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Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

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A Associação dos Compartes dos Baldios da Freguesia de Soajo reuniu-se, no passado dia 19 de agosto, para, no seguimento do devastador incêndio, empreender um conjunto de ações com o intuito de defender o interesse individual e coletivo dos compartes, que têm até 27 de agosto para apresentar à Comissão uma relação dos prejuízos.

Este procedimento não dispensa a candidatura (individual) aos apoios prometidos pelo Governo a partir de 15 de setembro.

 

Levantamento dos danos causados

No ponto relativo ao levantamento dos prejuízos causados pelo incêndio que lavrou em Soajo, foram sublinhados milhares de hectares de área queimada na serra, a destruição de estábulos e o desaparecimento de alguns animais, sendo certo que, nesta relação, entram as parcelas de baldio que cada exploração pecuária ocupa.

“O levantamento dos prejuízos particulares visa reforçar a posição conjunta das associações de compartes adstritas ao concelho, incluindo Gavieira, Cabana Maior, Vale e S. Jorge”, explicaram Cristina Martinho e António Amorim.

“Se tomarmos uma ação isolada, pouco impacto terá, mas, se for uma ação conjunta e fundamentada, penso que será vista com outros olhos”, salientou Amorim.

Nesse sentido, os compartes de Soajo foram instruídos a entregar à Comissão dos Compartes uma relação dos prejuízos contabilizados até 27 de agosto, segundo a descrição feita nos registos da Conservatória ou das Finanças. Este procedimento visa elaborar um relatório exaustivo para posterior envio às entidades responsáveis.

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A necessidade mais urgente

O comparte António Cerqueira (Catito) reclamou ajuda imediata para aquisição de forragens. Mas as medidas compensatórias adiantadas pelo ministro Capoulas Santos, para ressarcir os produtores prejudicados pelos incêndios, não explicitam o valor das ajudas no âmbito do gado.

Recorde-se que, no caso do incêndio de 2010, para suprir a falta de pasto, foi direcionado um apoio de 100 euros por bovino e 40 euros por ovino e caprino.

Elementos que devem constar deste levantamento

Nas explorações afetadas, a descrição deve abarcar o nome da mesma, os respetivos danos, o valor dos prejuízos e a área de baldio.

Este levantamento é pré-requisito para reordenar, o quanto antes, a área de baldio, pois, segundo a lei, as parcelas queimadas são excluídas da área de pastagem durante dez anos. Mas a legislação, por regra, é “letra-morta”…

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Propostas para consolidação do solo e regeneração das pastagens

Nesta reunião de trabalho, foram apresentadas as seguintes propostas para consolidar o solo e regenerar as pastagens (estas medidas não têm caráter vinculativo, pois terão de ser discutidas e votadas em sede de Assembleia):

. sementeiras de trigo, centeio e aveia. Sob proposta de Joana Casta, a “pensar na ecologia do sistema”, foi sugerida, também, a plantação de leguminosas, como o trevo ou o tremoço, para “enriquecer o solo com azoto, favorecendo a retenção do solo e o crescimento das plantas.”

. reflorestação das zonas mais pobres com pinheiro. “Nas zonas mais pobres de floresta – sugeriu António Amorim –, por exemplo na curva de Vilar, Coto Velho ou junto ao Centro Hípico, onde o pinheiro tem pernas para andar, podemos resolver o problema de imediato, fazendo um corte radical e fazendo uma sementeira de pinhão para evitar a ‘erosão’ dos solos”, explicou Amorim, nada interessado em esperar por S. Pedro, “que nos pode atraiçoar e mandar uma chuva diluviana, indo tudo parar ao rio”.

. Parque Nacional abdicar dos 40% a que tem direito pelo corte de madeira que vier a ser feito.

. “transformação da matéria sobrante em estilha” e consequente deposição na floresta (porque ajuda à adubagem e à consolidação do solo).

. fixação de prazos para cortes prevendo penalizações para os infratores.

. aumento da faixa de corte junto às estradas nacionais e municipais.

 

Projeto que se esfumou com o incêndio

Devido ao devastador incêndio que consumiu a matéria-prima existente na serra de Soajo, “caiu por terra” o projeto de fazer biomassa.

A plantação de folhosas continua a ser a prioridade.

 

O louvor aos sapadores florestais de Soajo

“Neste incêndio, os nossos sapadores florestais fizeram um excelente trabalho”, elogiou Cristina Martinho, que reivindicou outra equipa de sapadores para Soajo.

“Os nossos cinco homens estiveram no terreno [frente do incêndio] quase sempre sozinhos e as pessoas não têm perceção do trabalho que eles fizeram em defesa da floresta”, rematou a presidente do Conselho Diretivo dos Baldios de Soajo.

Segundo fonte dos sapadores, graças à sua eficaz ação, a brigada de Soajo foi equiparada a uma força de intervenção rápida.

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