No contexto da crise pandémica, os cuidados de saúde primários (CSP) na Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) sofreram uma “reorganização de serviços” para “prestar uma assistência diferenciada à Covid-19” e “garantir condições de segurança em espaço físico a utentes e profissionais”, segundo o Gabinete de Comunicação da ULSAM. Mas a dedicação quase total ao tratamento das infeções causadas pelo novo coronavírus absorveu boa parte dos recursos, afetando o acompanhamento presencial de outras doenças e adiando muitos atos clínicos, além do encerramento das extensões de saúde. Em contrapartida, disparou o número de consultas à distância.
A Extensão de Saúde de Soajo, como todas as restantes no Alto Minho, mantém-se de portas fechadas desde que foi decretada a emergência sanitária em março passado, mas não há o risco de encerrar de vez. Se for cumprido o calendário definido pela ULSAM os cerca de mil utentes da unidade soajeira deverão voltar às consultas presenciais no último trimestre do ano.
De acordo com a diretora do Gabinete de Comunicação, “o Conselho de Administração, em parceria com os municípios, está a preparar desde agosto a reabertura das extensões de saúde/polos das unidades funcionais, a nível do distrito de Viana do Castelo, com base na avaliação de condições de segurança feita por edifício e na evolução da pandemia da Covid-19, prevendo-se a sua reabertura faseada a partir do dia 1 de outubro”.
No âmbito do estado de emergência (e sob despacho da tutela), os CSP da ULSAM suspenderam toda a atividade assistencial não urgente que, “pela sua natureza ou prioridade clínica, não implicasse risco de vida para os utentes, limitação do seu prognóstico e/ou limitação de acesso a tratamentos periódicos ou de vigilância”. Por outro lado, para que os recursos ficassem adstritos ao combate à pandemia, decidiu-se pelo encerramento das extensões de saúde.
Fruto de circunstâncias especialmente anómalas, “as consultas presenciais foram convertidas em consultas à distância, sendo o contacto telefónico realizado pelo médico de família, para avaliar a segurança da desprogramação presencial (e da possibilidade de realização de consulta por telefone) e, ao mesmo tempo, prestar esclarecimentos ao utente sobre o estado de emergência decretado pela pandemia Covid-19”.