Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

Soajo em Notícia

Este blogue pretende ser uma “janela” da Terra para o mundo. Surgiu com a motivação de dar notícias atualizadas de Soajo. Dinamizado por Rosalina Araújo e Armando Brito. Leia-o e divulgue-o.

Já são conhecidos os projetos mais votados no âmbito do Orçamento Participativo Municipal (OPM) em cada uma das quatro áreas concorrentes. Uma associação de Soajo é a proponente de um dos projetos vencedores. O anúncio foi feito esta quinta-feira, 23 de novembro, em reunião do executivo municipal, pela vereadora do Associativismo, Emília Cerdeira.

O projeto “Eira do Teso do Vale”, subscrito pelo Centro Recreativo e Cultural de Vilar de Suente, foi a iniciativa candidatada ao OPM que recebeu o maior número de votos (39 preferências) na área de Cultura/Desporto e Bem-estar/Associativismo. Sob proposta de Hermenegildo Viana, a referida coletividade pretende “recuperar uma eira emblemática” deste idílico lugar de Soajo.

Na fundamentação técnica da proposta, sublinha-se que o caráter distintivo da Eira do Teso do Vale reside na “raridade do conjunto de estruturas utilizadas para guardar as espigas de milho, os canastros de varas”. Estes “consistem numa estrutura de base circular em pedra, com um corpo e chapéu cónico. Embora a base seja executada em pedra, toda a estrutura superior era feita em materiais biodegradáveis: madeira de carvalho, vime e palha de centeio. Em todo o Alto Minho, e que se conheça, apenas existem duas eiras com os referidos canastros de varas, uma em Vilar de Suente e uma outra em Vilarinho de Souto (Ermelo). No entanto, a eira de maiores dimensões – com cerca de quarenta bases, das quais atualmente ainda existem cerca de três dúzias – situa-se em Vilar de Suente. Infelizmente, e à medida que as pessoas foram abandonando a labuta do campo, estas estruturas também desapareceram”, lê-se na descrição histórica sobre tão valioso património.

“Deste modo, o Centro Recreativo e Cultural de Vilar de Suente pretende não só recuperar e consolidar a Eira do Teso do Vale, como perpetuar a componente imaterial dos canastros de varas, ou seja, o modo de construção. Mais ainda, nesta proposta pretende-se também a criação de um pequeno espaço adjacente, o qual servirá para dar apoio à reconstrução destas estruturas, assim como a atividades a realizar neste espaço. Assim, propõe-se a consolidação de todas as bases dos canastros de varas, a reconstrução de cinco canastros de varas, o registo da população sénior a ensinar a metodologia de construção e memórias associadas a estas estruturas, e o arranjo da área de apoio, a qual servirá para apoiar as atividades de reconstrução e futuras desfolhadas”, refere-se na apresentação do projeto.

A entidade promotora estima um orçamento de 8100 euros (9963 euros com IVA), verba assim repartida: 3 mil euros | limpeza e consolidação das bases da Eira do Teso do Vale; 2700 euros | palha de centeio e vime para a reconstrução de cinco canastros de varas; 500 euros | registo fotográfico e vídeo da reconstrução; 500 euros | sinalética; 300 euros | limpeza e criação da área de apoio à Eira do Teso do Vale, bem como terraplanagem da área de apoio; 900 euros | três mesas com bancos em madeira para atividades; 200 euros | dois baldes de lixo em madeira.

Com prazo de execução de 12 meses, o projeto prevê o recurso a mão-de-obra (em regime de voluntariado) para a reconstrução dos canastros de varas.

Enquanto isso, na área de Ambiente e Sustentabilidade, o projeto distinguido com o maior número de votos foi o do “Trilho da Ervideira” (Eiras e Mei), com 29 votos. A proposta, subscrita por Vânia Gomes de Brito, visa dotar a união de “espaços verdes de lazer” junto à Estrada Nacional 101, de modo a aliar o “aproveitamento do meio ambiente” à “promoção da cultura local”, estimulando, ao mesmo tempo, “hábitos de vida saudáveis”.

O projeto “Avó Mimosa” (Sabadim), com 82 votos, foi o escolhido pelo público na área de Cidadania, Responsabilidade social e Juventude. Sob proposta de Inês Esteves de Brito, esta iniciativa tem em vista “promover o cuidado e bem-estar da população mais distante, facultando-lhe um novo serviço de cabeleireiro ao domicílio”.

Por fim, na área de Promoção Empresarial e Territorial, o projeto “CIARA – Centro de Interpretação Ambiental do Rio Ázere” (Couto), com 73 votos, foi o mais votado. Sob iniciativa de Tiago Veloso Afonso e de outros jovens residentes, o projeto em questão pretende ser “o baluarte do património coletivo material e imaterial do rio Ázere, encontrando neste espaço a justa homenagem às gentes e à terra através da salvaguarda desta herança, a qual se encontra em risco de desaparecimento”.

Uma vez publicitada a classificação dos projetos concorrentes ao OPM, seguir-se-á a entrega dos diplomas aos promotores vencedores.

A fase posterior, segundo o Regulamento, compreende a aprovação dos orçamentos estimados, momento que antecede o estudo prévio, o projeto de execução e a concretização material das iniciativas no ano que vem.

Nota | A fotografia que ilustra este artigo foi anexada ao projeto "Eira do Teso do Vale" pelo Centro Recreativo e Cultural de Vilar de Suente.