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Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

A cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos autárquicos de Soajo (Assembleia e Junta de Freguesia) decorreu sábado, 9 de outubro, com algum público a assistir na Casa do Povo da vila soajeira.

Depois de instalada a Assembleia, ato “apadrinhado” pelo presidente cessante, António Enes Domingues, o cabeça-de-lista da força política mais votada (PSD), Alexandre Gomes, foi investido nas funções de presidente da Junta e, em consonância com os nomes colocados a votação para vogais, sob proposta do presidente recém-empossado, a maioria social-democrata completaria, de seguida, o executivo elegendo o secretário, Ivo Baptista, e a tesoureira, Jaqueline Fidalgo, sendo que os vogais do PS optaram, na circunstância, por votar em branco.

Uma vez investido o executivo, procedeu-se à eleição da mesa que irá reger a Assembleia de Freguesia no novo mandato autárquico, que corre até 2025. Para presidente do órgão foi eleito António Cerqueira, que será secretariado por João Gomes Pereira (1.º secretário) e Estrela Ribeiro (2.º secretário), ambos sufragados com dois votos contra. Compõem ainda o órgão deliberativo os vogais António Gomes, Márcio Carvalho e Rosa Maria Costa, do lado do PSD, bem como os socialistas Ana Lage, Rui Araújo e Rosalina Araújo, que assumiu o lugar deixado vago depois de Américo Peixoto (primeiro da lista socialista candidatada às eleições de 26 de setembro findo) ter renunciado ao mandato no início desta sessão de investidura. O que daqui resulta é que o PSD, suportado por 64,51% dos votos, detém uma maioria absoluta no plenário, traduzida em seis dos nove mandatos, embora, na substituição dos membros da Assembleia de Freguesia que foram eleitos vogais do executivo, por lapso, não se tenha procedido, nos exatos termos que a lei estabelece, à investidura de Rosa Maria Costa.

O novo presidente da Junta, no discurso de tomada de posse, elogiou a campanha civilizada que marcou o ato eleitoral, prometendo “união” para o futuro. “Serei o presidente de todos os soajeiros, sem rancores e sem rivalidades. Fizemos uma campanha ‘limpa’, tal como os nossos adversários, gostei muito, espero que continuemos com este espírito. Temos de remar todos para o mesmo sentido, por isso, ideias boas, venham de onde vierem, merecerão discussão conjunta e serão bem acatadas”, defendeu Alexandre Gomes, reconhecendo a “inexperiência” da jovem equipa que está à frente dos destinos de Soajo.

“Temos noção daquilo que nos espera, somos todos muito ‘verdinhos’, mas, com a ajuda de todos, vamos longe e tudo faremos para que Soajo continue na senda do progresso. […] Temos novos projetos em vista com a Câmara, alguns dos quais estão numa fase de reajustes, mas há obras que não dependem só de nós e do Município, precisamos também da colaboração das pessoas, porque, se não houver cedências, há projetos que nunca serão realizados”, ressalvou Alexandre Gomes, que ouviu palavras de encorajamento do presidente da Assembleia de Freguesia, António Cerqueira, esperançado na “gente jovem” que saiu destas eleições.

Depois de felicitar os vencedores, Rui Araújo, porta-voz da oposição, revelou abertura para trabalhar conjuntamente em prol de Soajo, mas deixou avisos à maioria social-democrata, apontando o caminho a evitar e o muito trabalho que está por executar.

“Vamos estar à disposição para contribuir para o bem de Soajo, mas isto só será válido se não voltarmos ao passado. Pegando nas palavras de Alexandre Gomes, nós estamos (e estaremos sempre) disponíveis para desenvolver tudo o que for bom para a terra, com independência e sem a cultura do alcatrão. Ou seja, nós não precisamos de continuidade, porque os últimos anos foram absolutamente avassaladores para Soajo e prova disso é o que nós temos [desertificação, perda de serviços e falta de oportunidades], por isso, se for para continuar neste rumo, nós não estaremos disponíveis para colaborar”, reforçou Rui Araújo, que deixou farpas ao presidente cessante da Junta, por este justificar o falhanço das políticas por “contextos de interioridade e da Câmara Municipal”, olvidando, ao invés, o “contexto de má gestão da Junta”.

 

Adeus à “carreira política”

No arranque dos trabalhos, Manuel Barreira da Costa fez um discurso de despedida. “Após 32 anos, ponho fim à minha carreira como autarca. Fui tesoureiro na Junta, cumpri dois mandatos como membro da Assembleia de Freguesia, completei cinco mandatos como presidente da Junta e seis mandatos como deputado municipal. Obviamente que este trajeto não foi fácil, nem sempre fiz aquilo que queria, fiz o que pude com a coleboração de companheiros como António Barbosa e António Alves, mas despeço-me com a sensação do dever cumprido. O mandato entre 2017 e 2021 foi muito condicionado: estive sozinho a maior parte do tempo e houve obras que a gente queria fazer e que não nos foi permitido fazer por impedimento de algumas pessoas. De resto, há muitas obras que ficaram por fazer, outras estão em fase de projeto, caso do lar de idosos”, começou por dizer o autarca que se estreou nas lides políticas em 1989.

De lá para cá, o retrocesso tem sido a nota predominante para a maioria dos observadores, embora Manuel Barreira da Costa atribua o fracasso a fatores externos. “Soajo tem perdido muito, como todas as freguesias do interior, isto é normal, porque o decréscimo da população é uma realidade nestes territórios e não há emprego, ou melhor, há algum emprego, mas há pessoas que não querem trabalhar”.

Numa simbólica transmissão de pastas, depois de felicitar os eleitos, Manuel Barreira da Costa comunicou que a Junta de Freguesia se encontra em “muito boa saúde financeira”. “Ao contrário do que sucedeu há quatro anos, em que não havia dinheiro (nem Internet), desta vez, fica [para a nova administração] uma folga muito boa. A Junta tem cerca de 40 mil euros no banco, mais 15 mil a entrar nestes dias, além de uma carrinha adquirida por 6700 euros”, congratulou-se o autarca que elogiou os membros do PS pela “campanha muito boa” que realizaram nestas eleições.