“Há oportunidades em Soajo, podem não ser as mesmas do antigamente e as que existem agora na diáspora, mas há algo a acontecer nas áreas de animação turística, do alojamento e da restauração”. O convite de João Manuel Esteves foi feito na inauguração oficial da Feira das Artes e Ofícios Tradicionais no passado dia 13 de julho.
O apelo do edil – que, em 2017, já tinha desafiado as gentes da Terra espalhadas pelo mundo a voltarem às origens na sequência da forte vaga de emigração desencadeada pela crise – resulta das potencialidades do território e das necessidades detetadas localmente. “Esta terra [Soajo] tem muito de bom (o património natural, o construído e as pessoas) e muito para oferecer em termos de oportunidades”, acrescentou João Manuel Esteves.
“Temos de olhar para a grande comunidade de emigrantes que Soajo tem no estrangeiro e dizer-lhes que podem investir, recuperar casas e ser parceiros em oportunidades de negócio”, exorta o autarca.
O discurso do poder municipal é similar à estratégia do Governo Central, mas, independentemente das boas intenções (politicamente desarticuladas do essencial), há um paradoxo que a maioria dos leitores não deixará de questionar: voltar a casa para ganhar 500 euros por mês na restauração será suficientemente estimulante?
Não é isto, com toda a certeza, que os agentes políticos querem para os filhos deles…