realizada pelo fotógrafo Bruno Castanheira. “É um trabalho bem conseguido quer pelas evidências da ocupação humana que ainda subsistem no Parque Nacional quer pelas formas de expressão típicas do território, que estão bem ilustradas no livro e na exposição”, sublinha o retratado, que, sem desprimor pela terra onde nasceu, diz, em jeito de brincadeira, “ser hoje mais soajeiro do que britelense”.

O “entruido” soajeiro é um dos muitos sinais recolhidos por Bruno Simões Castanheira no roteiro pelo Parque Nacional. O resto que se pode ver ilustra o imenso património identitário (espigueiros, fojos de lobo, alminhas…) que atravessa o território, onde as paisagens retratadas “interagem” com as poucas atividades agropastoris que ainda vão resistindo.

Segundo o portal da Bolsa Estação Viana, o projeto de Bruno Castanheira Simões (com várias distinções na carreira) visou dois objetivos:

. “documentar os vestígios de uma sociedade e economia rurais, bem como o seu intenso processo de transformação social, nas aldeias e sítios isolados do Parque e junto das suas parcas populações”;

. “documentar a relação sinestética entre o homem e o meio envolvente, evidenciada na profusão de texturas que denotam a presença magnânima do meio natural, bem como a sua integração nas formas e coisas aí construídas pelo homem”.  

O trabalho de Bruno Simões Castanheira, cuja exposição é patrocinada pelo Estação Imagem Viana do Castelo, está patente ao público nos Antigos Paços do Concelho (Viana do Castelo, à Praça da República) até ao próximo dia 26 de abril.

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Nota: Optou-se por não reproduzir fotos do livro por os direitos estarem reservados à Estação Imagem.