Homenageado combatente soajeiro falecido no Ultramar
Nas cerimónias comemorativas do 25 de Abril, organizadas pelo Município de Arcos de Valdevez, foi prestada homenagem aos militares arcuenses (mortos e vivos) que lutaram pela pátria de 1961 a 1974. O soldado soajeiro (do Campo Grande) Jaime Barbosa Soares, que tombou em Moçambique a 22 de agosto de 1974, foi um dos 25 arcuenses lembrados nesta sessão cheia de simbolismo. A Junta de Soajo não se fez representar neste tributo público.
Com pouco público a assistir, o Dia da Liberdade, misturado com “vivas a Portugal”, foi o mote para não deixar cair no esquecimento a guerra colonial, um dos mais marcantes acontecimentos da história contemporânea portuguesa. No primeiro andamento, após o toque de silêncio dado pelo clarim, o edil João Manuel Esteves e o presidente do Núcleo de Monção da Liga dos Combatentes (NMLC), Francisco Almeida (com origens arcuenses), depositaram uma coroa de flores junto ao monumento que homenageia os antigos combatentes.
De seguida, por intermédio de Manuel Magalhães Vieira, vogal da direção do NMLC, procedeu-se, com “saudade” e “em família”, à leitura da oração pelos mortos, prece cerimonial em “respeito e gratidão pelos nossos mortos, militares e civis, que deram a sua vida ao serviço da pátria”. Complementarmente, Carlos Anselmo, coronel de infantaria e secretário da direção do NMLC, fez a chamada dos nomes dos 25 mortos, com o grito “presente” a ser entoado, outras tantas vezes, pelos ex-combatentes perfilados numa das alas.
No balanço e contas, a guerra colonial matou cerca de 9 mil militares em Angola, Guiné e Moçambique, deixando, também, dezenas de milhares de soldados feridos e com deficiências de vários graus, alguns dos quais soajeiros.
Na qualidade de combatente ferido no Ultramar discursou Carlos Anselmo para realçar que, “de todas as condecorações” por ele recebidas, a que lhe dá “mais orgulho” é a de ser considerado “um ferido em combate e ao serviço da pátria”, distinção que “constitui uma entrega tão generosa e tão imensa que é indelével para toda a nossa vida”, justificou.
A fechar este ato, cantou-se a plenos pulmões o hino português.