O domingo, 8 de janeiro, amanheceu gelado, mas nem isso dissuadiu os caçadores de participarem na montaria que o Clube de Caça e Pesca de Soajo organizou nos montados da Várzea. A batida juntou cerca de quarenta aficionados, entre monteiros, matilheiros e postores.
Antes de saírem para as portas sorteadas, os caçadores, concentrados no Café Jovem, cumpriram os habituais requisitos burocráticos e serviram-se do calórico “mata-bicho”, "pequeno-almoço" reforçado que incluiu carnes grelhadas (fêveras e barriguinhas) no meio do pão, caldo-verde e vinho. Os galegos Manuel Garrido, 59 anos, Serafim Sousa Fernandes, 55, Sindo ‘Padeiro’, 56, e António Macareñas, 66, eram dos mais entretidos entre os participantes.
Findo o manjar improvisado, de pé, o grupo organizou-se e convergiu, depois das 11.20, para os postos marcados na mancha da Várzea, onde os monteiros, distribuídos pelas respetivas portas, só tiveram de esperar pela largada das quatro matilhas para darem início à jornada de caça em terreno bastante acidentado, cobrindo uma área de cerca de 300 hectares.
O local escolhido, abençoado por paisagens de rara beleza, é, nesta região, um dos “santuários” do porco-bravo, dado o grande número de suínos que povoa os montes. Por isso foram avistados vários exemplares durante esta jornada, que foi bastante produtiva: quatro javalis abatidos e dezenas de disparos. Um bom pecúlio, deve dizer-se.
Segundo o presidente do Clube de Caça e Pesca de Soajo, António Cerqueira, a “montaria teve todos os requintes”, pela jornada que "correu de feição" (sem acidentes), pelos “troféus” caçados e, sobretudo, pela prevalência do convívio, da amizade, do contacto com a natureza e da boa comida.
Ao cair da noite, o grupo regressou ao ponto de partida para degustar, justamente, o delicioso cozido à Soajeira, servido à mesa do Café Jovem.
Nova montaria está, entretanto, aprazada para o próximo dia 29 de janeiro, desta vez na mancha de Ramil.