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Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

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Com mais de quatro anos de atraso em relação ao plano delineado primitivamente, o Parque Biológico do Mezio (PBM) foi, por fim, inaugurado no passado dia 15 de setembro. Na sessão pública de inauguração, ato presidido pelo secretário de Estado da Conservação da Natureza e das Florestas, João Paulo Catarino, foi destacada a mais-valia deste equipamento em termos de “atratividade” para este território flagelado pelo despovoamento populacional. O novo equipamento resulta de um investimento avultado do Município (mais de 500 mil euros), sendo certo que uma parte do financiamento também proveio do POSEUR e dos fundos da Comissão de Coordenação.

Depois de recordar alguns dos desafios e vicissitudes que diferiram a abertura do equipamento (pedido de permissão para deter espécies cinegéticas em cativeiro, inscrição do PBM no Registo Nacional de Parques Zoológicos e título de proprietário de exploração agrícola), o coordenador da ARDAL sublinhou que “este é um projeto interessante e distinto na medida em que vai criar uma maior atratividade à Porta do Mezio, constituindo-se ainda como um espaço de promoção da natureza e de conservação das espécies, trabalho que iremos fazer com toda a certeza”, comprometeu-se Pedro Teixeira, que classificou o projeto recém-inaugurado como o “mais desafiador e motivador” da sua carreira.

Na sessão pública que encheu o auditório da Porta do Mezio o presidente da Câmara Municipal insistiu na ideia de que o equipamento é, antes de mais, “um grande projeto de educação ambiental, porque permite entrar em contacto com a natureza, possibilitando ao visitante aumentar o seu conhecimento em termos de flora e fauna, ao mesmo tempo que ajuda a comunidade em geral a perceber o rico património natural e cultural que há nesta área protegida, algo irá ter impacto do ponto de vista do desenvolvimento socioeconómico, enquanto gerador de emprego e criador de rendimento”, justificou João Manuel Esteves.

Já o secretário de Estado da Conservação da Natureza e das Florestas reconheceu que o equipamento recém-aberto “é mais um ativo diferenciador para o Parque Nacional (PN), indo, obviamente, acrescentar valor à Porta do Mezio”.

Perguntado sobre o que mais gostou na visita guiada ao PBM, João Paulo Catarino respondeu diplomaticamente – “sou um apaixonado pelo PN, mas confesso que prefiro ver as espécies ao ar livre e não tanto em cativeiro” –, optando, antes, por colocar a questão ao contrário, para dizer que a “a espécie de que menos gostei foi a águia, porque sou do Sporting”, gracejou o governante.  

Visita ao parque zoológico

Dando cumprimento ao Plano Operacional de Gestão da Porta do Mezio, o PBM recria o habitat natural das respetivas espécies: cada animal dispõe de um espaço de cercado ou gaiola, com estruturas de alojamento e abrigo, comedouro e bebedouro, além de vegetação própria. Mas o PBM incorpora, igualmente, uma componente de flora, através de uma exposição de plantas autóctones, cujo número ascende a meia centena.

O parque zoológico, principal ponto de interesse, reúne 22 espécies de animais, num espaço que foi construído para “funcionar como quinta pedagógica”, em respeito pelas “regras de bem-estar animal”. Apesar das restrições existentes (o lobo-ibérico não pode ficar em cativeiro, mas há uma área a ele consagrada com recriação do covil e de um casal, da famosa subespécie em “perigo” de extinção, com lixo encontrado na natureza), o espaço oferece várias atrações à visitação, dos animais domésticos (cão sabujo) aos selvagens (javali, veado…), dos animais de quinta (vacas de raças cachena, barrosã e minhota, cavalo garrano, burro mirandês…) aos suínos (porco bísaro), sem esquecer algumas aves de rapina (águia, açor…) e aquáticas (pato-real). Ao invés, falta alojar no parque biológico, único na área do PN, os mamíferos de pequeno porte (fuinha, doninha…).

De referir que os animais não foram tirados à natureza: os domésticos provieram de proprietários da região, enquanto os selvagens são oriundos de outros parques biológicos (de Lamego, sobretudo), “estando todos familiarizados com esta tipologia de habitat”, salvaguardou Pedro Teixeira. Já as aves transitaram do Centro de Recuperação de Castelo Branco, devendo esta semana dar entrada mais três espécies avícolas no parque zoológico.

Da infraestrutura fazem ainda parte um posto veterinário, um bloco de apoio e um espaço isolado (quarentena), de acesso restrito, onde os animais oriundos de outros centros serão acolhidos para facilitar e acelerar a sua adaptação.

A visita, que pode ser compartimentada em três etapas (fruição da flora, espaço para interpretar o património natural e cultural com recurso às novas tecnologias e observação da fauna), está sujeita ao pagamento de um valor considerado “simbólico”, mas determinados públicos deverão ficar isentos.