Sob organização de Soajo em Movimento ConVida, a Tasquinha da Capela acolheu, no passado dia 19 de março, uma sessão de cianotipia, ministrada pelo técnico Rodolfo Oliveira, das Oficinas TK.
Sob o lema “recordar ideias” e “perpetuar formas”, foi abordado, para uma plateia interessada, o processo de cianotipia na íntegra, “desde os compostos que são utilizados à maneira como se faz a preparação da emulsão, ou como esta solução é aplicada e os tipos de suportes que podemos usar, bem como as experiências que podem ser feitas”, disse ao blogue Soajo em Notícia Rodolfo Oliveira, simpático lisboeta, rendido aos encantos de Soajo (ler entrevista).
Nesta oficina, foram realizados alguns cianótipos, tendo a impressão sido feita com recurso a fotogramas, “maneira direta de fazer imagens através de silhuetas de plantas e/ou objetos que não deixam passar determinada luz”, segundo o “mestre” convidado.
Rodolfo Oliveira, com formação (incompleta) em fotografia, é, sobretudo, um autodidata. Dedica-se à cianotipia há 12 anos.
Entrevista com Rodolfo Oliveira: “A cianotipia é uma porta de entrada para a fotografia”
O que é a cianotipia?
É um processo de impressão fotográfica do século XIX. É uma técnica de impressão fotográfica muito interessante e acessível. Costumo dizer que é uma porta de entrada para a fotografia, porque usa químicos muito pouco tóxicos. Além disso, é uma técnica de introdução que pode ser ensinada a todos os públicos. E, por ser uma técnica barata, favorece a aprendizagem por tentativa e erro.
A quem costuma dar formação?
Dou formação a grupos heterogéneos e não a grupos de especialistas como alunos de Belas Artes ou Fotografia.
Fale das Oficinas TK.
É um projeto pessoal, nome genérico que engloba várias veias expressivas.
Quando comecei, decidi dedicar-me à produção de artigos impressos em cianotipia, artigos feitos em gravura ou xilogravura. Tenho uma microeditora onde faço traduções, impressões de livros e encadernação, enfim, processos manuais com tiragens muito pequenas.
Do que já conhece, o que é que destaca de Soajo?
Não conhecia Soajo, mas estou a gostar muito. O mínimo que posso dizer é que as pessoas têm sido todas muito hospitaleiras e simpáticas. Além do aspeto turístico, Soajo é muito bonito e tem uma arquitetura muito própria. Mas a bondade das pessoas é o que mais sobressai.
Vivo na cidade (Porto), mas identifico-me muito com a montanha. Vim de Lisboa para o Porto à procura de qualidade de vida e calma, e encontrei-as na Invicta, mas Soajo é outro paradigma.
Não interagi muito com a gastronomia local, é certo, porque sou vegetariano, mas já comi produtos locais (hortícolas e legumes) plantados pelos meus amigos.