Problemas identificados há décadas mantêm-se atuais
Após cerca de três décadas em exercício de funções autárquicas, com um pequeno interregno pelo meio, de 2013 a 2017, o atual presidente da Junta de Soajo, Manuel Barreira da Costa, está perto de “virar a página”, uma vez que não integra a lista do PSD na “corrida” à Assembleia de Freguesia.
Antigo emigrante em França e Canadá, Manuel Barreira da Costa foi eleito pela primeira vez presidente da Junta nas listas do PSD em 1997 (tirando do poder a CDU), mas antes desta data já tinha sido cabeça-de-lista pelo PS à referida autarquia e exercido inclusive funções executivas na Junta, presidida então pelo comunista António Enes Domingues.
Consultando os jornais da época, nos idos anos noventa do século passado, Manuel Barreira da Costa sublinhava que entre os principais problemas da freguesia constavam a “deficiente recolha do lixo” (na altura já era reclamada uma maior frequência na operação e o seu alargamento aos vários lugares da freguesia), a “falta de transportes entre os lugares”, a “falta de emprego obrigando os mais novos a procurar trabalho em terras distantes”, o “agravamento dos fenómenos do envelhecimento populacional e da desertificação” e a “falta de recursos financeiros para resolver as insuficiências de Soajo”.
Apesar dos investimentos efetuados na rede viária secundária e dos progressos em matéria de infraestruturas básicas (saneamento e abastecimento de água), volvido mais de um quarto de século, a freguesia de Soajo perdeu, entretanto, vários serviços de interesse público (agência bancária, farmácia…) e continua confrontada com aqueles (e outros) problemas, factos que alimentam a ideia geral de que o autarca social-democrata não logrou transformar Soajo como era sua pretensão durante os cinco mandatos em que esteve à frente da Junta.
Foto | Eduardo Pimenta